sábado, 7 de agosto de 2021

Silêncio Necessário

 O silêncio faz grande falta na civilização contemporânea.

Fala-se em demasia e, por conseguinte, fala-se do que não se deve, não se sabe, não convém, apenas pelo hábito de falar.

Na falta de um assunto edificante, ou com indiferença para com ele, utilizam-se de temas negativos, prejudiciais ou sórdidos, envilecendo a própria alma, enxovalhando o próximo e consumindo-se energias valiosas.

Há uma preocupação muito excessiva em falar, opinar, mesmo quando se desconhece a questão.

Parece de bom-tom a postura de referir-se a tudo, de tudo estar a par.

Aumenta, assim, a maledicência, confundem-se as opiniões, entorpecem-se os conteúdos morais das palavras.

Se cada pessoa falasse apenas o necessário e no momento oportuno, haveria um salutar silêncio na Terra.

Faze silêncio diante de observações pejorativas, de assuntos prejudiciais, matando, ao surgir, a informação malsã.

Quando te tragam opiniões infelizes, reclamações, queixas que põem mal diante de ti ausente, seja ele quem for, não te deixes contaminar pelo morbo da palavra insensata.

Há pessoas que se autonomeiam fiscais do próximo e não se detêm a examinar a conduta, deste modo, reprochável.

Raramente, falam bem, referem-se ao lado bom das pessoas e dos acontecimentos.

Porque não era visível a antiga face oculta da lua, isso dava margem às mais variadas conjecturas, sempre exageradas, fantasistas.

Todas as pessoas possuem o seu lado oculto, certamente negativo em umas, quanto admirável noutras.

A observação sob alta dose de má vontade apenas vê o que quer e fala o de que gosta.

Não opines mal a respeito de ninguém, mesmo que o outro mereça.

Tampouco, te deixes emaranhar pelos que falam mal do próximo. Eles terminarão por submeter-te à opinião que lhes apraz, armando-te contra aqueles com quem não simpatizam.

Falar bem ou mal é um hábito.

Quando as referências são acusadoras, levam a alma da vítima à morte, porém, suicida-se também aquele que sempre aponta o erro.

Usa o silêncio necessário.

Não a mudez caprichosa, vingadora. Mas a discreta atitude de quietação e respeito.

O silêncio faz bem àquele que o conserva.

Jesus calou muito mais do que falou. Os Seus silêncios sábios são o atestado mais expressivo do Seu amor pela Humanidade.

Pensa nEle, quando chamado a falar insensatamente e imita-O.


Texto retirado do livro Momentos de Coragem; Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 2014, 8ª Edição.

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