sábado, 20 de novembro de 2010

Santa Bárbara

                      Fatima Guedes

Santa Bárbara dos tempos violentos
Vosso rosto me aparece num clarão
Quando um raio rasga
A imensa escuridão

Muitos ventos, muitos ventos
Passam por meu coração
Na carícia quase bruta
Do poder de vossa mão
Senhora, iluminai
Clareai meus pensamentos
Santa Bárbara
Dos tempos violentos

Vejo em vossos elementos
A chuva não vai parar
Até ter deixado limpos
Meu corpo e minha alma
Dona dos meus temporais,
Senhora de olhos cinzentos,
Santa Bárbara dos tempo violentos

música do CD Pra Bom Entendedor... de Fatima Guedes, gravado em 1993
(aliás, um dos mais belos trabalhos já feitos por ela)
Santa Bárbara no sincretismo brasileiro é Iansã

Não Vou Sair

                     Celso Viáfora

A geração da gente
Não teve muita chance
De se afirmar, de arrasar, de ser feliz.
Sem nada pela frente
Pintou aquele lance
De se mudar, de se mandar deste país.

Aí você partiu pro Canadá
Mas eu fiquei no já vou já
Pois quando eu tava me arrumando
Pra ir
Bati com os olhos no luar
A lua foi bater no mar
E eu fui que fui ficando

Distantes tantas milhas
São tristes os invernos
Não vou sair, tá mal aqui, mas vai mudar

Os donos de Brasília não podem ser eternos
Pior que foi, pior que tá, não vai ficar

Não vou sair, melhor você voltar pra cá
Não vou deixar esse lugar
Pois quando eu tava me arrumando
Pra ir
Bati com os olhos no luar
A lua foi bater no mar
e eu fui que fui ficando

Belíssima regravação da cantora Célia em seu CD Louca de Saudade de 1993

Que País É Este?

                        Renato Russo

Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Que país é este?

No Amazonas, no Araguaia, na Baixada Fluminense
Mato Grosso, nas Geraes e no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso mas o sangue anda solto
Manchando papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão

Que país é este?

Terceiro mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios em um leilão

Que país é este?

faixa-título do então LP do grupo Legião Urbana. Lançado originalmente em 1987.

Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero Ter)

                        Marcelo Yuka/O Rappa

A minha alma está armada
E apontada para a cara
Do sossego
Pois paz sem voz
Não é paz é medo

Às vezes eu falo
Com a vida
Às vezes é ela quem diz

Qual a paz que eu não
Quero conservar
Pra tentar ser feliz

As grades do condomínio
São para trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que está nessa prisão
Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar
Na poltrona no dia de domingo

Procurando novas drogas
De aluguel nesse video
Coagido pela paz
Que eu não quero
Seguir admitindo

Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz

música do disco " Lado B Lado A " do grupo O Rappa, lançado em 1999; já foi regravada por Maria Rita, Vânia Abreu e Leila Pinheiro.

Diga Lá, Coração

                   Gonzaguinha

Diga lá, meu coração
Da alegria de rever essa menina
E abraçá-la
E beijá-la

Diga lá, meu coração
Conte as histórias das pessoas
Das estradas
Dessa vida
Chore essa saudade estrangulada
Fale sem você não há mais nada
Olhe bem nos olhos da morena
E veja lá no fundo a luz daquele
Sol de primavera
Durma qual criança no seu colo
Sinta o cheiro forte do teu solo
Passe a mão nos seus cabelos negros
Diga um verso bem bonito
E vá embora

Diga lá, meu coração
Que ela está dentro
Do teu peito
E bem guardada
E que é preciso
Mais que nunca
Prosseguir
Prosseguir

Espere por mim, morena
Espere que eu chego já
O amor por você, morena
Faz a saudade apressar...


Gravação original feita pela cantora Simone em seu disco " Cigarra " lançado em 1978.

Como Nossos Pais

                            Belchior

Não quero lhe falar, meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa
Por isso, cuidado, meu bem, há perigo na esquina!
Eles venceram e o sinal está fechado pra nós
Que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantado como uma nova invenção
Eu vou ficar nessa cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua, cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam, não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que eu tô por fora ou então que eu tô inventando
Mas é você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu a ideia de uma nova consciência e juventude
Está em casa guardado por Deus contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmo e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais

Música do disco " Falso Brilhante " gravado em 1976 por Elis Regina.
É impressionante como esta canção está sempre atual...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Beija-Flor

                    Um incêndio avançava sobre a floresta destruindo tudo pelo caminho. Os animais, assustados, corriam para se proteger na outra margem do rio.
                    O rei leão procurava por todos os seus amigos: lá estavam os sapos, as cobras, os esquilos, as cabras, coiotes, os macacos, enfim, todos os animais. Com isso, ele sorri satisfeito pensando: " pelo menos estão todos aqui seguros ".
                   Perto dali, o pequenino beija-flor, enchia seu biquinho com água do rio, voava e do alto, soltava aquelas gotinhas sobre o imenso fogo.
                   Depois do quinto mergulho na água, o leão fez a pergunta esperada por todos:
                   - Ô beija-flor, você acha que vai conseguir apagar este incêndio com estas gotinhas?
                   - Não - respondeu a pequenina ave - mas estou fazendo a minha parte!!

História da Águia

                    A águia empurra gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração maternal se acelera com as emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que ela sente a resistência dos filhotes aos seus persistentes cutucões: " Por que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair?! ", ela pensou... Esta questão secular ainda não estava respondida para ela...
                   Como manda a tradição da espécie, o ninho estava localizado bem no alto de um pico rochoso, nas fendas protetoras de um dos lados dessa rocha. Abaixo dele, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos seus filhotes. " E se justamente agora isto não funcionar?! ", ela pensou.
                   Apesar do medo, a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão maternal estava prestes a se completar. Restava ainda uma tarefa final... o empurrão!!
                  A águia tomou-se da coragem que vinha de sua sabedoria interior. Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas, não haverá propósito para sua vida! Enquanto eles não aprenderem a voar, não compreenderão o privilégio que é nascer uma águia! O empurrão era o maior presente que ela podia oferecer-lhes! Era seu supremo ato de amor...
                 E então, um a um, ela os precipitou para o abismo... e eles voaram pela primeira vez!!

Estrela-do-Mar

                       Um homem, sábio e poeta, costumava fazer longas caminhadas pela praia, antes de escrever.
                       Certo dia, avistou à distância, um vulto que parecia dançar. Ao se aproximar, viu um rapaz que não dançava, mas se abaixava, apanhava algo na areia e, cuidadosamente, atirava ao mar.
                       - Bom dia, meu rapaz, o que está fazendo?
                       - Jogando estrelas-do-mar no oceano.
                       - Por que está fazendo isso?
                       - Preciso aproveitar o tempo. A maré está baixando, o sol está forte e, se eu não as atirar na água morrerão.
                       - Mas, meu jovem, você não percebe que há quilômetros e quilômetros de praias e estrelas-do-mar em todas elas? E que as poucas que você consegue salvar não fazem diferença alguma?
                       O jovem escutou atentamente e, curvando-se, apanhou mais uma estrela-do-mar e atirando-a para lá da arrebentação, disse:
                       - Para esta fez diferença!!
                       No dia seguinte, havia um sábio poeta ajudando um jovem a lançar estrelas-do-mar no oceano...

Vagalume

                      Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vagalume.
                      Este fugia rápido, com medo da feroz predadora e a serpente nem pensava em desistir.
                      Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada...
                      No terceiro dia, já sem forças, o vagalume parou e disse à cobra:
                      - Posso lhe fazer três perguntas?
                      - Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te devorar mesmo, pode perguntar...
                      - Pertenço à sua cadeia alimentar?
                      - Não.
                      - Eu te fiz algum mal?
                      - Não.
                      - Então, por que você quer acabar comigo?
                      - Porque não suporto ver você brilhar...

                                                VAMOS REFLETIR??

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Feliz Aniversário

                      Álvaro de Campos/Fernando Pessoa


No dia em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia mais ter esperanças.
Quando vim a olhar a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto de mim mesmo,
O que fui de coração e parentesco,
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui - ai, meu Deus!, o que só sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a humanidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos de louça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas - doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado -,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Para, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje não faço anos.
Duro.
Somam-se os dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

FESTIVAIS DA DÉCADA DE 80:

Diverdade - Diana Pequeno

                        Chico Maranhão

Eu sei que você fica preso no ar
Quando eu canto a minha moda,
Meu deserto, a minha trova,
Meu convento violado ou coisa mais

Vivei
Pra ver que sob a porta aberta
Desta escuridão
A luz suave e terna
Vai estender a mão
E a treva em torno toda
Clarear estrela nova
Para acabar com essa ideia
De achar que tudo tem que ter censura
Para acabar com essa mania
De querer tirar das ruas minha juventude

Eu sei que você fica preso no ar
Quando eu canto
Nestas horas de silêncio
A minha história, meus intentos
Com certeza ou coisa mais

Vivei cantando
E cantarei enquanto a voz cantar em mim
Enquanto voz tiver, enquanto for assim
Irei fazendo tudo clarear, estrela nova
Para acabar com essa ideia
De achar que tudo tem que ter censura
Para acabar com essa mania
De querer tirar das ruas minha juventude

Nunca entendi porque esta música não ficou classificada entre as três primeiras colocadas no Festival MPB em 1980... Recentemente, entrei em contato com o seu autor via e-mail e ele me falou o que muitos já sabem: alguns eventos são um jogo de cartas marcadas...

Registrei esta canção no dia do seu aniversário em minha agenda de 2010. Minha homenagem a você!!

Serra do Luar - Walter Franco

Amor
Vim te buscar
Em pensamento
Cheguei agora
... no vento

Amor não chora
De sofrimento
Cheguei agora
... no vento

Eu só voltei
Pra te contar
Viajei
Fui pra Serra do Luar
Mergulhei
Ah! Eu quis voar
Agora vem
Vem pra terra
Descansar

Viver
É afinar o instrumento
De dentro pra fora
De fora pra dentro
A toda hora
A todo momento
De dentro pra fora
De fora pra dentro...

Esta música participou do Festival MPB Shell realizado pela TV Globo em 1981. Dez anos depois, Leila Pinheiro fez uma belíssima regravação com arranjo de Guilherme Arantes em seu CD Outras Caras.

A Massa - Raimundo Sodré

                   Jorge Portugal/Raimundo Sodré

A dor da gente
É dor de menino acanhado
Menino bezerro pisado
No curral do mundo a penar
Que salta aos olhos
Igual ao gemido calado
A sombra do mal assombrado
É dor de nem poder chorar

Moinho de homens
Que nem jerimuns amassados
Mansos meninos domados
Passados medos iguais
Amassando a massa
A mão que amassa a comida
Esculpe, modela e castiga
Massa dos homens normais

Quando eu lembro da massa da mandioca, mãe
Da massa
Quando eu lembro da massa da mandioca, mãe
Da massa

Lelé, meu amor lelé
Lelé, meu amor lelé
No cabo da minha enxada
Não conheço um coroné

Eu quero, mas não quero, camará
" Mulé " minha na fusão, camará
Tá livre de um abraço, camará
Mas num tá de beliscão

Torna a repetir oi z'amor
Ai, ai, ai
Torna a repetir oi z'amor
Ai, ai, ai

É que o guarda-civil não quer a roupa no quarador
O guarda-civil não quer a roupa no quarador
Meu Deus onde vai quarar
Quarar essa massa
Meu Deus onde vai rolar
Rolar essa massa
Mas o trem corre é por cima da linha
O trem corre é por cima da linha

canção participante do Festival MPB realizado pela TV Globo em 1980. Tânia Alves e Elba Ramalho regravaram a música anos mais tarde...

Planeta Água - Guilherme Arantes

Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E desagua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No veu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranquilas
No leito dos lagos, no leito dos lagos
Água dos igarapés, onde Iara, mãe-d'água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora,
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva,
Alegre arco-iris sobre a plantação
Gotas de água da chuva, tão tristes
São lágrimas da inundação
Águas que movem moinhas
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra
Terra, planeta água

Canção vencedora do Festival MPB Shell  realizado em 1981 pela TV Globo. No ano seguinte, a cantora espanhola Ana Belen fez uma linda regravação da música em espanhol.

Estrelas - José Alexandre

                   Oswaldo Montenegro

Pela marca que nos deixa
A ausência de som que emana das estrelas
Pela falta que nos faz a nossa própria luz
A nos orientar
Doido corpo que se move
É a solidão dos bares que
A gente frequenta,
Pela mágica do dia
Que independeria da gente pensar
Não me fale do teu medo
Ah! Eu conheço inteira a tua fantasia
E é como se fosse pouca e a tua alegria
Não fosse bastar
Quando eu não estiver por perto
Canta aquela música
Que a gente ria,
É tudo que eu cantaria
E quando eu for embora
Você cantará

Foi Deus Que Fez Você - Amelinha

                              Luis Ramalho

Foi Deus que fez o céu
O rancho das estrelas
Fez também um seresteiro para conversar com elas
Fez a lua que prateia minha estrada de sorrisos
E a serpente que expulsou mais de um milhão do paraíso

Foi Deus que fez você
Foi Deus que fez o amor
Fez nascer a eternidade num momento de carinho
Fez até o anonimato dos afetos escondidos
E a saudade dos amores que já foram destruídos
Foi Deus

Foi Deus que fez o vento
Que sopra os seus cabelos
Foi Deus que fez o orvalho
Que molha o seu olhar, teu olhar
Foi Deus que fez a noite
E o violão plangente
Foi Deus que fez a gente
Somente para amar
Só para amar

Amelinha ficou em 2º lugar com esta música no Festival MPB realizado em 1980 pela TV Globo. Perla e Margareth Menezes fizeram belas regravações da canção.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Como cada signo diz " Eu Te Amo "

Áries:
Preciso lhe dizer que amo você e decidir como resolveremos isso...

Touro:
Tá, é verdade, eu te amo... mas não tô cobrando nada! Sei lá, depende de você...

Gêmeos:
Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo...

Câncer:
Você sabe que eu te amo, não sabe??

Leão:
Quando é que você vai perceber que eu te amo?!

Virgem:
Há muito tempo que eu estava para falar como eu amo você...

Libra:
Eu te amo muito... Apesar, é claro, das nossas diferenças...

Escorpião:
Será que eu estou falando grego?! Eu te amo, caramba!!

Sagitário:
Eu amo você, mas entenderei perfeitamente se não for recíproco...

Capricórnio:
Bom, eu te amo, como já deve notar. Pense nisso que depois conversaremos...

Aquário:
Antes de mais nada, eu amo você...

Peixes:
Oh, meu amor... minha vida... como te quero... como te amo...

Ossos do Ofício

                  Uma senhora pega um táxi e indica a direção do hotel onde está hospedada.
                  O taxista, por incrível que pareça, nada disse durante todo o percurso, até que a senhora resolveu fazer-lhe uma pergunta e tocou levemente seu ombro.
                   Ele gritou, perdeu o controle do carro e, por pouco, não provocou um acidente de terríveis proporções!
                   - Francamente... como é que eu ia saber que você dirige tão displicentemente ao ponto de quase ter um treco por conta de um simples toque no ombro?!
                    - Não me leve a mal, senhora, mas... é que esse é o meu primeiro dia como taxista!
                    - E o que o senhor fazia antes disso? - perguntou ela.
                    - Eu, por 25 anos, fui motorista de carro funerário...

Causo

                   Certo dia, eu estava na estrada com meu 147, e como era de se esperar, a jabiraca quebrou. Então, encostei o podrão  no acostamento e fiquei esperando alguém passar. Apareceu um Porsche Boxter bi-turbo, a 170 km/h.
                   Nisso, o cara do Porsche dá marcha ré e volta até o Fiat. Ele se oferece para rebocar a porra do Fiat, e eu aceitei a ajuda, mas pedi para não correr muito senão a jabiraca desmontava (óbvio!). E combinei que piscaria o farol toda vez que o Porsche estivesse correndo demais.
                   Então, o Porsche começou a rebocar a jabiraca e toda vez que passava de 60 km/h, eu fazia sinal com o farol (no singular mesmo!), porque para variar um deles estava em curto e não funcionava. E o cara do Porsche ia puxando a batedeira a 60 km/h no máximo, morrendo de tédio... Então aparece um Mitsubishi 3000 GT, que intima o Porsche. Este, não deixa barato e vai pro pau! 120, 130, 150, 190, 210, 240 km/h.
                    Eu já tava desesperado, piscando o farol que nem um louco e os dois alinhados...
                    Os caras passaram por um Posto Policial, mas nem veem o radar, que registra impressionantes 240 km/h!!
                    Então, o policial avisa pelo rádio o próximo Posto:
                    - " Atenção, um Porsche vermelho e um Mitsubishi preto disputando racha a mais de 240 km/h
na estrada, e juro pela minha mãezinha... um Fiat 147  atrás deles dando sinal de luz para ultrapassar... "

Puculando...

                  Desesperado, o chefe olha para o relógio e já não acreditando que um funcionário chegaria a tempo de fornecer uma informação importantíssima para uma reunião que estava começando, liga para o dito cujo:
                  - Alô - atende uma voz de criança, quase sussurrando.
                  - Alô, seu pai está?
                  - Tá... - ainda sussurrando.
                  - Posso falar com ele?
                  - Não - disse a criança bem baixinho.
                  Meio sem graça, o chefe tenta falar com algum outro adulto:
                  - E a sua mamãe? Ela está aí?
                  - Tá...
                  - Ela pode falar comigo?
                  - Não. Ela tá ocupada.
                  - Tem mais alguém aí??
                  - Tem... - sussurra.
                  - Quem?
                  - A puliça...
                  Um pouco surpreso, o chefe continua:
                  - O que ele tá fazendo aí?
                  - Ele tá conversando com o papai, com a mamãe e com o bombelo...
                  Ouvindo um grande barulho do outro lado da linha, o chefe pergunta assustado:
                  - Que barulho é esse?
                  - É o licópito...
                  - Um helicóptero?!
                  - É. Ele tloce uma equipe de busca!
                  - Minha nossa! O que está acontecendo por aí? - o chefe pergunta, já desesperado.
                  E a voz sussurra com um risinho safado:
                  - Eles tão me puculando...

sábado, 6 de novembro de 2010

Super-Homem - a canção

                                                                  Gilberto Gil

Um dia
Vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter
Que nada
Minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
E que me faz viver
Quem dera
Pudesse todo o homem compreender
Ó mãe, quem dera,
Ser o verão, o apogeu da primavera
E só por ela ser
Quem sabe
O super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa de mulher

Se eu não estiver enganado, o primeiro filme da série Super-Homem foi em 1978. Quase no final, um terremoto em um local deserto, engole o carro da jornalista que era a paixão do personagem. Como ele vai
salvar algumas pessoas, chega tarde na região onde está a garota. Não me lembro se ela grita ou ele vê ou sente alguma coisa, o certo é que, chegando mais próximo ele percebe que o carro está totalmente destruído e a mulher já sem vida. Transtornado com a cena, ele sobe e sai da Terra. Desesperado, ele velozmente gira
em movimento contrário e faz o tempo voltar para salvar a doce amada... Acredito que Gil inspirou-se nesse final para também finalizar sua música, alíás, sua bela poesia!!


Porta do Sol

                    Flávio Eduardo

Somos a porta do sol
Deste país tropical
Somos a mata verde, a esperança
Somos o sol do extremo oriental

A lua fez um poema
Nas palhas do coqueiral
Eu escrevi seu nome nas areias
No coração do extremo oriental

A luz do interior
Brilhou lá na capital
E clareou o céu na Borborema
No Cariri do extremo oriental

Salve o sertão, o brejo, a Borborema
Que vem saudar o extremo oriental
O calor do verão chegou pra te abraçar
Essa alegria é beira de mar

música de abertura do segundo disco da cantora Renata Arruda; o cd é lindo...

Estrada de Canindé

                  Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira


Ai, ai, que bom
Que bom
Que bom que é
Uma estrada e uma cabocla
Como a gente andando a pé

Ai, ai, que bom
Que bom
Que bom que é
Uma estrada e a lua branca
No sertão de Canindé
Automóvel lá nem se sabe
Se é homem ou se é mulher
Quem é rico anda em burrico
E quem é pobre anda a pé

Mas o pobre vê nas estradas
O orvalho beijando a flor
Vê de perto o galo campina
Que quando canta muda de cor
Vai molhando os pés no riacho
Que água fresca,
Nosso Senhor!
Vai olhando coisa a granel
Coisas que pra mó de vê
Um cristão tem que andar a pé

bonita gravação da cantora Carmélia Alves

Filho de Santa Maria

                   Itamar Assumpção/Paulo Leminski

Hoje eu saí lá fora
Como se tudo já tivesse havido
Já tivesse havido a guerra
A festa
Já tivesse havido
E eu, e eu, e eu
Fosse puro espírito
E eu, e eu, e eu
Fosse puro espírito

Aqui tô eu pra te proteger
Dos perigos da noite, do dia
Sou fogo, sou terra, sou água, sou gente
Eu também sou filho de Santa Maria

Se Dona Maria soubesse
Que o filho pecava e pecava tão lindo
Pegava o pecado e jogava de lado
E fazia da Terra uma estrela
Sorrindo

música da CD " Mais Simples ", de 1996, da cantora Zizi Possi

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Boa Resposta

         Aconteceu na PUC-RS:
         Uma professora universitária estava acabando de dar as últimas
orientações para os alunos acerca da prova final que ocorreria no dia seguinte.
         Finalizou alertando que não haveria desculpas para a falta de nenhum aluno,
com exceção de um grave ferimento, doença ou morte de algum parente próximo.
         Um engraçadinho que sentava no fundo da classe, perguntou com aquele velho ar de cinismo:
         - Dentre esses motivos justificados, podemos incluir o de extremo cansaço por atividade
sexual??
         A classe explodiu em gargalhadas, com a professora aguardando pacientemente que o silêncio
fosse restabelecido. Tão logo isso ocorreu, ela olhou para o palhaço e respondeu:
        - Isto não é motivo justificado. Como a prova será em forma de múltipla escolha, você pode
vir para a classe e escrever com a outra mão... ou, se não puder sentar-se, pode respondê-la
em pé...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

" Esselentíssimo Juiz "

Certa vez, ao transitar pelos corredores do fórum, fui chamado
por um dos juízes ao seu gabinete.
- Olha só que erro ortográfico grosseiro temos nessa petição!!!
Estampado logo na primeira linha do petitório lia-se:
" esselentíssimo juiz ".
Gargalhando, o magistrado perguntou:
- Por acaso esse advogado foi seu aluno na Faculdade?
- Foi sim - reconheci.
Mas onde está o erro ortográfico a que o senhor se refere?
O juiz pareceu surpreso:
- Ora meu caro, acaso você não sabe como se escreve a palavra
excelentíssimo?
Então expliquei-me:
- Acredito que a expressão pode significar duas coisas
diferentes. Se o colega desejava se referir
à excelência dos seus serviços,
o erro ortográfico efetivamente é grosseiro. Entretanto, se fazia
alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco
reside apenas na junção inapropriada de duas palavras.
O certo, então, seria dizer " esse lentíssimo juiz ".
Depois disso, aquele magistrado nunca mais aceitou com
naturalidade, o tratamento de excelentíssimo juiz.
Sempre pergunta:
- Devo receber a expressão como extremo de excelência
ou como superlativo de lento?


Significação Múltipla

O uso do vocábulo merda é uma questão de educação. Ninguém pode negar que o utilizamos para múltiplas circunstâncias relacionadas com muitíssimas coisas. Por exemplo:
1- Orientação geográfica:
" vá à merda! "
2- Adjetivo qualificativo:
" você é um merda! "
3- Momento de ceticismo:
" não acredito em merda nenhuma! "
4- Desejo de vingança:
" vou fazê-lo virar merda! "
5- Acidente:
" fez merda, né?! "
6- Efeito visual:
" não se enxerga merda nenhuma! "
7- Sensação olfativa:
" cheira a merda... "
8- Dúvida na despedida:
" por que você não vai à merda? "
9- Especulação de conhecimento:
" que merda é será isto? "
10- Momento de surpresa:
" merda!! "
11- Atitude de ressentimento:
" não me deu merda nenhuma de presente! "
12- Sensação gustativa:
" isto tem gosto de merda! "
13- Admiração:
" puta merda! "
14- Ato de impotência:
" esta merda não fica dura! "
15- Desejo de ânimo:
" rápido com essa merda! "
16- Situação de desordem:
" tudo está uma merda! "
17- Rejeição, despeito:
" o que ele pensa, essa merda? "
18- Situação alquimista:
" tudo o que ele toca vira merda! "
19- Crise das 18 horas:
" ainda bem que estou indo embora dessa merda!! "

" Vendedô Ezemplá "

O gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores:
" Seo Gomis, o criente de belzonte pidiu mais cuatrucenta pessa. Faz favor toma as
providenssa, Abrasso, Nirso. "
Aproximadamente uma hora depois, recebeu outro:
" Seo Gomis, os relatorio di venda vai xega atrazado proque to fexando umas venda. Temo
que manda treis mil pessa. Amanha to xegando Abrasso, Nirso."
No dia seguinte:
" Seo Gomis, num xeguei pucausa de que vendi maiz deis miu em Beraba.
To indo pra Brazilha. Abrasso, Nirso ".
No outro:
" Seo Gomis, Brazilha fexo 20 miu. Vo pra Frolinopolis e de lá pra Sum Paulo no vinhão das
cete hora. Abrasso, Nirso ".
E assim foi o mês inteiro.
O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente as mensagens que
recebeu do vendedor.
O presidente, um homem muito preocupado com o desenvolvimento da empresa e com a cultura dos
funcionários, escutou atentamente o gerente e disse:
- Deixa comigo, que eu tomo as providências necessárias. E tomou.
Redigiu de próprio punho um aviso e afixou no mural da empresa, juntamente com os faxes do vendedor:
" A parti de oje tudo vamo fazê feito o Nirso. Si priocupá menos em iscrevê serto, mode vendê
maiz. Acinado, O prizidenti. "