sábado, 9 de setembro de 2023

Terapia Libertadora

Diante das admiráveis conquistas psicológicas modernas, apresentando terapêuticas valiosas para os graves problemas emocionais da criatura humana, não podemos subestimar os recursos excepcionais que nos foram  ministrados por Jesus, desde há vinte séculos.

Ensinando a liberação dos traumas e dos conflitos que geram as emoções perturbadoras, os hodiernos tratadistas da psicoterapia recomendam as ações nobilitantes dos pacientes, o autoconhecimento, a expansão dos sentimentos nobres, a alegria nas suas várias facetas, o inter-relacionamento social, ao lado de outros mecanismos que contribuem para uma existência sadia, rica de criatividade e de realização.

Se fizermos uma releitura do Evangelho de Jesus, iremos encontrar as mesmas diretrizes, exaradas em propostas simples quão eficientes, contribuindo para que o mesmo se realize, superando os limites e as constrições que oprimem e afligem o ser.

Ame indiscriminadamente - é a recomendação central, porque o amor é método de libertação de todas as mazelas emocionais e agente poderoso de renovação, motivador de crescimento íntimo e realização pessoal.

Perdoe, sem condicionamento - constituindo a consequência do amor, única maneira de vencer os complexos de inferioridade, de narcisismo, filhos diletos do orgulho insensato.

Caminhe ao lado de quem necessita de companhia - sendo um impositivo de solidariedade, participando dos problemas do outro, graças ao que, constata a insignificância das próprias dificuldades.

Ajude em qualquer circunstância - tornando-se uma terapia de ação benéfica, que permite o olvido das queixas e autoflagelação diante das inumeráveis necessidades das demais pessoas.

Ore sempre - através deste processo, utilizando-se a autoanálise, descobre-se a realidade íntima e ilumina-se pelo esclarecimento de que se torna possuidor.

Todas as propostas de Jesus convidam o indivíduo para o encontro da própria consciência, o descobrimento da identidade e a superação da sombra da personalidade doentia.

O homem ignora-se, mantendo uma atitude infantil, que teima por impor ao grupo social no qual se movimenta.

Crê-se merecedor de consideração e assistência, que nega aos companheiros.

Supõe que a vida lhe deve ser colocada a serviço dos caprichos, em postura egocêntrica, que não faculta aos outros.

Reclama sofrer de carências de vária ordem, que recusa diminuir nos mais necessitados.

Coloca-se em uma posição de vítima, enquanto se torna indiferente, quando não se transforma em sicário de outras criaturas.

Permite-se direitos e créditos, que não concede a ninguém.

A sua, como efeito, é uma jornada solitária, por desprezo sistemático às Leis da Vida.

Nisto consistem as mais graves enfermidades, nas quais se apoiam os indivíduos que elegem a acomodação e a autopiedade como mecanismos de evasão dos compromissos que lhes cumpre atender.

O Evangelho conclama a uma fé dinâmica, objetiva, racional e produtiva.

Propõe a saída da ilha do egoísmo, para a conquista das praias da solidariedade.

Quem se negue a praticá-lo, incide nas patologias psicológicas e em algumas de outras áreas, carecendo de tratamento especializado.

Não obstante, mesmo após esses valiosos recursos, se não muda de atitude interior, adotando o comportamento do amor, do perdão, do auxílio fraternal, da autoiluminação, volve às posturas primitivas e enfermiças, porquanto, só na doação que induz ao auto-oferecimento é que o homem se realiza e se plenifica, adquire a saúde real.


Retirado do livro Momentos de Harmonia; Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 3ª Edição, 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário