quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Causo

                   Certo dia, eu estava na estrada com meu 147, e como era de se esperar, a jabiraca quebrou. Então, encostei o podrão  no acostamento e fiquei esperando alguém passar. Apareceu um Porsche Boxter bi-turbo, a 170 km/h.
                   Nisso, o cara do Porsche dá marcha ré e volta até o Fiat. Ele se oferece para rebocar a porra do Fiat, e eu aceitei a ajuda, mas pedi para não correr muito senão a jabiraca desmontava (óbvio!). E combinei que piscaria o farol toda vez que o Porsche estivesse correndo demais.
                   Então, o Porsche começou a rebocar a jabiraca e toda vez que passava de 60 km/h, eu fazia sinal com o farol (no singular mesmo!), porque para variar um deles estava em curto e não funcionava. E o cara do Porsche ia puxando a batedeira a 60 km/h no máximo, morrendo de tédio... Então aparece um Mitsubishi 3000 GT, que intima o Porsche. Este, não deixa barato e vai pro pau! 120, 130, 150, 190, 210, 240 km/h.
                    Eu já tava desesperado, piscando o farol que nem um louco e os dois alinhados...
                    Os caras passaram por um Posto Policial, mas nem veem o radar, que registra impressionantes 240 km/h!!
                    Então, o policial avisa pelo rádio o próximo Posto:
                    - " Atenção, um Porsche vermelho e um Mitsubishi preto disputando racha a mais de 240 km/h
na estrada, e juro pela minha mãezinha... um Fiat 147  atrás deles dando sinal de luz para ultrapassar... "

Puculando...

                  Desesperado, o chefe olha para o relógio e já não acreditando que um funcionário chegaria a tempo de fornecer uma informação importantíssima para uma reunião que estava começando, liga para o dito cujo:
                  - Alô - atende uma voz de criança, quase sussurrando.
                  - Alô, seu pai está?
                  - Tá... - ainda sussurrando.
                  - Posso falar com ele?
                  - Não - disse a criança bem baixinho.
                  Meio sem graça, o chefe tenta falar com algum outro adulto:
                  - E a sua mamãe? Ela está aí?
                  - Tá...
                  - Ela pode falar comigo?
                  - Não. Ela tá ocupada.
                  - Tem mais alguém aí??
                  - Tem... - sussurra.
                  - Quem?
                  - A puliça...
                  Um pouco surpreso, o chefe continua:
                  - O que ele tá fazendo aí?
                  - Ele tá conversando com o papai, com a mamãe e com o bombelo...
                  Ouvindo um grande barulho do outro lado da linha, o chefe pergunta assustado:
                  - Que barulho é esse?
                  - É o licópito...
                  - Um helicóptero?!
                  - É. Ele tloce uma equipe de busca!
                  - Minha nossa! O que está acontecendo por aí? - o chefe pergunta, já desesperado.
                  E a voz sussurra com um risinho safado:
                  - Eles tão me puculando...

sábado, 6 de novembro de 2010

Super-Homem - a canção

                                                                  Gilberto Gil

Um dia
Vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter
Que nada
Minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
E que me faz viver
Quem dera
Pudesse todo o homem compreender
Ó mãe, quem dera,
Ser o verão, o apogeu da primavera
E só por ela ser
Quem sabe
O super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa de mulher

Se eu não estiver enganado, o primeiro filme da série Super-Homem foi em 1978. Quase no final, um terremoto em um local deserto, engole o carro da jornalista que era a paixão do personagem. Como ele vai
salvar algumas pessoas, chega tarde na região onde está a garota. Não me lembro se ela grita ou ele vê ou sente alguma coisa, o certo é que, chegando mais próximo ele percebe que o carro está totalmente destruído e a mulher já sem vida. Transtornado com a cena, ele sobe e sai da Terra. Desesperado, ele velozmente gira
em movimento contrário e faz o tempo voltar para salvar a doce amada... Acredito que Gil inspirou-se nesse final para também finalizar sua música, alíás, sua bela poesia!!


Porta do Sol

                    Flávio Eduardo

Somos a porta do sol
Deste país tropical
Somos a mata verde, a esperança
Somos o sol do extremo oriental

A lua fez um poema
Nas palhas do coqueiral
Eu escrevi seu nome nas areias
No coração do extremo oriental

A luz do interior
Brilhou lá na capital
E clareou o céu na Borborema
No Cariri do extremo oriental

Salve o sertão, o brejo, a Borborema
Que vem saudar o extremo oriental
O calor do verão chegou pra te abraçar
Essa alegria é beira de mar

música de abertura do segundo disco da cantora Renata Arruda; o cd é lindo...

Estrada de Canindé

                  Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira


Ai, ai, que bom
Que bom
Que bom que é
Uma estrada e uma cabocla
Como a gente andando a pé

Ai, ai, que bom
Que bom
Que bom que é
Uma estrada e a lua branca
No sertão de Canindé
Automóvel lá nem se sabe
Se é homem ou se é mulher
Quem é rico anda em burrico
E quem é pobre anda a pé

Mas o pobre vê nas estradas
O orvalho beijando a flor
Vê de perto o galo campina
Que quando canta muda de cor
Vai molhando os pés no riacho
Que água fresca,
Nosso Senhor!
Vai olhando coisa a granel
Coisas que pra mó de vê
Um cristão tem que andar a pé

bonita gravação da cantora Carmélia Alves

Filho de Santa Maria

                   Itamar Assumpção/Paulo Leminski

Hoje eu saí lá fora
Como se tudo já tivesse havido
Já tivesse havido a guerra
A festa
Já tivesse havido
E eu, e eu, e eu
Fosse puro espírito
E eu, e eu, e eu
Fosse puro espírito

Aqui tô eu pra te proteger
Dos perigos da noite, do dia
Sou fogo, sou terra, sou água, sou gente
Eu também sou filho de Santa Maria

Se Dona Maria soubesse
Que o filho pecava e pecava tão lindo
Pegava o pecado e jogava de lado
E fazia da Terra uma estrela
Sorrindo

música da CD " Mais Simples ", de 1996, da cantora Zizi Possi

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Boa Resposta

         Aconteceu na PUC-RS:
         Uma professora universitária estava acabando de dar as últimas
orientações para os alunos acerca da prova final que ocorreria no dia seguinte.
         Finalizou alertando que não haveria desculpas para a falta de nenhum aluno,
com exceção de um grave ferimento, doença ou morte de algum parente próximo.
         Um engraçadinho que sentava no fundo da classe, perguntou com aquele velho ar de cinismo:
         - Dentre esses motivos justificados, podemos incluir o de extremo cansaço por atividade
sexual??
         A classe explodiu em gargalhadas, com a professora aguardando pacientemente que o silêncio
fosse restabelecido. Tão logo isso ocorreu, ela olhou para o palhaço e respondeu:
        - Isto não é motivo justificado. Como a prova será em forma de múltipla escolha, você pode
vir para a classe e escrever com a outra mão... ou, se não puder sentar-se, pode respondê-la
em pé...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

" Esselentíssimo Juiz "

Certa vez, ao transitar pelos corredores do fórum, fui chamado
por um dos juízes ao seu gabinete.
- Olha só que erro ortográfico grosseiro temos nessa petição!!!
Estampado logo na primeira linha do petitório lia-se:
" esselentíssimo juiz ".
Gargalhando, o magistrado perguntou:
- Por acaso esse advogado foi seu aluno na Faculdade?
- Foi sim - reconheci.
Mas onde está o erro ortográfico a que o senhor se refere?
O juiz pareceu surpreso:
- Ora meu caro, acaso você não sabe como se escreve a palavra
excelentíssimo?
Então expliquei-me:
- Acredito que a expressão pode significar duas coisas
diferentes. Se o colega desejava se referir
à excelência dos seus serviços,
o erro ortográfico efetivamente é grosseiro. Entretanto, se fazia
alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco
reside apenas na junção inapropriada de duas palavras.
O certo, então, seria dizer " esse lentíssimo juiz ".
Depois disso, aquele magistrado nunca mais aceitou com
naturalidade, o tratamento de excelentíssimo juiz.
Sempre pergunta:
- Devo receber a expressão como extremo de excelência
ou como superlativo de lento?


Significação Múltipla

O uso do vocábulo merda é uma questão de educação. Ninguém pode negar que o utilizamos para múltiplas circunstâncias relacionadas com muitíssimas coisas. Por exemplo:
1- Orientação geográfica:
" vá à merda! "
2- Adjetivo qualificativo:
" você é um merda! "
3- Momento de ceticismo:
" não acredito em merda nenhuma! "
4- Desejo de vingança:
" vou fazê-lo virar merda! "
5- Acidente:
" fez merda, né?! "
6- Efeito visual:
" não se enxerga merda nenhuma! "
7- Sensação olfativa:
" cheira a merda... "
8- Dúvida na despedida:
" por que você não vai à merda? "
9- Especulação de conhecimento:
" que merda é será isto? "
10- Momento de surpresa:
" merda!! "
11- Atitude de ressentimento:
" não me deu merda nenhuma de presente! "
12- Sensação gustativa:
" isto tem gosto de merda! "
13- Admiração:
" puta merda! "
14- Ato de impotência:
" esta merda não fica dura! "
15- Desejo de ânimo:
" rápido com essa merda! "
16- Situação de desordem:
" tudo está uma merda! "
17- Rejeição, despeito:
" o que ele pensa, essa merda? "
18- Situação alquimista:
" tudo o que ele toca vira merda! "
19- Crise das 18 horas:
" ainda bem que estou indo embora dessa merda!! "

" Vendedô Ezemplá "

O gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores:
" Seo Gomis, o criente de belzonte pidiu mais cuatrucenta pessa. Faz favor toma as
providenssa, Abrasso, Nirso. "
Aproximadamente uma hora depois, recebeu outro:
" Seo Gomis, os relatorio di venda vai xega atrazado proque to fexando umas venda. Temo
que manda treis mil pessa. Amanha to xegando Abrasso, Nirso."
No dia seguinte:
" Seo Gomis, num xeguei pucausa de que vendi maiz deis miu em Beraba.
To indo pra Brazilha. Abrasso, Nirso ".
No outro:
" Seo Gomis, Brazilha fexo 20 miu. Vo pra Frolinopolis e de lá pra Sum Paulo no vinhão das
cete hora. Abrasso, Nirso ".
E assim foi o mês inteiro.
O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente as mensagens que
recebeu do vendedor.
O presidente, um homem muito preocupado com o desenvolvimento da empresa e com a cultura dos
funcionários, escutou atentamente o gerente e disse:
- Deixa comigo, que eu tomo as providências necessárias. E tomou.
Redigiu de próprio punho um aviso e afixou no mural da empresa, juntamente com os faxes do vendedor:
" A parti de oje tudo vamo fazê feito o Nirso. Si priocupá menos em iscrevê serto, mode vendê
maiz. Acinado, O prizidenti. "