segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A volta de um personagem do século XVI ao Brasil


Em pleno século XX, o Sr. Teixeira, um grande professor brasileiro do século XVI, voltou à Terra e chegando à sua cidade ficou abismado com o que viu: as casas altíssimas e cheias de janelas; as ruas eram pretas e passavam umas sobre as outras com uma infinidade de máquinas andando em alta velocidade; o povo falava muitas palavras que o professor Teixeira não conhecia (poluição, telefone, avião, rádio, metrô, cinema, televisão); os cabelos do povo pareciam com o tempo das cavernas... e as roupas deixavam o professor ruborizado.

Muito surpreso e preocupado com a mudança, o professor visitou a cidade inteira e cada vez compreendia menos o que estava acontecendo. Resolveu então visitar a Igreja, mas que susto levou! O padre rezava a missa em português e de costas para o altar, o órgão estava parado e um grupo de cabeludos tocava nas guitarras uma música estranha ao invés do canto gregoriano. O desespero do professor aumentava, mas ainda resolveu visitar algumas famílias. Mas... o que significava aquilo? Depois do jantar todos se reuniam durante horas para adorar um aparelho que mostrava imagens e emitia sons. O professor Teixeira ficou impressionado com a capacidade de concentração de todos. Ninguém falava uma palavra diante do aparelho.

Tudo havia mudado completamente e o Sr. Teixeira desanimava cada vez mais até que resolveu visitar uma escola. Foi uma ideia sensacional porque quando lá chegou sentiu a paz e  a tranquilidade que procurava. Tudo continuava da mesma forma como ele havia deixdo: as carteiras uma atrás da outra, o professor falando, falando... e os alunos escutando, escutando...

Extraído do Jornal " Comunicação e Expressão " (sem autoria ou data).

Lourdes


Atenciosa
Carinhosa
Tranquila
Solidária

Calma
Vagarosa
Amorosa
Sorridente

Discreta
Religiosa
Fervorosa

Simples
Resignada
Misteriosa

Minha homenagem à Tia Lourdes, que no dia de hoje recuperou minhas forças através do seu olhar carinhoso e sua forte presença... Obrigado

Daniel na Cova dos Leões

                            Renato Russo/Renato Rocha

Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo:
De amargo e então salgado ficou doce,
Assim que o teu cheiro forte e lento
Fez casa nos meus braços e ainda leve
E forte e cego e tenso fez saber
Que ainda era muito e muito pouco.

Faço nosso o meu segredo mais sincero
E desafio o instinto dissonante.
A insegurança não me ataca quando erro
E o teu momento passa a ser o meu instante.
E o teu medo de ter medo de ter medo
Não faz da minha força confusão:
Teu corpo é o meu espelho e em ti navego
E sei que tua correnteza não tem direção.

Mas, tão certo quanto o erro de ser barco
A motor e insistir em usar os remos,
É o mal que a água faz, quando se afoga
E o salva-vidas não está lá porque não vemos.

Música do CD " Dois " da Legião Urbana lançado em 1986. Homenagem a um Daniel que me fez um gesto muito carinhoso no dia de hoje... Obrigado!!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Eternas Ligações

                 Augusto César/Paulo Sérgio Valle

 Dói demais pensar que terminou
Que você não me quer mais
Que a saudade é tudo que ficou
Ah, como eu sou frágil sem você
O que foi que eu fiz de mim
Que loucura alguém amar assim
Dói demais dormir com a solidão
E acordar de madrugada
Tão distante do teu coração
Fica esse desejo de voltar
Como o vai e vem do mar
Procurando terra pra chegar
Pelo menos diga que sofreu
Que ficou como eu estou
Diz que ainda não me esqueceu
Estou me agarrando na ilusão
Sem saber o que é que eu faço
Pra tirar você do coração
É difícil separar
O que a vida quer juntar
Diz o que é que eu faço pra não te perder
São carinhos e paixões
São eternas ligações
O meu coração ainda quer você
Pode ser um erro amar assim
Mas você ficou em mim
Essa vida é nada sem você

música do CD " Alma, Coração E Vida " de Joanna, lançado em 1993.

Logo Agora

                     Michael Sullivan/Paulo Massadas

 Logo agora
Quando mais preciso você vai embora
Eu que tanto acreditei
E logo agora
Você chega e pede para eu te esquecer
Logo agora
Você pede um grande amor e joga fora
Pra seguir o teu caminho mundo afora
Procurando o que não sabe oferecer

É loucura
Você vai desperdiçar a tua vida
Você vai despedaçar a minha vida
Com certeza você não sabe o que diz

É loucura
Ninguém muda tanto assim tão de repente
Quero ver você dizer na minha frente
Que sem mim você consegue ser feliz
O futuro há de ser o teu juiz

Vai me abandonar
Vai falar de mim
Mas jamais vai me esquecer tão fácil assim
Vai me abandonar
Vai falar de mim
Mas jamais vai aceitar que chegue ao fim

música do CD " Alma, Coração E Vida " de Joanna, lançado em 1993.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Desde que te perdi

                Kevin Johansen - versão: Moska

Desde que te perdi
Estão se apaixoando todos por mim
E até alguns já querem me convencer
Que com eles eu posso ser feliz

Desde que te perdi
As portas vêm se abrindo de par em par
Me abrem até a Porta de Alcalá
E eu aproveito para experimentar

Desde que te perdi
Minha alma foi libertada
Desde que te perdi
Não me importa nada de nada

Desde que te perdi
A vida me sorri com felicidade
Tenho trabalho e muita estabilidade
E agora frequento a alta sociedade

Nas festinhas do apê
Os príncipes me sorriem de quando em vez
Alguns me dizem num lindo português
Que estou na capa da Playboy do mês

Desde que te perdi
Faço o que quero animada
Desde que te perdi
Não tenho vontade de nada

Desde que te perdi
Tomamos uns chopinhos por aí
Percebo que não és o mesmo sem mim
Tua vida agora também está mais feliz

Desde que te perdi, desde que me perdeste
Desde que me perdi, desde que te perdeste

música do CD Outonos de Regina Souza, lançado em 2009.

Você Em Minha Vida

                        Roberto/Erasmo

Você foi a melhor coisa que eu tive
Mas o pior também em minha vida
Você foi o amanhecer cheio de luz e de calor
Em compensação o anoitecer, a tempestade, a dor
Você foi o meu sorriso de chegada
E a minha lágrima de adeus

Aquele grande amor que nós tivemos
E todas as loucuras que fizemos
Foi o sonho mais bonito que um dia alguém sonhou
E a realidade triste quando tudo se acabou
Você foi o meu sorriso de chegada, tudo e nada
E adeus

Você me mostrou o amanhecer de um lindo dia
Me fez feliz, me fez viver
Num mundo cheio de amor e de alegria
E me deixou no anoitecer

E agora, todas as coisas do passado
Não passam de recordações presentes
De momentos que, por muito tempo
Ainda vão estar
Na alegria ou na tristeza
Toda vez que eu me lembrar
Que você foi meu sorriso de chegada
E a minha lágrima de adeus

regravação belíssima de Leila Pinheiro em seu CD " Mais Coisas do Brasil " de 2001.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Outra Vez

                       Isolda

Você foi o maior dos meus casos
De todos os abraços
O que eu nunca esqueci
Você foi dos amores que eu tive
O mais complicado
E o mais simples pra mim
Você foi o melhor dos meus erros
A mais estranha história
Que alguém já escreveu
E é por essas e outras
Que a minha saudade faz lembrar
De tudo outra vez

Você foi a mentira sincera
Brincadeira mais séria
Que me aconteceu
Você foi o caso mais antigo
O amor mais amigo que me apareceu
Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim
Outra Vez

Esqueci de tentar te esquecer
Resolvi te querer por querer
Decidi te lembrar quantas vezes
Eu tenha a vontade sem nada perder

Você foi toda a felicidade
Você foi a maldade que só me fez bem
Você foi o melhor dos meus planos
E o maior dos enganos que eu pude fazer
Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim
Outra Vez

Sou Eu

                       Isolda/Eduardo Dusek

Pedi pro sol me responder o que é o amor
Ele me falou é um grande fogo
Procurei nos búzios e tornei a perguntar
Eles me disseram o amor é um jogo
Lembrei que a Lua tinha muito pra contar
Ela se abriu pra mim
Disse que o amor usa tantas fases
É uma luz que não tem fim

Eu pedi pro vento que soprasse o que é o amor
Ele garantiu é tempestade
Bandos de estrelas me contaram sem piscar
O amor é pura eternidade
Sem saber direito perguntei pro coração
Que sem medo respondeu
O amor é fogo, água, céu e terra
Sente o amor, sou eu

Sou eu quem gera essa energia que conduz
Seu coração a essa estrada essa luz
O amor é fogo, água, céu e terra
Sente o amor sou eu

Sou eu quem salva o teu caminho da ilusão
Eu que te consagro repetiu o coração
O amor é fogo, água, céu e terra
Sente o amor sou eu

música que dá título ao CD de 1993 da cantora Simone.

domingo, 7 de outubro de 2012

Zizi Possi

                   Mauro Ferreira  

 " O tempo não para e, no entanto, ele nunca envelhece ", já  disse o mestre Caetano Veloso nas vozes de Gal Costa e Roberto Carlos. A voz laminada de Maria Izildinha Possi - Zizi, para o público brasileiro - tem atravessado o tempo sem perder o brilho. Paulista nascida artisticamente em Salvador (Bahia), onde aos 19 anos começou sua caminhada artística cantando músicas da dupla Roberto e Erasmo Carlos, Zizi chamou a atenção do público pela primeira vez com sua dilacerante interpretação de " Pedaço de Mim ". Nascia nacionalmente uma estrela em meio à constelação revelada no final dos anos 70. Muitas caíram como meteoritos e Zizi ficou. E, se ela permaneceu, não foi apenas pela afinação de sua voz platinada de soprano. Sempre antenada com os bons compositores da MPB, Zizi mostrou logo nos seus primeiros trabalhos que olhava o futuro sem esquecer do passado. Coerente, sempre reservou espaços nos seus discos para atualizações de clássicos como " Nunca ". Ao mesmo tempo, deu sua leitura quase instantânea para as saudáveis novidades das paradas, gravando pérolas como " Meu Bem Querer " e " Como Uma Onda ", logo após seus lançamentos. E assim se passaram dez anos. Na sua década de PolyGram, Zizi soube renovar seu trabalho sem deteriorá-lo. A cantora que, em 1989, recriou em ritmo de bossa nova a balada jazzística " You've changed " (" Quem Diria ", na versão de Nelson Motta) é tão íntegra quanto a (quase) novata intérprete que, em 1980, frequentou as paradas radiofônicas com a virtuosa interpretação da bela " Meu Amigo, Meu Herói ". O autor da composição, Gilberto Gil, seria, aliás, parcialmente responsável pela volta de Zizi ao play-list das rádios, em 1987, ano em que a voz macia da cantora cantou " A Paz " com sucesso nacional

Sucesso, porém, nunca foi encarado como meta por Zizi e, sim, como consequência do trabalho bem-feito. E da vontade de experimentar. Primeira intérprete a gravar músicas de Eduardo Dusek (registrou " Ave " no seu primeiro disco), Zizi viajou no lirismo romântico de " Eu Velejava Em Você ", jóia do então promissor Dusek. Três anos mais tarde, gravaria a refinada " Luíza " - obra-prima de Tom Jobim - em  homenagem à filha do mesmo nome, na época recém-nascida.

Famosa como cantora, Zizi tem também um menos conhecido lado dramático, exercitado por ela nos tempos em que cantava nos bailes da vida de Salvador (participou como atriz, cantora, compositora e pianista do musical " Marilyn Miranda " - trampolim para o seu reconhecimento artístico no Sul do País). Irmã do conceituado diretor teatral José Possi Neto, essa paulistana do Brás, nascida em março de 1956, brilhou também ao desvendar os véus melódicos e poéticos de " O Circo Místico ", tema da obra homônima, idealizada pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo.

Dentro dessa diversidade de repertório (seus discos nunca foram dominados por um determinado estilo de compositor), Zizi construiu uma discografia rica, que soma dez discos gravados na PolyGram. Ela soube ser pop sem ser banal e, mais que do que isso, soube dar uma virada posterior em direção a um estilo mais cool, denso e contido - a tônica de seus últimos trabalhos. Como o tempo descrito por Caetano Veloso, o trabalho de Zizi Possi não para e nunca envelhece. É que ele é o reflexo da alma de uma artista que tem, acima de tudo, personalidade. 

Algumas observações para contextualizar o que foi escrito!
Este texto foi escrito por Mauro Ferreira para a contracapa de uma das primeiras coletâneas da carreira de Zizi Possi intitulada " Personalidade ",  lançada em 1991, tanto é que o autor faz um trocadilho ao finalizar suas palavras. 

Corrigindo e atualizando: a música " Ave " de Eduardo Dusek foi gravada no segundo disco dela, e não no primeiro como ficou registrado. A gravadora "PolyGram" hoje é a  "Universal Music".

DISCOGRAFIA: 

1978 - Flor do Mal
1979- Pedaço de Mim
1980- Zizi Possi
1981- Um Minuto Além
1982- Asa Morena
1983- Pra Sempre e Mais Um Dia
1984- Dê Um Rolê
1986- Zizi
1987- Amor & Música
1989- Estrebucha Baby
1991- Sobre Todas as Coisas
1993- Valsa Brasileira
1996- Mais Simples
1997- Per Amore
1998- Passione
1999- Puro Prazer 
2001- Bossa
2005- Pra Inglês Ver... e Ouvir