sábado, 31 de julho de 2021

Lei da Vida

Ninguém se evade das consequências dos próprios atos. Estas são inevitáveis no processo evolutivo de todas criaturas.

Conforme seja a ação, desencadeia-se a reação. Por isso mesmo, o homem vive segundo age.

Nem sempre, porém, os resultados se fazem imediatos.

Há tempo para semear, quanto o há para colher.

A trilha de cada criatura é percorrida com os pés do esforço pessoal.

Indispensável, portanto, pensar antes de agir, de modo a não se arrepender, ao raciocinar depois.

Produze, a cada momento, uma sementeira de amor, deixando pela estrada percorrida os sinais da esperança e do bem.

Talvez retornes pelo mesmo caminho, realizando uma nova experiência. E, se, por acaso, não volveres por aí, aqueles que irás percorrer te bendirão o labor realizado.

Sê tu aquele que acende luzes na treva do minante.

A viagem evolutiva se faz assinalar pelas conquistas incessantes, que respondem pela promoção moral e espiritual do indivíduo.

Há quem se compraz na ignorância, porque o conhecimento lhe é estranho.

Teimam, muitos homens, pela permanência na arbitrariedade.

Pessoas agem, equivocadamente, no disfarce do oculto, acreditando-se dribladoras da honestidade, do correção, do dever.

Sorriem, enganadas, supondo-se livres do escândalo, ou, escamoteando a verdade, creem-se indenes ao escárnio, à cobrança pelas suas vítimas.

Quiçá permaneçam ignoradas pelos demais as suas ações ignóbeis; nunca, no entanto, pela própria consciência, que reflete a presença de Deus em todos os indivíduos.

É até mesmo provável que o culpado não venha a ser acusado publicamente, e passe pela vida respeitado por todos.

Isso, todavia, não é importante.

Ele jamais fugirá de si mesmo, das suas recordações.

O tempo não para, mas os efeitos de cada um permanecem.

Um dia ressumam dos arquivos da memória os lances dos atos perpetrados. E, se por acaso se demoram anestesiados, as lembranças prosseguem vivas, aguardando o momento próprio.

De uma existência se transfere para outra o somatório das experiências.

A reencarnação é lei natural da vida.

Através dela cada Espírito avança, conquistando, palmo a palmo, o campo do progresso pessoal.

Graças aos seus impositivos, o que parecia oculto faz-se revelado, o desconhecido torna-se público, o errado se faz corrigir.

Assim, não cesses de produzir no bem, com o bem e para o bem.

Se te enganas ou a alguém prejudicas, apressa-te para retificá-lo e reabilitar-te.

Com muita propriedade, afirma a lição evangélica, ensinando que "nada há de oculto que não venha a ser revelado".


Texto retirado do livro Momentos de Alegria; Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 4ª edição, 2014.

sábado, 24 de julho de 2021

Ciência do Bem Viver

 Tranquilamente, confiante, avança, passo a passo, pelo caminho da evolução.

Não busques nem fujas dos fenômenos da existência física.

Intenta ser o controlador dos teus impulsos e sentimentos, de maneira que o insucesso não te infelicite nem o êxito te exalte.

Na paz interior descobrirás a libertação das dores, porque lograrás vencer as paixões.

Utilizando-te de uma consciência equânime, aceita as ocorrências positivas e negativas com a mesma naturalidade, sem sofreguidão nem indiferença.

Mantém-te interiormente livre em qualquer circunstância, adquirindo a ciência verdadeira do viver.

A ilusão fascina, mas se desvanece.

A posse agrada, porém se transfere de mãos.

O poder apaixona, entretanto transita de pessoa.

O prazer alegra, todavia é efêmero.

A glória terrestre exalta e desaparece.

O triunfador de hoje passa, mais tarde, vencido...

A dor aflige, mas passa.

A carência aturde, porém um dia se preenche.

A debilidade orgânica deprime, todavia liberta da paixão.

O silêncio que entristece leva à meditação, que felicita.

A submissão aflige, entretanto engrandece e enrija o caráter.

O fracasso espezinha, ao mesmo tempo ensina o homem a conquistar-se.

Todas as situações no mundo sensorial passam, mudam de posição e de forma.

A essência da realidade, porém, permanece sempre a mesma.

Nada é definitivo na aparência.

Apenas o que tem valor intrínseco é duradouro.

Quem, espontaneamente, se abstém dos sentidos e das exterioridades, sem mágoa nem frustração, encontrou a ciência do bem viver.


Texto retirado do livro Momentos de Meditação; Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 3ª Edição, 2014.

sábado, 26 de junho de 2021

A Consciência de Si Mesmo

 O homem vem, a pouco e pouco, perdendo o significado da vida e o senso da sua dignidade.

Permitindo-se desumanizar, a fim de sobreviver na multidão amorfa e violenta, sente necessidade de manter a individualidade, não obstante procure os grupos para o trabalho, a recreação, a autoafirmação.

Esta é uma hora de transição. Encerra-se um ciclo e outro se abre. Inevitavelmente, a decadência de alguns valores arrasta instituições e indivíduos na direção do caos. O significado, o sentido da vida se apresentam como a busca desenfreada de recursos para a segurança e o prazer pessoal. Como consequência, o senso de dignidade se confunde, ameaçando o débil equilíbrio do indivíduo. Estabelecem-se, então, o aturdimento, a desconfiança, a inquietação. O triunfo parece coroar as pessoas corrompidas e exaltar as que se enamoram das paixões voluptuosas do prazer, enquanto os homens justos e cumpridores dos deveres experimentam carências, aflições, problemas.

Diante desse quadro, muita gente se sente vencida, impotente, sem forças para enfrentar a grave situação, deixando-se combalir ou reagindo pela violência, malogrando em ambas as atitudes.

A paisagem moral revela-se como uma perda de fé na dignidade humana, ajuizando-se que os valores éticos não constituem base para o êxito nem a consideração do organismo social.

As massas sem líderes, desorganizadas, rumam sem destino, enfrentando o totalitarismo e, desumanizadas, reclamam pela humanização dos seus membros.

Os indivíduos tornam-se estranhos a si próprios, desinteressados, sem identidade.

Integra-te no programa de ascensão das almas.

Participa das atividades gerais, vinculando-te ao grupo social no qual te encontras, e contribuindo para o seu desenvolvimento.

Cultiva o senso de humor e do riso, desmanchando a carranca da insatisfação e da cólera.

Preserva-te como indivíduo, não te deixando devorar pelos apressados. Mediante uma considerável apreciação de ti mesmo, dar-te-ás conta de que és um indivíduo atuante, em uma realidade objetiva, com metas definidas, bem elaboradas. Assim te libertarás de dois adversários: a ansiedade e o vazio.

As pessoas atropelam-se, vitimadas pela ansiedade, buscando o que jamais lograrão mediante esse processo.

Gargalham, fazendo bulha, porque perderam a faculdade de rir. Parecem vencidas por um gás hilariante, ocultando o estado ansioso. Ao mesmo tempo a sensação de vazio as atormenta, em razão de os objetivos cultivados haverem perdido o sentido.

A tensão emocional cresce e as implosões tomam-lhes conta, fazendo-as estorcegarem na dor.

A redescoberta do sentido da vida e da reumanização é um avanço histórico na busca da maturidade psicológica, da tomada de consciência de si mesmo.

Jesus, consciente da missão que veio desempenhar, na Terra, conclamou as massas à responsabilidade, aos elevados significados da vida, ao mesmo tempo buscou a identidade de cada discípulo, trabalhando pela sua humanização e insistindo na valorização dos conceitos éticos da existência, a fim de levá-lo a uma perfeita integração no programa libertador de si próprio, primeiro, e da sociedade, depois.

O Seu triunfo não foram o aplauso, a aceitação, a glória da mensagem, mas a cruz e o escárnio, ensinando que a consciência de si mesmo somente é conseguida quando o homem se imola nos madeiros das paixões, vencendo-as de pé com os braços abertos em atitude de fraternidade amorosa.


Texto retirado do livro Momentos de Iluminação, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 4ª Edição, 2015.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

A promoção pela dor

 A Doutrina Espírita, apresentando-nos o roteiro da verdade, proporciona ao ser, egresso da sombra, marchar sob a bênção da luz, fascinado pela claridade que se irradia nos horizontes amplos da vida.

Cristo, da ressurreição triunfante, surge, ensinando a reunir os "joelhos desconjuntados", os músculos flácidos e doridos, para que se prossiga na marcha da redenção.

Dificuldades de ontem, problemas de hoje e empeços de amanhã não podem obstaculizar o avanço, cujo fanal é a paz.

Rogaste a bênção da oportunidade libertadora; suplicaste um calvário de rosas para crescer; pediste o madeiro que te erguesse acima das paixões, e os céus ouviram

Pagando os débitos clamorosos de pretérito, estás guindado ao dever da fraternidade, em nome do amor sempre vitorioso, edificando o bem.

Não estranhes, assim, a incompreensão, nem o problema, a injúria ou a deserção dos amigos.

A estrada do cristão é palmilhada com dificuldade, a fim de que a paz coroe o ser.

Abre uma clareira nova no matagal das paixões de ti próprio e acolhe o andarilho do Evangelho restaurado por Jesus.

Distende tuas mãos, a fim de que elas se convertam em estrelas em noite escura, apontando rumos; dá teu coração para que nele não se alojem as feras da concupiscência, nem do egoísmo, tornando-o furna sombria de degredos e misérias.

Ouviste o chamado e te puseste de pé; aceitaste o desafio da obra, não temas.

Cristo é poder, crê! Jesus é amor!

Entrega-te em clima de totalidade, porque Ele é o construtor dos destinos.

Se, por acaso, espinhos ou sombras turvarem os teus caminhos, exulta, porque somente os eleitos são convidados aos testemunhos; apenas os fortes são testados nos valores; e, só aquele que produz, periodicamente, passa pela avaliação que precede as promoções.


Texto retirado do livro Momentos de Harmonia, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 3ª Edição, 2014.

sábado, 12 de junho de 2021

A Alegria da Crença

 Seja a tua a crença espiritual geradora de alegria e de bem-estar.

O conteúdo de uma doutrina se revela através dos frutos que produz.

A mensagem espiritualista, por consequência, deve caracterizar-se pelo otimismo que faculta, proporcionando a liberação das angústias e aflições.

Refaz o psiquismo, equilibrando-o, de modo a conduzir a vida em termos de saúde e paz, ao mesmo tempo desdobrando as possibilidades de crescimento íntimo com vistas a um futuro feliz.

O homem de fé, que se apoia nos conceitos da Imortalidade como da comunicação dos Espíritos, age com interação, seguro dos objetivos que lhe cumpre alcançar, pela razão de possuir a certeza íntima da sua destinação superior.

Empenha-se na superação das manifestações negativas da personalidade, lutando pela transformação íntima.

A cada instante vence um obstáculo moral e galga um degrau ascendente, predispondo-se par novos embates no universo de si mesmo.

Não se detém, nunca, em parasitose infeliz ou prostração indébita ante as dores, os testemunhos, os desafios que fazem parte do processo de sua evolução.

Dinâmico, permanece atento, disputando a oportunidade de servir, e graças a esse comportamento altera para melhor o seu e o destino do próximo.

Jovial e comunicativo, esparze a alegria que o domina, encorajando outras vidas a saírem do obscurantismo, da ignorância, para os altos níveis da razão e do bem.

Humanitário e paciente, confia no amor a que se entrega, fazendo das suas horas um hino de louvor à verdade, jamais deixando de servir e compreender, por cujos mecanismos se transforma em exemplo vivo dos postulados que abraça.

A crença espiritual dá vida, tornando-se alicerce para a construção das forças morais que alimentam o homem e o fazem invulnerável às paixões primitivas.

Se tomba, vitimado pela insensatez ou falta de segurança, reergue-se e avança, não se permitindo conflitos desnecessários nem rebeldias injustificáveis.

Quando prossegue, não deixa marcas negativas pelo caminho, antes se levanta, erguendo todos aqueles que participaram dos seus insucessos e sofrimentos.

Estampa na face, nascida no coração, a alegria que a tua fé espiritual te proporciona.

Irisa o teu céu com a luz da felicidade que te domina, amparando os teus companheiros e levando-os contigo no rumo da liberdade.

Alcançarás, quando prosseguindo, os cimos da harmonia, sem saudade das horas passadas e com gratidão por elas.


Texto retirado do livro Momentos de Esperança, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis,  Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 3ª Edição, 2014.

sábado, 5 de junho de 2021

O Caminho

 Diante do turbilhão de problemas e conflitos, aturdido e receoso, a um passo do desequilíbrio, indagas, sem diretriz: - Onde a estrada para seguir? Qual a conduta a adotar?

Certamente, todo empreendimento deve ser precedido de planificação, de roteiro, de programa. Sem esses fatores, o comportamento faz-se anárquico, e o trabalho se dirige à desordem.

A experiência carnal é uma viagem que o Espírito empreende com objetivos definidos pela Divindade, que a todos reserva a perfeição.

Como alcançá-la, e em quanto tempo, depende de cada viajor.

Multiplicam-se os caminhos que terminarão por levar à meta.

Alguns conduzem a despenhadeiros, a desertos, a pantanais, a regiões perigosas.

Outros se desdobram convidativos e repletos de distrações, prazeres, comodidades, engodos, passadismos.

Poucos se caracterizam pelo esforço que deve ser envidado para conquistá-los, vencendo, etapa a etapa, as dificuldades e impedimentos.

Uns levam à ruína demorada, que envilece e infelicita.

Vários dão acesso à glória transitória, ao poder arbitrário, às regalias que o túmulo interrompe.

Jesus, porém, foi peremptório ao asseverar:

- Eu sou o caminho - informando ser a única opção para chegar-se a Deus.

Se te encontras a ponto de desistir na luta, intenta-o outra vez e busca Jesus.

Se te abateste e não tens ninguém ao lado para oferecer a mão, recorre a Jesus.

Se te sentes abandonado e vencido, após mil tentames malsucedidos no mundo, apela a Jesus.

Se te deparas perdido e sem rumo, apega-te a Jesus.

Se te defrontas com impedimentos que te parecem intransponíveis, procura Jesus.

Se nada mais esperas na jornada, recomeça com Jesus.

Se avanças com êxito, não te esqueças de Jesus.

Se estás cercado de carinho e amor, impregna-te de Jesus.

Se a jornada se te faz amena, agradece a Jesus.

Se encontras conforto e alegria no crescimento íntimo, não te separes de Jesus.

Se acreditas na vitória, que antevês, apoia-te em Jesus.

Se te sentes inundado de paz e fé, Jesus está contigo.

Em qualquer trecho do caminho da tua evolução, Jesus deve ser o teu apoio, a tua direção, a tua meta, tendo em mente que através d'Ele e com Ele te plenificarás, alcançando Deus.

O mais são ilusões e engodos. Não te equivoques, nem enganes a ninguém.


Texto retirado do livro Momentos Enriquecedores, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 2ª Edição, 2015.

sábado, 29 de maio de 2021

Amigo Ingrato

Causa-te surpresa o fato de ser o teu acusador de agora, o amigo aturdido de ontem, que um dia pediu-te abrigo ao coração gentil e ora não te concede ensejo, sequer, para esclarecimentos.

Despertas, espantado, ante a relação de impiedosas queixas que guardava de ti, ele que recebeu, dos teus lábios e da tua paciência, as excelentes lições de bondade e de sabedoria, com as quais cresceu emocional e culturalmente.

Percebes, acabrunhado, que as tuas palavras foram, pelo teu amigo, transformadas em relhos com os quais, neste momento, te rasga as carnes da alma, ele, que sempre se refugiou no teu conforto moral.

Reprocha-te a conduta, o companheiro que recebeste com carinho, sustentando-lhe a fragilidade e contornando as suas reações de temperamento agressivo.

Tornou-se, de um para outro momento, dono da verdade e chama-te mentiroso.

Ofereceste-lhe licor estimulante e recebestes vinagre de volta.

Doaste-lhe coragem para a luta, e retribui-te com o desânimo para que fracasses.

Ele pretende as estrelas e empurra-te para o pântano.

Repleta-se de amor e descarrega bílis na tua memória, ameaçando-te sem palavras.

O mundo é impermanente.

O afeto de hoje torna-se o adversário de amanhã.

As mãos que perfumas e beijas, serão, talvez, as que te esbofetearão, carregadas de urze.

Há mais crucificadores do que solidários na via de redenção.

Esquecem-se, os homens, do bem recebido, transformando-se em colaboradores cruéis, sem possuírem qualquer crédito.

Talvez o teu amigo te inveje a paz, a irrestrita confiança em Deus, e, por isso, quer perturbar-te.

Persevera, tranquilo!

Ele e isto, esta provação, passarão logo, menos o que és, o que faças.

Se erraste, e ele te azorraga, alegra-te, e resgata o teu equívoco.

Se estás inocente, credita-lhe as tuas dores atuais, que te aprimoram e te aproximam de Deus.

Não te guardes rancor.

Recorda que foi um amigo, quem  traiu e acusou Jesus; outro amigo negou-O, três vezes consecutivas; e os demais amigos fugiram d'Ele.

Quase todos O abandonaram e O censuraram, tributando-Lhe a responsabilidade pelo medo e pelas dores que passaram a experimentar. Todavia, Ele não os censurou, não os abandonou e voltou a buscá-los, inspirá-los e conduzi-los ao Reino de Deus, por amá-los em demasia.

Assim, não te permitas afligir, nem perturbar pelas acusações do teu amigo que está enfermo e não sabe, porque a ingratidão, a impiedade e a indiferença são psicopatologias muito graves no organismo social e humano da Terra dos nossos dias.


Texto retirado do livro Momentos de Felicidade, de Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 5ª Edição, 2014.

sábado, 22 de maio de 2021

Ser e Parecer

 A essência, o ser em si mesmo, constitui a individualidade, que avança mediante o processo reencarnatório, adquirindo experiências e desenvolvendo as aptidões que lhe jazem inatas, heranças que são da sua origem divina.

A expressão temporária, adquirida em cada existência corporal, com as suas imposições e necessidades, torna-se a personalidade de que se reveste o Espírito, a fim de atingir a destinação que o aguarda.

A primeira tem o sabor de eternidade, enquanto a outra é transitória.

No âmago do ser encontra-se a vida pulsante, imorredoura, embora, na superfície, a aparência, o revestimento quase sempre difere da estrutura que envolve.

A individualidade resulta da soma das conquistas, através do êxito como do insucesso, logrados ao longo das lutas que lhe são impostas.

A personalidade varia conforme a ocasião e as circunstâncias, os interesses e as ambições.

Esta passa, enquanto aquela permanece.

Máscara, forma de aparecer, a personalidade se adquire sem transformação substancial, profunda, ocultando, na maioria das vezes, o que se é, o que se pensa, ao que se aspira.

Legítima, a individualidade se aprimora, qual diamante que fulge ao atrito abençoado do cinzel.

A personalidade extravasa, formaliza, apresenta.

A individualidade aprimora, realiza, afirma.

À medida que o ser evolui, mergulha no mundo íntimo, introspectivamente, desenvolvendo os valores que dormem em embrião e se agigantam.

O exterior desgasta-se e desaparece.

O interior esplende e agiganta-se.

A semente que morre semente não viveu, não realizou a missão que lhe estava reservada: multiplicar e produzir vida.

A gema, sem lapidação, jamais fulgura.

Faze a tua indagação à vida, em torno da tua destinação.

Quem és hoje e o que pretendes alcançar?

Cansado da aparência, realiza-te intimamente e desata as aptidões superiores que aguardam oportunidade e cresce para as finalidades elevadas da vida.

Tenta ser, por fora, conforme evoluis por dentro, sendo a pessoa gentil, mas nobre, fulgurante e abnegada, afável, todavia leal.

Tua aparência seja, também, tua realidade, esforçando-te, cada vez mais, para conseguir a harmonia entre a individualidade e a personalidade, refletindo os ideais de beleza e amor que te vitalizam.


Texto retirado do livro Momentos de Coragem; Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, 2014, 8ª Edição.

sábado, 15 de maio de 2021

Triunfo

 Quando o homem obedece aos Códigos Soberanos e às leis humanas logra a paz, sendo-lhe factíveis o triunfo espiritual e a felicidade terrena.

Certamente, o êxito no mundo é de efêmera duração. Não obstante, necessário, muitas vezes, para fomentar o progresso social e a conquista pessoal de metas nobilitantes.

A vitória espiritual sobre as vicissitudes e limitações impostas pelo veículo carnal constitui o objetivo real da reencarnação.

A conquista dos valores terrenos deve significar o preenchimento das necessidades da vida, sem o tormento por armazenar coisas e cargos que pesam na economia geral, favorecendo a escassez em referência a outras pessoas.

A aquisição dos tesouros do Espírito representa libertação interior e ascensão aos planos ditosos da vida.

Em ambos os casos, deve prevalecer o desejo saudável de auxiliar o próximo, igualmente promovendo-o na escala das realizações edificantes.

O acúmulo de riquezas materiais em poucas mãos responde pela miséria econômica e social de inumeráveis indivíduos e comunidades desprovidas de tudo quanto favorece a ordem, o bem-estar, o desenvolvimento.

Ninguém está destinado ao insucesso, à desgraça.

Quando isso ocorre, tal se deve ao próprio indivíduo, que se encontra convidado a uma revisão de conceitos morais e a experiências redentoras. Ele pode, no entanto, modificar o quadro da sua atual provação, aplicando os esforços mentais e físicos de que dispõe.

Mediante a utilização das energias psíquicas de forma correta, altera o campo íntimo, infundindo-se coragem e vitalidade.

Através da ação constante, edificadora, remove os obstáculos e corrige as deficiências, transferindo-se para a área da plena realização.

Não desistas de buscar o triunfo, seja qual for a circunstância em que te encontres.

Há leis que jazem desconhecidas e são responsáveis pelas ocorrências da vida. Dormem no inconsciente humano, aguardando ativação.

Diariamente, ao despertar, faze afirmações mentais a respeito do que desejas conseguir.

Repete-as com frequência até banir do teu inconsciente as fixações de fracasso, de medo, de incapacidade.

Exercita com fé no triunfo o teu pensamento positivo e descobrirás energias novas fluindo em teu corpo e enriquecendo o teu psiquismo com ideias otimistas.

Não cesses de o fazer, se os resultados não se derem imediatamente.

Qualquer tipo de mudança impõe adaptação.

Terás que te acostumar com as novas experiências, a fim de colimares os resultados almejados.

Programa um roteiro mental e passa a vivê-lo, afirmando-o, mentalmente, até que te modele no mundo das formas.

A mente plasma tudo. Bem conduzida, de maneira inteligente, alcança o triunfo.

Este esforço resultará da oração e da certeza de que sendo filho de Deus, não estarás desamparado.

Com estes equipamentos mentais, as afirmações do triunfo facultarão as oportunidades para agires e edificares tudo quanto hajas planejado, pois que inspirarão o uso correto das tuas faculdades naturais,

Pouco te importem todos os insucessos anteriores.

Renasce deles, afirma o bem e segue adiante.


Texto retirado do livro Momentos de Alegria; Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis. Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 2014, 4ª Edição

sábado, 8 de maio de 2021

Conquistas

 O homem comum satisfaz-se com os fenômenos fisiológicos e os prazeres que exaurem os sentidos, sem qualquer benefício para a emoção.

Todos os seus planos e aspirações giram em torno de lucros que lhe propiciem as metas imediatas do gozo, da sensualidade.

Gozo alimentar e posse sensual; gozo no sono e sensualidade na ambição; gozo na comodidade e sensualismo na mente.

O seu intelecto se volta para o utilitarismo e o seu sentimento para a sensação.

O crescimento que anela é horizontal, de superfície, encontrando dificuldade para a verticalização da vida, a ascese.

O homem que desperta para as experiências libertárias, emerge dos sentidos opressores e ala-se.

O conhecimento torna-se-lhe uma bússola e um roteiro, enquanto o sentimento o propele à conquista das distâncias.

O prazer instala-se-lhe nas áreas profundas do ser mediante as sucessivas aquisições da renúncia, da abnegação, da identificação dos valores reais, em detrimento das inquietações provenientes dos desejos insatisfeitos.

Verticaliza a conduta e comanda o pensamento, sem vazios, físicos ou mentais, para os conflitos que envilecem, atormentando o coração.

Os seus, são os triunfos sobre os próprios limites.

O homem comum vê, ouve e vive conforme se apraz.

Os acontecimentos são enfocados de acordo com as lentes do seus interesses pessoais.

Tudo faz para fruir sempre, desfrutando do maior quinhão.

O seu humor é instável, porque governado pela força da paixão egoísta.

A sua fé é acomodada, por supor que ganhará a Vida utilizando os métodos escusos em que tem posto a existência.

O homem lúcido entende a finalidade para a qual foi criado por Deus e vê, ouve e vive obedecendo aos padrões exarados pela Leis que regem a Vida.

Proporciona os meios para que os fenômenos aconteçam - efeitos naturais das suas ações postas a serviço dos programas divinos.

É estável, porque sabe que somente lhe acontece o que o torna melhor, daí retirando a boa parte, aquela que o ajuda em qualquer ocorrência.

Crê e ama sem receio, porque a sua é uma vida fecunda.

O homem comum vive embriagado ou aturdido, ansioso ou desiludido.

O homem consciente movimenta-se em paz.

Pilatos, na horizontal do poder, lavou as mãos quanto ao destino do Justo.

Jesus, na vertical da verdade, sem nenhuma queixa, submeteu-se. Erguendo-se na cruz, permanece como exemplo fecundo de união com Deus, na conquista total da Vida.


Texto retirado do livro Momentos de Meditação, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 3ª Edição, 2014.