sábado, 8 de maio de 2021

Conquistas

 O homem comum satisfaz-se com os fenômenos fisiológicos e os prazeres que exaurem os sentidos, sem qualquer benefício para a emoção.

Todos os seus planos e aspirações giram em torno de lucros que lhe propiciem as metas imediatas do gozo, da sensualidade.

Gozo alimentar e posse sensual; gozo no sono e sensualidade na ambição; gozo na comodidade e sensualismo na mente.

O seu intelecto se volta para o utilitarismo e o seu sentimento para a sensação.

O crescimento que anela é horizontal, de superfície, encontrando dificuldade para a verticalização da vida, a ascese.

O homem que desperta para as experiências libertárias, emerge dos sentidos opressores e ala-se.

O conhecimento torna-se-lhe uma bússola e um roteiro, enquanto o sentimento o propele à conquista das distâncias.

O prazer instala-se-lhe nas áreas profundas do ser mediante as sucessivas aquisições da renúncia, da abnegação, da identificação dos valores reais, em detrimento das inquietações provenientes dos desejos insatisfeitos.

Verticaliza a conduta e comanda o pensamento, sem vazios, físicos ou mentais, para os conflitos que envilecem, atormentando o coração.

Os seus, são os triunfos sobre os próprios limites.

O homem comum vê, ouve e vive conforme se apraz.

Os acontecimentos são enfocados de acordo com as lentes do seus interesses pessoais.

Tudo faz para fruir sempre, desfrutando do maior quinhão.

O seu humor é instável, porque governado pela força da paixão egoísta.

A sua fé é acomodada, por supor que ganhará a Vida utilizando os métodos escusos em que tem posto a existência.

O homem lúcido entende a finalidade para a qual foi criado por Deus e vê, ouve e vive obedecendo aos padrões exarados pela Leis que regem a Vida.

Proporciona os meios para que os fenômenos aconteçam - efeitos naturais das suas ações postas a serviço dos programas divinos.

É estável, porque sabe que somente lhe acontece o que o torna melhor, daí retirando a boa parte, aquela que o ajuda em qualquer ocorrência.

Crê e ama sem receio, porque a sua é uma vida fecunda.

O homem comum vive embriagado ou aturdido, ansioso ou desiludido.

O homem consciente movimenta-se em paz.

Pilatos, na horizontal do poder, lavou as mãos quanto ao destino do Justo.

Jesus, na vertical da verdade, sem nenhuma queixa, submeteu-se. Erguendo-se na cruz, permanece como exemplo fecundo de união com Deus, na conquista total da Vida.


Texto retirado do livro Momentos de Meditação, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 3ª Edição, 2014.

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