sábado, 28 de agosto de 2021

Equipamento da Oração

Quando os problemas se avolumarem, ameaçando-te a paz, ou a dor moral procurar amesquinhar-te, conduzindo-te quase ao desespero, ou os teus sofrimentos físicos atingirem o ápice, ou os infortúnios e o destrambelho da tua emoção chegarem a extremos quase insuportáveis, antes de sucumbires na alucinação, ou no desalento, ou na rebeldia, levanta o pensamento a Deus, mediante os fios invisíveis da oração, e pede-Lhe socorro.

A prece é a solução final para os momentos que precedem o paroxismo, a perplexidade, o descalabro da loucura, oferecendo, de imediato, resposta às solicitações.

De início, interrompe o tropel das desgraças; depois, proporciona claridade mental para entendê-las, e, por fim, acalma, conforta e propõe os métodos para contornar e resolver, quaisquer que sejam as dificuldades.

Certamente, não impede o sofrimento, porque este tem a sua razão de ser, tornando-se necessária advertência, ou convite à reflexão; porém, propicia recursos para  enfrentar a situação amarga.

A prece é a mais eficaz terapia que se conhece, por ser útil nos mais variados processos de aflição, brindando lucidez e refrigério.

Quando alguém ora, desloca-se mental e  emocionalmente da coarctação que o sofrimento lhe impõe, permitindo-se alcançar as regiões felizes, onde haure energias portadoras de forças que regularizam os distúrbios afligentes.

O processo da oração ocorre mediante a sintonia das aspirações humanas com as concessões divinas.

Penetrando a onda mental nas fontes generosas do Poder, aí se auferem a vitalidade e a inspiração para o prosseguimento da luta.

Sem a oração, faz-se difícil a marcha e quase impossível o êxito, na empresa da reencarnação.

A oração é fenômeno moral, emocional e espiritual, que deve suceder de forma consciente.

Não poucas vezes, no entanto, dá-se inconscientemente.

Sem fórmulas estabelecidas, é o grito de fé da alma necessitada, buscando apoio em Deus.

São as atitudes dignas, inspiradas no bem e no dever.

É a comunhão mental, programada com o Doador Celeste.

Tão habitual se pode tornar que, ao invés dos momentos de súplica, ela se transforma em uma constante vinculação com Deus, por meio dos pensamentos superiores que retratam as nobres aspirações do ser.

Orar é um ato que se deve converter em hábito.

A princípio, pode parecer difícil, em razão da mente desligar-se do propósito que deve sustentar; depois, por aparente falta de estímulo e fixação.

Como qualquer outra atividade, especialmente na área mental, exige frequência, intensidade, interesse. Só então se converte em clima de harmonia interior e de sintonia constante.

Soluciona os teus problemas com a inspiração da prece.

Refugia-te da dor nas paisagens da oração.

Seja qual for o desafio aflitivo que se te apresente, na oração encontrarás os equipamentos hábeis para te consolares e te concederes paz.

Orando, galgarás o monte da própria redenção, apoiado por Deus e por Ele conduzido, porque, através da prece Lhe falarás e, por meio da inspiração e da resistência que te advirão, Ele te responderá.


Texto retirado do livro Momentos de Felicidade; Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis; Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 2014, 5ª Edição.

sábado, 21 de agosto de 2021

Conhecimento das Leis

 A ignorância, proposita ou não, das soberanas Leis da Vida, é a grande responsável pelo sofrimento dos homens, e, por efeito, da sociedade que ele constitui.

Geradora do egoísmo, que os separa uns dos outros, é estimuladora dos fatores dissolventes da individualidade a favor da personalidade transitória.

A si mesmo se atribuindo méritos e direitos que não possui, o ególatra rebela-se ante tudo quanto o desagrada, engendrando mecanismos de autopromoção, à custa, não raro, do sacrifício dos outros, que ele desconsidera.

Vivendo para os próprios prazeres, não aceita os naturais fenômenos de desgaste, envelhecimento e morte corporal, que se lhe apresentam como punição indébita ou martírio a que vai submetido contra a vontade.

Narcisista e ambicioso, infelicita-se a cada dia mais.

As Leis da Vida funcionam com ou sem a anuência dos homens.

A estes, superiores são-lhes as causas dos fenômenos e acontecimentos que se lhes sucedem.

Fatalistas e inamovíveis, porque constituem as forças gravitacionais da ordem universal que se apresentam em toda parte, são inderrocáveis.

Desrespeitadas, tornam-se motivo de sofrimento.

Quando conhecidas, fazem-se aceitas e propiciam os recursos para que sejam evitados danos, ao tempo em que fomentam a felicidade, por encaminharem ao bem e à paz.

São a manifestação do Pensamento Divino em ação incessante.

À medida que as criaturas saem do instinto para a inteligência, a razão pode entendê-las e até conduzir algumas, especialmente na área moral, que as tem centralizada na de amor, por ser natural e básica.

Graças ao amor, todos os graves acontecimentos mudam de diretriz, ensejando a conquista de valores espirituais, que dão sentido à existência humana.

Ela fomenta o progresso, porque estimula ao trabalho; favorece a paz, porque ensina tolerância; mantém a ordem, porque faculta a disciplina. É a alma da ação enobrecida...

Procura conhecer as razões pelas quais te encontras na Terra, o que vieste fazer e por que sofres.

Estas informações que defluem das Leis soberanas da Vida, dar-te-ão sentido à existência e te farão tranquilo em qualquer situação.


Texto retirado do livro Momentos de Esperança; Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis; Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 2014, 3ª Edição.

sábado, 14 de agosto de 2021

Autoencontro

 A ansiosa busca de afirmação da personalidade leva o indivíduo, não raro, a encetar esforços em favor das conquistas externas, que o deixam frustrado, normalmente insatisfeito.

Transfere-se, então, de uma para outra necessidade que se lhe torna meta prioritária, e,  ao ser conseguida, novo desinteresse o domina, deixando-o aturdido.

A sucessão de transferências termina por exauri-lo, ferindo-lhe os interesses reais que ficam à margem.

Realmente, a existência física é uma proposta oportuna para a aquisição de valores que contribuem para a paz e a realização do ser inteligente. Isso, porém, somente será possível quando o centro de interesse não se desviar do tema central, que é a evolução.

Para ser conseguida, faz-se imprescindível uma avaliação de conteúdos, a fim de saber-se o que realmente é transitório e o que é de largo curso e duração.

Essa demorada reflexão selecionará os objetivos reais dos aparentes, ensejando a escolha daqueles que possuem as respostas e os recursos plenificadores.

Hoje, mais do que antes, essa decisão se faz urgente, por motivos óbvios, pois que enquanto escasseiam o equilíbrio individual e o coletivo, a saúde e a felicidade, multiplicam-se os desaires e as angústias ceifando os ideais de enobrecimento humano.

Se de fato anelas pela conquista da felicidade, tenta o autoencontro.

Utilizando-te da meditação prolongada, penetrar-te-ás, descobrindo o ser real, imortal, que aguarda ensejo de desdobramento e realização.

Certamente, os primeiros tentames não te concederão resultados apreciáveis.

Perceberás que a fixação da mente na interiorização será interrompida, inúmeras vezes, pelas distrações habituais do intelecto e da falta de harmonia.

Desacostumado a uma imersão, a tua tentativa se fará prejudicada pela irrupção das ideias arquivadas no inconsciente, determinantes de tua conduta inquieta, irregular, conflitiva.

Concordamos que a criatura é conduzida, na maior parte das vezes, pelo inconsciente, que lhe dita o pensamento e as ações, como resultado normal da próprias construções mentais anteriores.

A mudança de hábito necessita de novo condicionamento, a fim de mergulhares nesse oceano tumultuado, atingindo-lhe o limite que concede acesso às praias da harmonia, do autodescobrimento, da realização interior.

Nessa façanha, verás o desmoronar de muitas e vazias ambições, que cultivas por ignorância ou má-educação; o soçobrar de inúmeros engodos; o desaparecer de incontáveis conflitos que te aturdem e devastam.

Amadurecerás lentamente e te acalmarás, não te deixando mais abater pelo desânimo, nem exaltar pelo entusiasmo dos outros.

Ficarás imune à tentação do orgulho e à pedrada da inveja, à incompreensão gratuita e à inimizade perseguidora, porque somente darás atenção à necessidade de valorização do ser profundo e indestrutível que és.

Terminarás por venceres, e essa será a tua mais admirável vitória.

Não cesses, portanto, logo comeces a busca interior, de dar-lhe prosseguimento se as dificuldades e distrações do ego se te apresentarem perturbadoras.

Medita, pois, orando, quanto te seja possível, e conseguirás a meta maior - o autoencontro.


Texto retirado do livro Momentos Enriquecedores, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 2015, 2ª Edição.

sábado, 7 de agosto de 2021

Silêncio Necessário

 O silêncio faz grande falta na civilização contemporânea.

Fala-se em demasia e, por conseguinte, fala-se do que não se deve, não se sabe, não convém, apenas pelo hábito de falar.

Na falta de um assunto edificante, ou com indiferença para com ele, utilizam-se de temas negativos, prejudiciais ou sórdidos, envilecendo a própria alma, enxovalhando o próximo e consumindo-se energias valiosas.

Há uma preocupação muito excessiva em falar, opinar, mesmo quando se desconhece a questão.

Parece de bom-tom a postura de referir-se a tudo, de tudo estar a par.

Aumenta, assim, a maledicência, confundem-se as opiniões, entorpecem-se os conteúdos morais das palavras.

Se cada pessoa falasse apenas o necessário e no momento oportuno, haveria um salutar silêncio na Terra.

Faze silêncio diante de observações pejorativas, de assuntos prejudiciais, matando, ao surgir, a informação malsã.

Quando te tragam opiniões infelizes, reclamações, queixas que põem mal diante de ti ausente, seja ele quem for, não te deixes contaminar pelo morbo da palavra insensata.

Há pessoas que se autonomeiam fiscais do próximo e não se detêm a examinar a conduta, deste modo, reprochável.

Raramente, falam bem, referem-se ao lado bom das pessoas e dos acontecimentos.

Porque não era visível a antiga face oculta da lua, isso dava margem às mais variadas conjecturas, sempre exageradas, fantasistas.

Todas as pessoas possuem o seu lado oculto, certamente negativo em umas, quanto admirável noutras.

A observação sob alta dose de má vontade apenas vê o que quer e fala o de que gosta.

Não opines mal a respeito de ninguém, mesmo que o outro mereça.

Tampouco, te deixes emaranhar pelos que falam mal do próximo. Eles terminarão por submeter-te à opinião que lhes apraz, armando-te contra aqueles com quem não simpatizam.

Falar bem ou mal é um hábito.

Quando as referências são acusadoras, levam a alma da vítima à morte, porém, suicida-se também aquele que sempre aponta o erro.

Usa o silêncio necessário.

Não a mudez caprichosa, vingadora. Mas a discreta atitude de quietação e respeito.

O silêncio faz bem àquele que o conserva.

Jesus calou muito mais do que falou. Os Seus silêncios sábios são o atestado mais expressivo do Seu amor pela Humanidade.

Pensa nEle, quando chamado a falar insensatamente e imita-O.


Texto retirado do livro Momentos de Coragem; Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 2014, 8ª Edição.

sábado, 31 de julho de 2021

Lei da Vida

Ninguém se evade das consequências dos próprios atos. Estas são inevitáveis no processo evolutivo de todas criaturas.

Conforme seja a ação, desencadeia-se a reação. Por isso mesmo, o homem vive segundo age.

Nem sempre, porém, os resultados se fazem imediatos.

Há tempo para semear, quanto o há para colher.

A trilha de cada criatura é percorrida com os pés do esforço pessoal.

Indispensável, portanto, pensar antes de agir, de modo a não se arrepender, ao raciocinar depois.

Produze, a cada momento, uma sementeira de amor, deixando pela estrada percorrida os sinais da esperança e do bem.

Talvez retornes pelo mesmo caminho, realizando uma nova experiência. E, se, por acaso, não volveres por aí, aqueles que irás percorrer te bendirão o labor realizado.

Sê tu aquele que acende luzes na treva do minante.

A viagem evolutiva se faz assinalar pelas conquistas incessantes, que respondem pela promoção moral e espiritual do indivíduo.

Há quem se compraz na ignorância, porque o conhecimento lhe é estranho.

Teimam, muitos homens, pela permanência na arbitrariedade.

Pessoas agem, equivocadamente, no disfarce do oculto, acreditando-se dribladoras da honestidade, do correção, do dever.

Sorriem, enganadas, supondo-se livres do escândalo, ou, escamoteando a verdade, creem-se indenes ao escárnio, à cobrança pelas suas vítimas.

Quiçá permaneçam ignoradas pelos demais as suas ações ignóbeis; nunca, no entanto, pela própria consciência, que reflete a presença de Deus em todos os indivíduos.

É até mesmo provável que o culpado não venha a ser acusado publicamente, e passe pela vida respeitado por todos.

Isso, todavia, não é importante.

Ele jamais fugirá de si mesmo, das suas recordações.

O tempo não para, mas os efeitos de cada um permanecem.

Um dia ressumam dos arquivos da memória os lances dos atos perpetrados. E, se por acaso se demoram anestesiados, as lembranças prosseguem vivas, aguardando o momento próprio.

De uma existência se transfere para outra o somatório das experiências.

A reencarnação é lei natural da vida.

Através dela cada Espírito avança, conquistando, palmo a palmo, o campo do progresso pessoal.

Graças aos seus impositivos, o que parecia oculto faz-se revelado, o desconhecido torna-se público, o errado se faz corrigir.

Assim, não cesses de produzir no bem, com o bem e para o bem.

Se te enganas ou a alguém prejudicas, apressa-te para retificá-lo e reabilitar-te.

Com muita propriedade, afirma a lição evangélica, ensinando que "nada há de oculto que não venha a ser revelado".


Texto retirado do livro Momentos de Alegria; Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 4ª edição, 2014.

sábado, 24 de julho de 2021

Ciência do Bem Viver

 Tranquilamente, confiante, avança, passo a passo, pelo caminho da evolução.

Não busques nem fujas dos fenômenos da existência física.

Intenta ser o controlador dos teus impulsos e sentimentos, de maneira que o insucesso não te infelicite nem o êxito te exalte.

Na paz interior descobrirás a libertação das dores, porque lograrás vencer as paixões.

Utilizando-te de uma consciência equânime, aceita as ocorrências positivas e negativas com a mesma naturalidade, sem sofreguidão nem indiferença.

Mantém-te interiormente livre em qualquer circunstância, adquirindo a ciência verdadeira do viver.

A ilusão fascina, mas se desvanece.

A posse agrada, porém se transfere de mãos.

O poder apaixona, entretanto transita de pessoa.

O prazer alegra, todavia é efêmero.

A glória terrestre exalta e desaparece.

O triunfador de hoje passa, mais tarde, vencido...

A dor aflige, mas passa.

A carência aturde, porém um dia se preenche.

A debilidade orgânica deprime, todavia liberta da paixão.

O silêncio que entristece leva à meditação, que felicita.

A submissão aflige, entretanto engrandece e enrija o caráter.

O fracasso espezinha, ao mesmo tempo ensina o homem a conquistar-se.

Todas as situações no mundo sensorial passam, mudam de posição e de forma.

A essência da realidade, porém, permanece sempre a mesma.

Nada é definitivo na aparência.

Apenas o que tem valor intrínseco é duradouro.

Quem, espontaneamente, se abstém dos sentidos e das exterioridades, sem mágoa nem frustração, encontrou a ciência do bem viver.


Texto retirado do livro Momentos de Meditação; Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 3ª Edição, 2014.

sábado, 26 de junho de 2021

A Consciência de Si Mesmo

 O homem vem, a pouco e pouco, perdendo o significado da vida e o senso da sua dignidade.

Permitindo-se desumanizar, a fim de sobreviver na multidão amorfa e violenta, sente necessidade de manter a individualidade, não obstante procure os grupos para o trabalho, a recreação, a autoafirmação.

Esta é uma hora de transição. Encerra-se um ciclo e outro se abre. Inevitavelmente, a decadência de alguns valores arrasta instituições e indivíduos na direção do caos. O significado, o sentido da vida se apresentam como a busca desenfreada de recursos para a segurança e o prazer pessoal. Como consequência, o senso de dignidade se confunde, ameaçando o débil equilíbrio do indivíduo. Estabelecem-se, então, o aturdimento, a desconfiança, a inquietação. O triunfo parece coroar as pessoas corrompidas e exaltar as que se enamoram das paixões voluptuosas do prazer, enquanto os homens justos e cumpridores dos deveres experimentam carências, aflições, problemas.

Diante desse quadro, muita gente se sente vencida, impotente, sem forças para enfrentar a grave situação, deixando-se combalir ou reagindo pela violência, malogrando em ambas as atitudes.

A paisagem moral revela-se como uma perda de fé na dignidade humana, ajuizando-se que os valores éticos não constituem base para o êxito nem a consideração do organismo social.

As massas sem líderes, desorganizadas, rumam sem destino, enfrentando o totalitarismo e, desumanizadas, reclamam pela humanização dos seus membros.

Os indivíduos tornam-se estranhos a si próprios, desinteressados, sem identidade.

Integra-te no programa de ascensão das almas.

Participa das atividades gerais, vinculando-te ao grupo social no qual te encontras, e contribuindo para o seu desenvolvimento.

Cultiva o senso de humor e do riso, desmanchando a carranca da insatisfação e da cólera.

Preserva-te como indivíduo, não te deixando devorar pelos apressados. Mediante uma considerável apreciação de ti mesmo, dar-te-ás conta de que és um indivíduo atuante, em uma realidade objetiva, com metas definidas, bem elaboradas. Assim te libertarás de dois adversários: a ansiedade e o vazio.

As pessoas atropelam-se, vitimadas pela ansiedade, buscando o que jamais lograrão mediante esse processo.

Gargalham, fazendo bulha, porque perderam a faculdade de rir. Parecem vencidas por um gás hilariante, ocultando o estado ansioso. Ao mesmo tempo a sensação de vazio as atormenta, em razão de os objetivos cultivados haverem perdido o sentido.

A tensão emocional cresce e as implosões tomam-lhes conta, fazendo-as estorcegarem na dor.

A redescoberta do sentido da vida e da reumanização é um avanço histórico na busca da maturidade psicológica, da tomada de consciência de si mesmo.

Jesus, consciente da missão que veio desempenhar, na Terra, conclamou as massas à responsabilidade, aos elevados significados da vida, ao mesmo tempo buscou a identidade de cada discípulo, trabalhando pela sua humanização e insistindo na valorização dos conceitos éticos da existência, a fim de levá-lo a uma perfeita integração no programa libertador de si próprio, primeiro, e da sociedade, depois.

O Seu triunfo não foram o aplauso, a aceitação, a glória da mensagem, mas a cruz e o escárnio, ensinando que a consciência de si mesmo somente é conseguida quando o homem se imola nos madeiros das paixões, vencendo-as de pé com os braços abertos em atitude de fraternidade amorosa.


Texto retirado do livro Momentos de Iluminação, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 4ª Edição, 2015.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

A promoção pela dor

 A Doutrina Espírita, apresentando-nos o roteiro da verdade, proporciona ao ser, egresso da sombra, marchar sob a bênção da luz, fascinado pela claridade que se irradia nos horizontes amplos da vida.

Cristo, da ressurreição triunfante, surge, ensinando a reunir os "joelhos desconjuntados", os músculos flácidos e doridos, para que se prossiga na marcha da redenção.

Dificuldades de ontem, problemas de hoje e empeços de amanhã não podem obstaculizar o avanço, cujo fanal é a paz.

Rogaste a bênção da oportunidade libertadora; suplicaste um calvário de rosas para crescer; pediste o madeiro que te erguesse acima das paixões, e os céus ouviram

Pagando os débitos clamorosos de pretérito, estás guindado ao dever da fraternidade, em nome do amor sempre vitorioso, edificando o bem.

Não estranhes, assim, a incompreensão, nem o problema, a injúria ou a deserção dos amigos.

A estrada do cristão é palmilhada com dificuldade, a fim de que a paz coroe o ser.

Abre uma clareira nova no matagal das paixões de ti próprio e acolhe o andarilho do Evangelho restaurado por Jesus.

Distende tuas mãos, a fim de que elas se convertam em estrelas em noite escura, apontando rumos; dá teu coração para que nele não se alojem as feras da concupiscência, nem do egoísmo, tornando-o furna sombria de degredos e misérias.

Ouviste o chamado e te puseste de pé; aceitaste o desafio da obra, não temas.

Cristo é poder, crê! Jesus é amor!

Entrega-te em clima de totalidade, porque Ele é o construtor dos destinos.

Se, por acaso, espinhos ou sombras turvarem os teus caminhos, exulta, porque somente os eleitos são convidados aos testemunhos; apenas os fortes são testados nos valores; e, só aquele que produz, periodicamente, passa pela avaliação que precede as promoções.


Texto retirado do livro Momentos de Harmonia, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 3ª Edição, 2014.

sábado, 12 de junho de 2021

A Alegria da Crença

 Seja a tua a crença espiritual geradora de alegria e de bem-estar.

O conteúdo de uma doutrina se revela através dos frutos que produz.

A mensagem espiritualista, por consequência, deve caracterizar-se pelo otimismo que faculta, proporcionando a liberação das angústias e aflições.

Refaz o psiquismo, equilibrando-o, de modo a conduzir a vida em termos de saúde e paz, ao mesmo tempo desdobrando as possibilidades de crescimento íntimo com vistas a um futuro feliz.

O homem de fé, que se apoia nos conceitos da Imortalidade como da comunicação dos Espíritos, age com interação, seguro dos objetivos que lhe cumpre alcançar, pela razão de possuir a certeza íntima da sua destinação superior.

Empenha-se na superação das manifestações negativas da personalidade, lutando pela transformação íntima.

A cada instante vence um obstáculo moral e galga um degrau ascendente, predispondo-se par novos embates no universo de si mesmo.

Não se detém, nunca, em parasitose infeliz ou prostração indébita ante as dores, os testemunhos, os desafios que fazem parte do processo de sua evolução.

Dinâmico, permanece atento, disputando a oportunidade de servir, e graças a esse comportamento altera para melhor o seu e o destino do próximo.

Jovial e comunicativo, esparze a alegria que o domina, encorajando outras vidas a saírem do obscurantismo, da ignorância, para os altos níveis da razão e do bem.

Humanitário e paciente, confia no amor a que se entrega, fazendo das suas horas um hino de louvor à verdade, jamais deixando de servir e compreender, por cujos mecanismos se transforma em exemplo vivo dos postulados que abraça.

A crença espiritual dá vida, tornando-se alicerce para a construção das forças morais que alimentam o homem e o fazem invulnerável às paixões primitivas.

Se tomba, vitimado pela insensatez ou falta de segurança, reergue-se e avança, não se permitindo conflitos desnecessários nem rebeldias injustificáveis.

Quando prossegue, não deixa marcas negativas pelo caminho, antes se levanta, erguendo todos aqueles que participaram dos seus insucessos e sofrimentos.

Estampa na face, nascida no coração, a alegria que a tua fé espiritual te proporciona.

Irisa o teu céu com a luz da felicidade que te domina, amparando os teus companheiros e levando-os contigo no rumo da liberdade.

Alcançarás, quando prosseguindo, os cimos da harmonia, sem saudade das horas passadas e com gratidão por elas.


Texto retirado do livro Momentos de Esperança, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis,  Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 3ª Edição, 2014.

sábado, 5 de junho de 2021

O Caminho

 Diante do turbilhão de problemas e conflitos, aturdido e receoso, a um passo do desequilíbrio, indagas, sem diretriz: - Onde a estrada para seguir? Qual a conduta a adotar?

Certamente, todo empreendimento deve ser precedido de planificação, de roteiro, de programa. Sem esses fatores, o comportamento faz-se anárquico, e o trabalho se dirige à desordem.

A experiência carnal é uma viagem que o Espírito empreende com objetivos definidos pela Divindade, que a todos reserva a perfeição.

Como alcançá-la, e em quanto tempo, depende de cada viajor.

Multiplicam-se os caminhos que terminarão por levar à meta.

Alguns conduzem a despenhadeiros, a desertos, a pantanais, a regiões perigosas.

Outros se desdobram convidativos e repletos de distrações, prazeres, comodidades, engodos, passadismos.

Poucos se caracterizam pelo esforço que deve ser envidado para conquistá-los, vencendo, etapa a etapa, as dificuldades e impedimentos.

Uns levam à ruína demorada, que envilece e infelicita.

Vários dão acesso à glória transitória, ao poder arbitrário, às regalias que o túmulo interrompe.

Jesus, porém, foi peremptório ao asseverar:

- Eu sou o caminho - informando ser a única opção para chegar-se a Deus.

Se te encontras a ponto de desistir na luta, intenta-o outra vez e busca Jesus.

Se te abateste e não tens ninguém ao lado para oferecer a mão, recorre a Jesus.

Se te sentes abandonado e vencido, após mil tentames malsucedidos no mundo, apela a Jesus.

Se te deparas perdido e sem rumo, apega-te a Jesus.

Se te defrontas com impedimentos que te parecem intransponíveis, procura Jesus.

Se nada mais esperas na jornada, recomeça com Jesus.

Se avanças com êxito, não te esqueças de Jesus.

Se estás cercado de carinho e amor, impregna-te de Jesus.

Se a jornada se te faz amena, agradece a Jesus.

Se encontras conforto e alegria no crescimento íntimo, não te separes de Jesus.

Se acreditas na vitória, que antevês, apoia-te em Jesus.

Se te sentes inundado de paz e fé, Jesus está contigo.

Em qualquer trecho do caminho da tua evolução, Jesus deve ser o teu apoio, a tua direção, a tua meta, tendo em mente que através d'Ele e com Ele te plenificarás, alcançando Deus.

O mais são ilusões e engodos. Não te equivoques, nem enganes a ninguém.


Texto retirado do livro Momentos Enriquecedores, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 2ª Edição, 2015.