segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A guerra de Tróia e sua origem

                          Certo dia, no meio de uma festa de núpcias a que compareceram os deuses do Olimpo, Éris, a deusa da Discórdia, despeitada de não ter sido convidada, surgiu inesperadamente e atirou ao chão um fascinante pomo de ouro, dizendo que deveria pertencer à mais bela das deusas. Três delas - Atena, Hera e Afrodite - precipitaram-se para apanhá-lo.
                          Zeus,o pai dos deuses, pressentindo uma tragédia, interveio, mas, não querendo tomar partido em assunto tão delicado, tentou esquivar-se, nomeando outro deus para dirimir a questão. Como nenhum dos escolhidos aceitasse a incumbência por temer o rancor das perdedoras, Zeus, em sua sabedoria, chamou Hermes, o mensageiro do Olimpo, e disse-lhe que submetesse o caso a um mortal.
                          A escolha recaiu em Páris, um príncipe troiano, que foi imediatamente convocado. Cada deusa exibiu os seus predicados e tentou comprar a simpatia do juiz com ofertas irrecusáveis. Hera prometeu torná-lo rei de toda a vasta Ásia. Atena assegurou-lhe o dom da sabedoria e a vitória nos combates. Afrodite garantiu-lhe o amor da mulher mais bela da Terra.
                         Depois de muito refletir, o troiano proferiu a sentença: o pomo cobiçado coube a Afrodite, a deusa do amor.
                         A mais bela mulher, porém, era Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta. Páris, mesmo informado disso, não desistiu de seu propósito. Viajou para o sul da Grécia e foi muito bem recebido por Menelau, que de nada suspeitava. Ajudado por Afrodite, conseguiu seduzir a belíssima Helena e levou-a para Tróia, com muitas jóias e objetos de valor.
                         Indignado, Menelau convocou os chefes gregos para a assembleia, onde ficou decidido que a Grécia vingaria o ultraje e marcharia unida contra a poderosa Tróia.
                         Começou, assim, uma guerra sanguinária, que se estendeu por dez longos anos, até que, recorrendo a um hábil estratagema - o célebre cavalo de madeira -, os gregos acabaram por tomar a cidade.
                         Depois de arrasarem todas as casas, não deixando pedra sobre pedra, e de matarem os seus habitantes, os invasores transportaram para as naus o rico saque que haviam recolhido. Agora, só lhes faltava voltar para a pátria distante, onde os aguardavam, ansiosos, os braços das esposas amorosas.

Retirado da adaptação em português para literatura infanto-juvenil do livro " Odisséia " feita por Roberto Lacerda.

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