sábado, 10 de abril de 2021

Mais Paciência

 O exercício da paciência se afigura como de vital importância para o sucesso nas experiências da evolução humana.

O cansaço, a desmotivação, a rotina e outros fatores estressantes, na área do comportamento, geram a irritação, a má vontade, o ressentimento, que respondem por estados emocionais perturbadores, exteriorizando-se como agressividade, violência e pessimismo.

Os dias atuais se caracterizam por essas condições desgastantes, que levam a desequilíbrios lamentáveis.

Grassam o desamor - fruto espúrio do egoísmo -, a ganância - espectro sórdido da insegurança emocional -, a insatisfação - efeito mórbido das frustrações nos relacionamentos e nas aspirações desvairadas.

As pessoas atropelam-se umas às outras, na busca de ilusões que esperam materializar, e que se transformam em pesadelos tormentosos.

O sentido ético da existência faz-se substituído pela sensação do prazer incessante, e, na sua busca, todos os expedientes são considerados valiosos, sem qualquer respeito ou consideração pelos anelos e ideais alheios.

Diante da grave conjuntura, não há outra alternativa para a conduta digna, senão através da paciência.

A paciência é virtude que rareia entre as criaturas. A pressa, a ansiedade, a compreensão psicossocial estão provocando distúrbios expressivos na forma de vida, conspirando contra a paciência.

Cultivada com serenidade sobre as bases da confiança irrestrita no amor de Deus, ela se instala e irradia-se poderosa.

A paciência logra vencer o tempo, as circunstâncias, as ocorrências ameaçadoras ou nefastas.

Sabe aguardar, porque compreende que existe um processo responsável por todos os acontecimentos. Qualquer precipitação, mesmo quando coroada de êxito, redunda em qualidade inferior de resultados.

As ações morais decorrem dos recursos amealhados no sentimento e na razão, a se manifestarem através das oportunidades próprias.

A paciência, para fixar-se, toma como paradigma o esforço pela modificação pessoal, alteração da óptica mediante a qual considera a vida e o interesse em plenificar-se.

Este companheiro, em quem confias, é desleal para contigo. Age com paciência, em relação a ele.

Esse afeto não corresponde lealmente aos teus sentimentos. Não te perturbes, mantendo-te paciente.

O filho rebelde e ingrato. Ama-o com paciência, porquanto, na sua imaturidade não tem parâmetros para medir os teus valores e grandeza.

O patrão, o auxiliar, o colega, a esposa, o marido, o irmão, seja quem for no teu caminho, não corresponde ao que esperavas, à tua dedicação, aos teus esforços. Não te desalentes, resguarda-te na paciência e segue adiante.

A vida é mestra para todos. Eles aprenderão mais tarde, sob as circunstâncias que gerarem para si.

Jesus sabia que Pedro iria negá-lO. Advertiu-o, porém, não o impediu, deixando que o amigo, então invigilante, aprendesse por experiência pessoal.

O Mestre conhecia a debilidade moral de Judas e admoestou-o. Poderia tê-lo expulsado do Colégio Apostólico, mas não o fez. Facultou que o discípulo enganado amadurecesse, mediante a vivência própria.

São os débeis morais - os ingratos, frágeis, ignorantes, rebeldes, presunçosos - que precisam de ajuda. Abandoná-los, à própria sorte, é decretar-lhes a falência, a desdita.

Tem, pois, paciência com eles, com todos aqueles que se tornam problema para ti, que criam dificuldades e te perturbam.

Vale a pena investir nesses corações necessitados, que ignoram a carência e a infelicidade pessoal.

Reveste-te de paciência, e segue em confiança no rumo da tua perfeição.


Texto de Divaldo Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis, retirado do livro Momentos Enriquecedores, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 2ª Edição, 2015.

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