04 dezembro 2025

Introdução do livro Jacques DeMolay

O estímulo para que o presente livro pudesse vir à luz, foi colhido com muito carinho, do entusiasmo que Alberto Mansur foi tomado para introduzir no Brasil, o trabalho fenomenal junto à nossa mocidade dos "Capítulos De Molay".

É difícil saber de onde Mansur retira tanta força para o trabalho, pois, além de sua atividade profissional profana, está à testa do Supremo Conselho do Grau 33 da Maçonaria, para a República Federativa do Brasil.

Como Soberano Grande Comendador, é convidado a participar ativamente, em todas as reuniões interamericanas e internacionais, o que equivale a uma ausência constante do Rio de Janeiro.

Esse trabalho, de per si, já seria, mais do que suficiente para absorver todo pouco tempo de folga, que restaria a esse homem tão dinâmico.

Mas não. Entusiasmado com o que lhe foi dado assistir nos Estados Unidos da América do Norte, trouxe para nosso País, o extraordinário "Capítulo De Molay", formando em cada Estado da União, grupos de 25 jovens, para dar-lhes uma orientação sadia com o fito de prepará-los ao ingresso da maioridade.

Nós todos, sabemos como é difícil para um adolescente tornar-se adulto! Não porque tenhamos sido, obviamente, todos nós, também, adolescentes, mas porque a cada ano que passa, esses jovens tão assediados pelos fatores negativos, como o mau exemplo dos mais velhos, a droga e a violência.

Esse trabalho, que só é combatido por aqueles que "não gostam da juventude" e os há, por inacreditável que possa ser, tem grande afinidade com a Maçonaria.

Há mais de 60 anos, em 1919, a "ORDEM DE MOLAY" foi fundada em Kansas City - USA, pelo maçom Frank S. Land e nove meninos, como uma nova e promissora ideia objetivando preparar melhores cidadãos.

Em um folheto que recebemos, vem formuladas as seguintes questões que reproduzimos:

"DE MOLAY em síntese. Você sabia?...

Que mais de 3 milhões de jovens já se ajoelharam perante os altares da Ordem De Molay em todo mundo, e que, atualmente, existem mais que 111.000 De Molay em 12 países...

Que o ingresso de rapazes entre a idade de 13 e 21 anos não é restrito somente a filhos ou parentes de maçons...

Que De Molay é uma organização que inspira os jovens a se tornarem melhores filhos, melhores homens e melhores líderes...

Que a iniciação ritualística é uma cerimônia solene que reafirma nos jovens os ideais de boa cidadania e de amor filial...

Que diversos Senior De Molay (membro que completa mais de 21 anos de idade) entre eles John Wayne, Walt Disney, Henri C. Clausen, se tornaram líderes em suas diversas atividades na vida...

Que uma média de 50% de todos os De Molay ao completarem 21 anos de idade ingressam na Maçonaria...

Que mais de 150 De Molays chegaram a ser Grão-Mestres em diversas Grandes Lojas Norte-Americanas e grande número deles atingiram o Grau 33, Inspetor Geral da Ordem Maçônica...

Que a Ordem De Molay é a maior organização fraternal de jovens em todo o mundo!"

Alguém, poderia se confundir e questionar: mas... a Ordem do Templo prossegue?

Não se confunda "Ordem do Templo" com "Ordem De Molay", esse trabalho junto aos jovens nada tem a ver com os Templários!

No entanto, o trabalho é de inspiração maçônica e a Maçonaria, evidentemente, pode ser remanescente templárica!

Como apêndice, neste livro, inserimos algumas bases da "Ordem De Molay", como "Capítulos De Molay e lá o leitor buscará respostas a suas dúvidas.

Nos foi dado, já, por várias vezes, assistir às cerimônias, tanto no Rio de Janeiro, como em Goiânia, de um Capítulo De Molay, e os jovens repetem, como profunda simbologia o sacrifício de Jacques De Molay.

Nessas oportunidades, inquirimos a esse jovens e a seus dirigentes sobre o Templarismo, sobre a Ordem do Templo e notamos que o conhecimento histórico é muito escasso.

Isso decorre da falta, entre nós brasileiros, de literatura sobre o assunto.

 Existem centenas de obras sobre a Ordem do Templo em todo o mundo, especialmente, na França e na Alemanha.

Não temos nenhuma traduzida; raras notícias em alguns livros não específicos.

O saudoso escritor maçônico Adelino de Figueiredo Lima, já há algum tempo, escreveu bela obra intitulada: "Os Templários", que merece ser lida, pois, revela um trabalho de fôlego.

Ousamos afirmar que nosso modesto livro, quase se torna uma complementação aos "Templários" de Adelino Figueiredo Lima, visto sob outro prisma.

O leitor, tendo ambas as obras, poderá aquilatar do esforço para sintetizar fatos que demandaram duzentos anos entre a fundação da Ordem do Templo até a sua destruição.

O nosso propósito é apresentar a tese de que os Templários aperfeiçoaram a Maçonaria operativa.

Paralelamente, o nosso desejo é de que os jovens da "Ordem De Molay", do Brasil, possam conhecer, um pouco mais, a respeito de seu ilustre patrono, Jacques De Molay.

Inicialmente, quando Alberto Mansur trouxe a "Ordem De Molay" para o Brasil, levantaram-se algumas vozes "nacionalistas" dizendo da inconveniência de buscarmos fora da Pátria, um trabalho social de eugenia, de educação para a Arte Real.

Receptivo a essa "reação", Mansur tudo fez para "nacionalizar" o movimento, no que foi exitoso.

Os dirigentes norte-americanos, não têm interesse algum, na hegemonia do movimento. Nacionalizaram os Capítulos De Molay; a Bandeira que tremula nas sessões, é exclusivamente a do Brasil; a história a ser estudada é a Pátria, o laboratório é a Nação onde esses jovens vivem.

Assim, Alberto Mansur foi agraciado com o título de Grande Mestre do Supremo Conselho da Ordem De Molay para o Brasil.

Então, ninguém poderá pôr qualquer objeção a essa bênção para os jovens brasileiros, para a Sociedade e para a Maçonaria.

Nosso trabalho objetiva, exclusivamente, apresentar um panorama geral a respeito daquele movimento iniciado no século XIV, passagem da Idade Média para o Renascimento.

Não queiram os leitores exigir, demasiadamente, de nosso esforço; alguém precisa se apresentar para a "missão" de ilustrar os menos cultos, dando-lhes a oportunidade de encontrar em nossas editoras e livrarias, o material suficiente para a compreensão do que era a Maçonaria há séculos passados, quando, ainda, se dedicava exclusivamente ao trabalho operativo.

Posteriormente, diante do surgimento da Universidade, o trabalho operativo das Instituições, tanto religiosas como filosóficas e dos principais movimentos antes e depois da Idade Média, já não tinha razão de ser, porque, como acontecia na época do Rei Salomão, que a arte de construir era mantida em grande segredo, transmitido de pai para filho, com a responsabilidade de não divulgá-lo, a Universidade "popularizou" esses segredos tendo qualquer um do povo, a oportunidade de se dedicar à Construção Civil.

Passou a Maçonaria a ser especulativa, a construir o Templo interno de cada Iniciado.

A Maçonaria não tem interesse, atualmente, em participar de obras sociais, a não ser, obviamente, através do esforço pessoal e individual, como obrigação, do maçom-cidadão.

A Ordem do Templo, em sua época absorveu todas as grandes lições dos diversos povos; do Oriente ao Ocidente conhecidos, nada escapara aos Grão-Mestres da Ordem.

Os sigilos ocultados ao vulgo profano, eram necessários, para a preservação; no entanto, como veremos, de nada lhes valeu o sacrifício, porque esses sigilos, não preservaram a continuidade da obra idealística.

Frequentemente, maçons menos avisados e de certa forma menos cultos, nos criticam porque em nossos livros "revelamos os segredos" da Maçonaria que "deveriam permanecer ocultos!"

Nada disto! Não há segredo dentro da Filosofia Maçônica, e muito menos, razão de tê-los preservados!

O que pode haver, são certas senhas, sinais, palavras que devem ser sigilosas mas apenas, sob o ponto de vista de uma "tradição" porque em todas as Bibliotecas do Mundo, esses "sigilos e segredos" são desvendados; e são dessas obras, que todos vão se abastecer para a complementação dos seus conhecimentos!

Mas... Se não existisse a crítica, mesmo a maldosa, resultado de inveja torpe, os escritores não revidariam com tanto ímpeto e essa força e isto proporciona grande vantagem para o leitor!

As vozes que clamam no deserto, permanecem no deserto da estreiteza do conhecimento maçônico.

A cada livro nosso que a Providência permite que venha a público, os mesmos críticos se reanimam e prosseguem na sua árida missão; por outro lado, fazem prosélitos, mas... Os cães ladram e a caravana passa!

Convidamos um ilustre maçom, membro emérito do Supremo Conselho, para prefaciar este livro; acedeu com boa vontade e a sua bondade dá relevo ao nosso trabalho.

Erwin Seignemartin, conquistou dentro da Maçonaria Simbólica e Filosófica, todas as posições. Seus escritos continuam a abrilhantar os nossos jornais; seu discurso é atraente, ameno, contando em preâmbulo, chistes interessantes, para após, entregar a sua profunda mensagem, fruto de sua experiência e de seu amor fraterno.

Agradecemos a sua gentileza e a sua colaboração.

Walmor Bittencourt Corrêa é um jovem artista; seus desenhos já são apresentados em exposições coletivas e individuais; catarinense, estudante de arquitetura, é nosso amigo. Seu traço é vigoroso e reflete, com perfeição, a sutileza e o bom gosto; quando lhe pedimos, quase, como uma constante, mais uma capa, ele sorri; gosta de fazê-la e tem embelezado nossa modesta obra. O nosso agradecimento.

Francisco Molinaro, esse jovem avelhantado; são oitenta anos de idade que não se notam; aos domingos nada no mar de Copacabana alguns quilômetros, mantendo um físico invejável; espiritualista, dinâmico, sabe dirigir a Gráfica Aurora, apoiado no ombro amigo de seu filho Natal. Porém, é insaciável; quer mais um original, sempre mais um, e quando o enviamos, se entusiasma e não mede sacrifícios para aprontar a edição, deixando de lado, outros trabalhos, quiçá mais importantes. A beleza de sua personalidade está em não ser ele maçom.

Mas não o será mesmo? Pelo menos o seu comportamento supera em muito o da grande maioria de maçons, especialmente, daqueles que nós gostamos, e nos perdoem os leitores de denominar de "profanos de avental", sim, aqueles que ingressam na ordem mas nada perdem da bagagem que trazem do mundo profano; não se iniciam, são apenas, "iniciados pelos demais".

Lançamos o 16º livro. Até quando poderemos escrever? Nos perguntamos constantemente, este será o último?

O Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, nos tem dado a inspiração, a persistência e o ânimo. Se Ele quiser, prosseguiremos.

Sim, o trabalho é compensador e nós, nos rendemos à máxima dos Templários: "Deus o quer"!

Os leitores hão de ficar surpresos com as revelações sobre o relacionamento entre Filipe o Belo, ou o Formoso como querem alguns, e o Papa Bonifácio; relacionamento de sodomia como tão claramente informa Dante Alighieri em sua Divina Comédia.

Esse aspecto seja por pudor, seja para preservar a imagem de um Papa, é pouco conhecido; sabemos não ser uma contribuição relevante, a "descoberta" que a pesquisa traz, mas é um fato histórico que nos conduz a compreender do porque Filipe imputava aos Templários, em suas cerimônias, a infâmia da prática sodômica.

Na parte em que descremos os grafitos, constataremos que o triponto tão usado pela Maçonaria, é originário dos Templários, bem como a influência da Ordem do Templo, nas grandes construções da Idade Média que alguns historiadores maçônicos restringem a autoria, exclusivamente, aos "Pedreiros Livres", aos "free masons".

No Brasil, o culto

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