segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Prometa a si mesmo

Ser tão forte que nada perturbe a paz de sua mente.
Falar de felicidade, saúde e prosperidade a cada pessoa que conhecer.
Fazer sentir aos seus amigos que há algo de valor neles.
Ver o lado brilhante de cada coisa e conseguir otimismo por meio dele.
Pensar novamente o melhor, trabalhar somente pelo melhor e esperar somente o melhor.
Ser tão entusiasta pelo êxito dos demais como por seu próprio.
Esquecer os erros do passado e insistir para conseguir grandes realizações no futuro.
Dar tanto tempo a seu melhoramento pessoal que não sobre tempo para criticar os outros.
Ser demasiado grande para preocupar-se, demasiado nobre para irar-se
E demasiado feliz para permitir a presença de problemas que perturbem a sua fé.

autoria desconhecida

Faça O Que Puder

Era uma vez um fazendeiro que tinha uma plantação de milho bem grande. Ele tratava dela com cuidado porque precisava vender o milho pra comprar as coisas para a família.

Ele trabalhou duro muitas semanas, mas não choveu e aí o milho secou e murchou. Todo dia de manhã o fazendeiro desanimado vinha e olhava os pezinhos de milho com sede e pedia que chovesse.

Um dia, quando ele estava olhando para o céu, dois pingos de chuva viram o fazendeiro. Um deles disse:
- Este fazendeiro trabalhou duro na sua plantação de milho e agora está tudo ficando seco. Eu acho que posso ajudar.

O outro disse: - É mesmo. Mas nós somos pingos de chuva muito pequeninos. O que é que a gente pode fazer?

O primeiro pingo disse: - Olhe, eu não posso fazer muito, mas vou fazer o que puder. Lá vou eu!

O primeiro pingo foi logo para a plantação. Então o segundo pingo falou: - Bem, se você acha que deve ir, eu vou também. Lá vou eu! - E foi mesmo.

Um pinguinho de chuva caiu - Pim! - no nariz do fazendeiro.

Outro pinguinho de chuva caiu - Pim! - num galhinho do milho.

O fazendeiro falou: - Ho! Ho! Um pinguinho de chuva! Acho que vem um temporal!

Bem nessa hora muitos pingos de chuva vieram juntos pra ver o que estava acontecendo. Quando eles viram os dois pinguinhos de chuva caindo pra molhar a plantação do fazendeiro, um deles disse: - Se esses dois estão tentando fazer alguma coisa, eu vou fazer também. -E lá foi ele!

- Eu também vou! - disse outro pingo de chuva e mais outro.

Todos disseram a mesma coisa e uma boa tempestade caiu e o milho ficou molhado. Então as espigas cresceram e amadureceram... Tudo porque um pinguinho de chuva fez o que podia...

Poema Com Putas

                        Marçal Aquino


Ontem
morreu a puta mais velha
da vila.
Tinha cabelos brancos,
um dente de ouro
e uma foto adolescente.
Nunca reclamou do tempo,
do governo
e do preço das coisas.
Mas, desconfio, tinha desertos dentro de si.

Foi vista um dia
Olhando uma nuvem.

Gostava de um vestido vermelho
que nem lhe servia mais.

Quando ela morreu
dois negrinhos barrigudos
olhavam o incêndio
num monte de lixo.

Dizem que foi a paixão
de um importante político
nos anos 40.
Teve jóias,
roupa nova,
convite pra festas
e pneumonia.
Sobraram-lhe as rugas:
michê de fim de expediente.
Votou em Getúlio
e sempre respeitou a sexta-feira santa.

Paixão, ela teve duas:
Um manco de bigodinho
e um outro que voltou pro Norte.
O esmalte no dedão descascava
Como descascam certos dias
e a gente não vê.

Morreu só
a puta mais velha da vila. E uma doença
que quase a matou. Um cara perguntou
se ela era feliz. Outro, por que não se casou.
E ela sabia
que um Domingo
rodeada de netos no subúrbio
é também uma prisão.

Preferiu a cerveja morna
e o São Jorge sobre a cômoda.

Morreu velha essa puta na vila.
Sem saber a idade ao certo
mas dos setenta chegou perto.

Morreu numa tarde anônima
com criança olhando incêndio
e cachorro magro
passeando na vila. Tarde comum
com tédio de vestido vermelho
e de varal de vila.
O mesmo tédio
de que é feita a fúria da primavera
e a esperança das putas.

Volver a los diecisiete

                                 Violeta Parra

Volver a los diecisiete
Después de vivir un siglo
Es como descifrar signos
Sin ser sabio competente
Volver a ser de repente
Tan frágil como un segundo
Volver a sentir profundo
Como un niño frente a Dios
Eso es lo que siento yo
En este instante fecundo

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra
Ai, sí, sí, sí

Mi paso retrocedido
Cuando el de ustedes avanza
El arco de las alianzas
Ha penetrado en mi nido
Con todo su colorido
Se ha paseado por mis venas
Y hasta la dura cadena
Con que nos ata el destino
Es como un diamante fino
Que alumbra mi alma serena

Se va enredando, enredando
Como en el muto la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra
Ai, sí, sí, sí

Lo que puede el sentimiento
No lo ha podido el saber
Ni el más claro proceder
Ni el más ancho pensamiento
Todo lo cambia el momento
Cual mago condescendiente
Nos aleja dulcemente
De rancores y violencias
Solo el amor con su ciencia
Nos vuelve tan inocentes

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el  musguito en la piedra
Ai, sí, sí, sí

El amor es por divino
De pureza original
Hasta el feroz animal
Susurra su dulce trino
Detiene los peregrinos
Libera los prisioneros
El amor con sus esmeros
Al viejo lo vuelve niño
Y al malo solo el cariño
Lo vuelve puro y sincero

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra
Ai, sí, sí, sí

De par en par la ventana
Se abrió como por encanto
Entró el amor con su manto
Como una tíbia mañana
Y al son de su bella Diana
Hizo brotar el jazmín
Volando cual serafin
Al cielo me puso aretes
Y mis años en diecisiete
Los convirtió el querubin

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Com el musguito en la piedra
Com el musguito en la piedra
Ai, sí, sí, sí

Música do repertório da cantora argentina Mercedes Sosa. A canção foi regravada em 1999 por Zizi Possi em seu CD Puro Prazer. É de arrepiar...

sábado, 14 de janeiro de 2012

Apostila

                     Álvaro de Campos

Aproveitar o tempo!
Mas o que é o tempo, que eu o aproveite?
Aproveitar o tempo!
Nenhum dia sem linha...
O trabalho honesto e superior...
O trabalho à Virgílio, à Milton...
Mas é tão difícil ser honesto ou superior!
É tão pouco provável ser Milton ou ser Virgílio!

Aproveitar o tempo!
Tirar da alma os bocados precisos - nem mais nem menos -
Para com eles juntar os cubos ajustados
Que fazem gravuras certas na história
(E estão certas também do lado de baixo que se não vê)...
Pôr as sensações em castelo de cartas, pobre China do serões,
E os pensamentos em dominó, igual contra igual,
E a vontade em carambola difícil.

Imagens de jogos ou de paciências ou de passatempos -
Imagens da vida, imagens das vidas, Imagem da Vida.

Verbalismo...
Sim, verbalismo...
Aproveitar o tempo!
Não ter um minuto que o exame de consciência desconheça...
Não ter um ato indefinido nem factício...

Não ter um movimento desconforme com propósitos...
Boas maneiras da alma...
Elegãncia de persistir...

Aproveitar o tempo!
Meu coração está cansado como mendigo verdadeiro.
Meu cérebro está pronto como um fardo posto ao canto.
Meu cérebro (verbalismo!) está tal como está e é triste.
Aproveitar o tempo!
Desde que comecei a escrever passaram cinco minutos.
Aproveitei-os ou não?
Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?!

(Passageira que viajaras tantas vezes no mesmo compartimento comigo
No comboio suburbano,
Chegaste a interessar-te por mim?
Aproveitei o tempo olhando para ti?
Qual foi o ritmo do nosso sossego no comboio andante?
Qual foi o entendimento que não chegamos a ter?
Qual foi a vida que houve nisto? Que foi isto a vida?)

Aproveitar o tempo!
Ah, deixem-me não aproveitar nada!
Nem tempo, nem ser, nem memória de tempo ou de ser!...
Deixem-me ser uma folha de árvore, titilada por brisa,
A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,
O vinco deixado na estrada pelas rodas enquanto não vêm outras,
O pião do garoto, que vai a parar,
E escila, no mesmo movimento que o da alma,
E cai, como caem os deuses, no chão do Destino.


Álvaro de Campos é um dos heterônimos de Fernando Pessoa.

Todas as cartas de amor são ridículas

                                  Álvaro de Campos

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

Álvaro de Campos é um dos heterônimos de Fernando Pessoa.

A Fábula dos Porcos-Espinho


                               Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
                               Os porcos-espinho, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente.
                               Acontece que os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam maior calor. Por essa razão, decidiram afastar-se uns dos outros e voltaram a morrer congelados.
                               Então, precisavam fazer uma escolha: desapareceriam da Terra ou aceitariam os espinhos dos companheiros.
                                Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam, assim, a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
                                 E assim, sobreviveram!!


Em tempo: o melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos dos outros e consegue admirar suas qualidades.

Creio

                    Mahatma Gandhi

Creio em mim mesmo.
Creio nos que trabalham comigo.
Creio nos meus amigos.
Creio na minha família.
Creio que Deus me emprestará tudo que necessito para triunfar, contanto que me
esforce para alcançar com meios lícitos e honestos.
Creio nas orações e nunca fecharei meus olhos para dormir, sem pedir antes a devida orientação
a fim de ser paciente com os outros e tolerante com os que não acreditam como eu acredito.
Creio que o triunfo é resultado de esforços inteligentes, que não dependem de sorte,
de magia, de amigos, companheiros duvidosos ou de meu chefe.
Creio que tirarei da vida exatamente o que nela colocar.
E, assim sendo, serei cauteloso quando tratar os outros, pois quero que eles sejam comigo.
Não caluniarei aqueles de quem não gosto.
Não diminuirei o meu trabalho porque outros o fazem.
Prestarei o melhor serviço de que sou capaz,
porque jurei a mim mesmo triunfar na vida.
E sei que o triunfo é sempre resultado do esforço consciente e eficaz.
Finalmente, perdoarei os que me ofendem, porque compreendo que, às vezes, ofendo
os outros e necessito de perdão. 

Ouvir Tem Consequências

                                     Carl Rogers


Quando verdadeiramente ouço uma pessoa e os significados que lhe são importantes naquele momento, ouvindo não simplesmente suas palavras mas ela mesma, e quando lhe demonstro que ouvi seus significados pessoais e íntimos, muitas coisas acontecem. Há, em primeiro lugar, um olhar agradecido. Ela se sente aliviada. Quer falar mais sobre seu mundo. Sente-se impelida por um novo sentido de liberdade. Torna-se mais aberta ao processo de mudança.

Tenho notado frequentemente que quanto mais profundamente ouço os significados desta pessoa, mais acontecerá. Quando uma pessoa percebe que foi profundamente ouvida, quase sempre fica com os olhos marejados. Acho que na verdade ela está chorando de alegria. É  como se estivesse dizendo: " Graças a Deus, alguém me ouviu. Alguém sabe o que significa estar na minha pele ". Em tais momentos, tenho tido a fantasia de um prisioneiro em um cárcere, transmitindo dia após dia uma mensagem em Código Morse: " Alguém está me ouvindo aí? Há alguém aí? " E finalmente, um dia escuta toques dizendo: " Sim ". Esta simples resposta o liberta da solidão. Ele se tornou de novo um ser humano.

Há muitas, muitas pessoas vivendo em cárceres privados hoje em dia, pessoas que não deixam transparecer nada do lado de fora, onde você tem que escutar com muita atenção para ouvir a fraca mensagem vinda de dentro do cárcere.

Outras Reflexões

Amigos sabem quando serão amigos, pois
compartilham momentos, dão força. Estão sempre
ao nosso lado nas conquistas, nas derrotas,
nas horas boas e nas difíceis.
Amizade é nem sempre pensar do mesmo jeito,
mas é abrir mão de vez em quando.
Amizade é como ter um irmão que não mora
na mesma casa.
É compartilhar segredos, emoções, é compreensão, é diversão, é contar com alguém
sempre que precisar.
É ter algo em comum e não ter nada em comum.
É saber que se tem mais algo em comum
do que se imaginava.
É sentir saudades, é querer dar um tempo, é dar preferência,
é bater um ciúme.
Amizade que é amizade nunca acaba, mesmo que
a gente cresça, mesmo que outras pessoas apareçam
em nossa vida, porque amizade não se explica.
Ela simplesmente acontece.

autoria desconhecida