domingo, 6 de janeiro de 2013

Hoje a noite não tem luar

            A. Monroy Fernandez/C. Villa de la Torre
              versão: Carlos Colla

Ela passou do meu lado
' Oi amor ', eu lhe falei
' Você está tão sozinha '
Ela então sorriu pra mim
Foi assim que a conheci
Naquele dia junto ao mar
As ondas vinham beijar a praia
O sol brilhava de tanta emoção
Um rosto lindo como o verão
E um beijo aconteceu
Nos encontramos à noite
Passeamos por aí
E num lugar escondido
Outro beijo lhe pedi
Lua de prata no céu
O brilho das estrelas no chão
Tenho certeza que não sonhava
A noite linda continuava
E a voz tão doce que me falava
O mundo pertence anós
E hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Não sei onde ela está
Hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Onde está meu amor

Música do CD Acústico da Legia Urbana gravado em 1992 e lançado apenas em 1999, três anos após a morte de Renato Russo.

O enigma das duas luas

                Maria Maura Fadel


A poesia de Alphonsus de Guimaraens revela a dicotomia presente no delírio, que pode ser interpretada como metáfora da cisão psíquica e dos dois polos do transtorno bipolar:

                     Ismália

" Quando Ismália enlouqueceu
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu, 
Viu outra no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar... "

A insanidade de Ismália, apresentada na poesia homônima do mineiro Alphonsus Henriques da Costa Guimaraens (1870-1921), ressalta a dicotomia psíquica. Na torre - que pode ser entendida metaforicamente como um lugar inacessível a outras - a moça sonha, conteúdos inconscientes a invadem e seu desejo é marcado pelo delírio. Embora não caiba aqui traçar o diagnóstico, é possível falar em cisão psíquica e associá-lo à palavra esquizofrenia -  termo de origem grega cunhado em 1911 pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler, que remete à ideia de " mente partida ". Também não seria despropositado estabelecer relação com o transtorno bipolar, fortemente marcado por dois polos: o da depressão e o da mania.

A obra de Guimaraens, que tem como forte característica a presença do tema da morte (possivelmente uma influência da perda da noiva, quando o poeta tinha 18 anos), também revela a divisão. Céu e mar podem ser entendidos tanto como representações de dois extremos - tendo entre eles o vazio da razão no qual a personagem se lança - quanto da realidade que se mistura à fantasia, confundindo-as. Em seu desvario, Ismália desconhece limites, alucina e atira-se em direção às águas. É possível inferir que, ao fim da queda, o elemento a invade, assim como os conteúdos inconscientes que durante o surto tomam o ego, fazendo com que os limites entre instâncias mentais desapareçam e delírio e realidade se misturem - céu e mar se encontrem.

Há na doença mental um enigma, uma espécie de vivência onírica na qual se perde; as imagens, os sons e os sentidos escapam e se escondem. Descobrimos com Freud, no início do século 20, porém, que existe no discurso do louco algo a ser revelado, uma lógica própria que merece ser ouvida, sem perder de vista que tanto no caso do transtorno bipolar (TB) quanto na esquizofrenia o paciente se enreda no mistério sobre de si antes mesmo de receber o diagnóstico.

Mas é preciso estar atento: em meio ao sofrimento vivido não só pelo paciente mas também por aqueles que o amam e o acompanham, muitas vezes se apaga qualquer vestígio de poesia. E a torre torna-se inacessível, alta demais.

Qual o papel dos profissionais da área da saúde diante desses transtornos reconhecidos pela ciência como incuráveis? Podemos pensar que caiba a psicólogos, psicanalistas, médicos, acompanhantes terapêuticos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais tecer uma " rede multidisciplinar de proteção " em conjunto com a família e principalmente com o próprio paciente. Um amparo que leve em conta ingredientes fundamentais como informação e responsabilização, capazes de preservar o encanto do céu, mas também de tornar mais nítido o reflexo no mar - sem que a atração pela lua seja fatal. 

Matéria publicada na edição especial 2 " Doenças do Cérebro - Esquizofrenia " da revista Mente Cérebro da Duetto Editorial.

A autora é psicóloga e psicanalista. 

Dschinghis Khan - Moskau


quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A Névoa

                Maria Maura Fadel

Mal se mexeu na cama, apenas encolheu o corpo e aproximou os joelhos do peito. Uma fresta de luz conseguiu enganar a janela e invadir o quarto - cruel, desafiou a moça, agrediu seus olhos. Ela sentiu algo sem nome, um misto de medo e raiva. Para se proteger, fechou os olhos e tentou adormecer de novo - desta vez, porém, não funcionou. Ansiava pelo estado de sonolência que a mantinha, às vezes, por horas, no limiar da vigília até que, sem que notasse, se embrenhava no poço vazio do sono quase sempre vazio de sonhos.

Temia o despertar a cada dia. Por isso enganava as manhãs, abria os olhos só depois do meio-dia e ia se deixando ficar até que as horas arrastadas se escoassem. Por isso empenhava-se em manter o corpo inerte, escondida da vida, como se uma fina película pudesse separá-la do mundo lá fora. Porém, por mais que quisesse, em alguns momentos em que era impossível mergulhar no torpor - e então subia " à tona " com movimentos lentos, pesados.

E havia ainda a névoa ao seu redor - densa e compacta, prendia seus movimentos. Aconchegou-se nas cobertas e abraçou o emaranhado de panos amarrotados e sentiu os cheiros que emanavam de seu corpo, da pele e das entranhas. Parecia irônico que ela, que havia algum tempo se preocupava tanto com a higiene pessoal, procurava manter-se apresentável e cheirosa com sabonetes, cremes e colônias de boa qualidade, agora não se animasse sequer para tomar um banho. Os cinco ou seis passos que a separavam do banheiro pareciam traduzir uma distância incomensurável. Ficaria na cama. Além disso, a ideia que em outro momento seria inconfessável até para si mesma agora fazia sentido: seus odores não a incomodavam. Pelo contrário, eram sua companhia, acalentavam a concretude de sua dor, lembravam-na a cada momento de algo que se decompunha em sua alma.

Ficar encolhida no escuro era o que tinha de mais seguro, de mais confortável - se é que seria possível falar em segurança e conforto quando seu mundo estava em escombros e o desejo era pouco mais que uma nesga de lembrança de algo remoto, distante... Não tinha vontades, nem de comer, nem de viver. Sentia-se inútil, incapaz, e o mundo ao redor tornara-se extremamente desinteressante. As partidas de seu time preferido no campeonato de futebol, que a faziam vibrar nos dias de jogos decisivos desde que era pequena, agora não era parte de sua vida. Noticiários, internet? Nem pensar. Também não queria assistir a nehum filme, menos ainda sair com os amigos. Aliás, que amigos? Duas ex-colegas do trabalho tinham ido visitá-la, mas ela não abriu a porta. Não, não...

Não queria saber de ninguém daquela empresa - se não a desejam como funcionária, depois de todos aqueles anos, lá ela também não queria proximidade com nada que a lembrasse da demissão. Além do mais, não queria mesmo ver ninguém, as pessoas simplesmente a irritavam com seus olhares de recriminação disfarçada e tentativas tolas de reconfortá-la, dizendo " o quanto sua vida era maravilhosa ", que " precisava reagir, sair daquele quarto ", afinal, " havia tanta gente em condição pior, como as criancinhas passando fome na África "... Ora, que se danem as criancinhas passando fome na África, pensava. Em seguida, se recriminava, considerando o quanto era mal-agradecida, o quanto sua vida não valia a pena, o quanto nunca tinha valido, o quanto nunca valeria...

Num átimo de segundo até considerou que seria bom levantar da cama, substituir o moletom cinza que já se tornara uma espécie de " uniforme ", dia e noite fazendo as vezes de pijama. Não se mexia. E assim, deitada de lado, no escuro, parecia menor e mais frágil. Mas isso não importava. Nada importava. Além do mais, havia névoa...

Matéria publicada na edição especial 1 " Doenças do Cérebro - Depressão " -  da revista Mente Cérebro da Duetto Editorial.

A autora é psicóloga e psicanalista. 

sábado, 29 de dezembro de 2012

Excelência, o voo sublime

              Daniel C. Luz

A águia empurra gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração maternal se acelera com as emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que ela sente a resistência dos filhotes aos seus persistentes cutucões: " Por que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair? ", ela pensou. Esta questão secular ainda não estava respondida para ela...

Como manda a tradição da espécie, o ninho estava localizado bem no alto de um pico rochoso, nas fendas protetoras de um dos lados dessa rocha. Abaixo dele, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes. " E se justamente agora isto não funcionar? ", ela pensou.

Apesar do medo, a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão maternal estava prestes a se completar. Restava ainda uma tarefa final... o empurrão.

A águia tomou-se da coragem que vinha de sua sabedoria interior. Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas, não haverá propósito para a sua vida. Enquanto eles não aprenderem a voar, não compreenderão o privilégio que é nascer uma águia. O empurrão era o maior presente que ela podia oferecer-lhes. Era seu supremo ato de amor. E então, um a um, ela os precipitou para o abismo... e eles voaram!

Voar nas alturas sublimes, nada de escavar à procura de vermes, nem de esgaravatar em busca de insetos, como galinhas num galinheiro, mas voar bem alto como uma águia poderosa... vivendo acima da mediocridade, recusando-se a permitir que a maioria estabeleça seus padrões. Ser diferente de propósito. Mirar alto. Voar em alturas sublimes não é coisa que advém naturalmente - você o sabe - tampouco é fácil. Contudo, pode acontecer, creia-me.

Já faz muito tempo que a mediocridade tenta fazer-nos obedecê-la! Já faz muito tempo que damos atenção aos que nos perguntam: " Por que ser diferente? ", ou que racionalizam: " Vamos fazer apenas o mínimo exigido. " Já faz muito tempo que concordamos em dar menos do que o melhor de nós, e ficamos convencidos de que a qualidade, a integridade e a autenticidade são virtudes negociáveis.

Você pode chamar-me de sonhador, se quiser, mas estou convencido de que a realização de nosso potencial integral ainda é um objetivo que vale a pena exigir o ótimo, ainda que a maioria boceje e alguns zombem de nós. Afirmo tudo isso, ainda que, de vez em quando, eu não alcance meus objetivos. Lembre-se de que o erro não está no insucesso.

De certo modo, penso que não estou a sós. Embora possam não existir milhões de pessoas que pensem assim, é certo que existem algumas. E é provável que você esteja entre estas, porque de outra forma você não estaria lendo este artigo.

Assim, cara águia companheira, levantemos voo! Quando houvermos terminado este voo, teremos firmado um compromisso inédito com uma vida de excelência em tudo. Estaremos tão encorajados que duvido que possamos sentir-nos satisfeitos em viver nas adjacências da mediocridade outra vez. E por que deveríamos satisfazer-nos lá embaixo? É lá que a vida fica insossa, maçante, previsível e cansativa. Talvez a palavra que a descreva melhor seja entediante, o resultado direto da mira baixa. Ergamos nossos olhos e miremos tão alto que possamos começar a fazer aquilo para que Deus nos criou: um voo sublime.

Há milênios a águia tem sido respeitada pela sua grandeza. Existe algo inspirador na graça impressionante de seu voo, em sua magnífica envergadura, em suas garras poderosas. Ela plaina sem qualquer esforço em altitudes, insensível aos ventos turbulentos que sopram como chicotadas por entre as fendas das montanhas. As águias não voam em bandos e tampouco se conduzem irresponsavelmente. Por serem fortes de coração e solitárias, representam qualidades que admiramos.

Certamente você está ciente do fato de o estilo de vida semelhante ao da águia não ser barato. Custa caro ser diferente, especialmente quando a maioria está satisfeita em misturar-se e permanecer como maioria. Não há ímãs na terra mais poderosos do que a pressão exercida pelos medíocres. Embora todos nós tenhamos apenas uns poucos anos para viver neste pequeno planeta, são raras as pessoas que tomam a decisão de desprezar a " média " e lutar contra a atração forte dos ímãs medíocres. Enfrente o fato - a tarefa é dura! É como diz o velho provérbio: " É duro alçar voo altaneiro, sublime, quando estamos rodeados de tantas galinhas! "

Pense nisso!

Barulho de Carroça


Certa manhã, meu avô José, muito sábio, convidou-me a dar um passeio pelo bosque do bairro onde morávamos e eu aceitei com prazer.

Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:

- Estou ouvindo um barulho de carroça.

- Isso mesmo, disse meu avô, é uma carroça vazia...

Perguntei ao meu avô:

- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

- Ora, respondeu meu avô. É muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz!!

autoria desconhecida

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Os Homens

                  Cora Coralina

Em água e vinho se definem os homens,

Homem água. É aquele fácil e comunicativo.
Corrente, abordável, servidor e humano.
Aberto a um pedido, a um favor,
ajuda em hora difícil de um amigo, mesmo estranho.
Dá o que tem
- boa vontade constante, mesmo dinheiro, se o tem.
Não espera restituição nem recompensa.

É como a água corrente e ofertante,
encontradiça nos descampados de uma viagem.
Despoluída, límpida e mansa.
Serve a animais e vegetais.
Vai levada a engenhos domésticos em regueiras, represas e açudes.
Aproveitada, não diminui seu valor, nem cobra preço.
Conspurcada seja, se alimpa pela graça de Deus
que assim a fez, servindo sempre
e à sua semelhança fez certos homens que encontramos na vida
- os Bons da Terra - Mansos de Coração.
Água pura da humanidade.

Há também, lado-a-lado, o homem vinho.
Fechado nos seus valores inegáveis e nobreza reconhecida.
Arrolhado seu espírito de conteúdo excelente em todos os sentidos.
Resguardados seus méritos indiscutíveis.
Oferecido em pequenos cálices de cristal a amigos
e visitantes excelsos, privilegiados.

Não abordável, nem fácil sua confiança.
Correto. Lacrado.
Tem lugar marcado na sociedade humana.
Rigoroso.
Não se deixa conduzir - conduz.
Não improvisa - estuda, comprova.
Não aceita que o golpeiam,
defende-se antecipadamente.
Metódico, estudioso, ciente.

Há de permeio o homem vinagre,
uma réstia deles,
mas com esses não vamos perder espaço.
Há lugar na vida para todos.
Em qual dos grupos se julga situado você, leitor amigo?

Do livro Vintém de Cobre - meias confissões de Aninha.

O Pão de Cada Dia

                Thiago de Mello


Que o pão encontre na boca
o abraço de uma canção
inventada no trabalho.
Não a fome fatigada
de um suor que corre em vão.

Que o pão do dia não chegue
sabendo a resto de luta
e a troféu de humilhação.
Que o pão seja como for
festivamente colhida
por quem deu ajuda ao chão.

Mais do que a flor, seja o fruto
nascendo límpido e simples,
sempre ao alcance da mão.
Da minha e da tua mão.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Teste do Chocolate


Escolha da lista abaixo o seu favorito:

01- Sensação
02- Charge
03- Prestígio
04- Barra de Cereais
05- Chokito
06- Suflair
07- Alpino (ou trufas)
08- Lancy
09- Bombons (sonho de valsa, serenata de amor, etc)
10- BIS


Significados:

01) Sensação:

Aventura. Você é uma pessoa aventureira e batalhadora que gosta de emoções fortes e não leva desaforo pra casa. Você sabe se defender quando é atacado, mas quem te conhece pessoalmente sabe que por trás das aparências você é uma pessoa extremamente meiga, dócil e muito influente com seus amigos.

02) Charge:

Gozador, bem-humorado. Todo mundo gosta da sua companhia porque você é agitador. Você gosta de brincar com tudo e com todos e ama quando os outros fazem o mesmo com você. Embora algumas pessoas te olhem com reserva, você é um amigo pra vida inteira. Sua maior qualidade é a fidelidade.

03) Prestígio:

Sexy, energético, vivaz. Você é uma pessoa que gosta de  viver e curtir cada momento. Está sempre pronto para dar e receber. A atividade que te dá mais prazer é se relacionar com as pessoas. Prepare-se para a fama, pois ela virá naturalmente. Você sempre será um arrasador de corações, mesmo que não queira.

04) Barra de Cereais:

Esportista. Você ama os esportes em geral, independente de qual seja. Seu modo de vida, seu temperamento, seu passado, seu futuro, tudo está relacionado ao esporte. Você é capaz de chorar quando seu ídolo esportivo se aposentar ou morrer. Quando não consegue participar, você se contenta em assistir pela TV.

05) Chokito:

Risonho, amável, aconchegante. Você é o par perfeito pra quem gosta de Charge. Você ri de tudo; antes que alguém diga ou faça alguma coisa você já tá rachando o bico. Por isso, as pessoas adoram sua presença e fazem questão da sua companhia quando saem. Além de tudo, você é uma pessoa animada e disponível pro que der e vier. Você possui um coração imenso. A memória do seu celular vive lotada de números.

06) Suflair:

Maduro, charmoso, com estilo. Você é o namorado que todo mundo gostaria de ter. É inteligente e versátil. Você sabe se relacionar afetivamente como ninguém; é charmoso e deixa sua marca registrada em todos os seus relacionamentos. Você se encaixa bem em qualquer situação. As pessoas vivem suspirando por você. Como nem tudo é perfeito na vida, você não é lá muito fiel, mas o seu bom desempenho afetivo e sexual compensam essa deficiência.

07) Alpino:

Bem articulado, elegante e fino. Você é uma pessoa chique em todos os sentidos. É elegante, bem educado e sabe falar em público. Por causa do seu sucesso você acaba atraindo a inveja e o rancor de outras pessoas, tendo portanto, muitos inimigos. Em contrapartida, seus amigos lhe são fiéis até a morte. Você daira um ótimo professor ou palestrante. Seu principal defeito é ser desastrado. Não ande mascando chiclete ao mesmo tempo, pois  você poderia acabar tropeçando.

08) Lancy:

Ingênuo, amável, doce. Você gosta de tudo que é infantil, alegre e colorido. Você pode ser um pouco ingênuo, mas é cheio de alegria e espontaneidade. Você tem a maturidade de um adulto e a singeleza de uma criança, o que faz de você uma pessoa feliz. No entanto, a sua inocência pode acabar trazendo problemas. Abra os olhos para não cair em ciladas.

09) Bombons:

Romântico, sensível e amoroso. Você é uma pessoas romântica e não se importa com isso. Você adora presentear e ser presenteado. Flores, perfumes e delicadezas em geral é com você mesmo. Você adora dançar coladinho. Seu grande defeito é ser muito ciumento. Duas ou três pessoas já romperam com você por achar que você " gruda demais ", mas todos os seus ex-namorados dizem que você é um excelente amante.

10) BIS:

Sucesso e realização. O sucesso é a sua meta e realizar-se é o seu grande objetivo da sua vida. Você nunca está contente com a  situação atual, sempre buscando trabalhar para melhorar as coisas, mas isso não significa que você nunca esteja contente, porque você é uma pessoa humilde e sábia e a prova disso é que todo mundo adora seus conselhos.

autoria não identificada.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Matéria publicada em um jornal


Homem descasado procura...

Homem de 40 anos, que só gosta de mulher,
após casamento de sete anos, mal sucedido afetivamente,
vem através deste anúncio procurar mulher, que só goste de homem,
para compromisso duradouro, desde que esta preencha certos requisitos.

Vale lembrar que as exigências deste senhor que, a partir de agora,
passa a se denominar PRETENDIDO,
são baseadas em suas relações pós-divórcio
com outras mulheres que, a partir de agora, 
passam a ser denominadas PRETENDENTES
e que deixaram marcas profundas em sua personalidade.

O PRETENDIDO exige que a PRETENDENTE tenha idade entre 28 e 40 anos,
não descartando, evidentemente, aquelas de idade abaixo do limite inferior
e descartando as acima do limite superior.

Devem ter um grau razoável de escolaridade, para que não digam
na frente de estranhos:
" menas vezes ", " quando eu se casei ", " é de grátis ",
e outras pérolas gramaticais.

Os olhos podem ter qualquer cor,
desde que sejam da mesma e olhem para uma mesma direção.

Os dentes, além de extremamente brancos, todos os 32,
devem permanecer na boca ao deitar e 
nunca dormirem mergulhados num copo d'água.

Os seios devem ser firmes, do tamanho de um mamão papaia,
cujos mamilos olhem sempre para o céu,
quando muito para o purgatório, nunca para o inferno.

Devem ter consistência tal que não escapem pelos dedos,
como massa de pão.

Por motivos óbvios, a boca e os lábios
devem ter consistência macia, não confundir com beiço.

A barriga, se existir, muito pequena e discreta
e não um ponto de referência.

O PRETENDIDO exige que a PRETENDENTE seja sexualmente normal,
isto é, tenha orgasmos, se múltiplos melhor, mas mesmo os eventuais,
quando acontecerem, que ela gema um pouco ou pisque os olhos,
para que ele sinta-se sexualmente interessante.

Independentemente da experiência sexual do PRETENDIDO,
este exige que durante o ato sexual, a PRETENDIDA
não boceje, não ria, não fique vendo as horas
no rádio-relógio, durma ou cochile.

O PRETENDIDO exige que a PRETENDENTE não
tenha feito nenhuma sessão de análise, o que poderia camuflar,
por algum tempo, uma eventual esquizofrenia.

A PRETENDENTE deverá ter um carro que ande, nem que seja uma Brasília,
ou tenha dinheiro para o táxi, uma vez que pela própria idade do PRETENDIDO,
ele não tem mais paciência para levar namorada de madrugada para casa.

Enviar cartas, com foto recente, de corpo inteiro, frente e costas,
da PRETENDIDA, para a redação deste jornal, para o codinome
" CACHORRO MORDIDO DE COBRA TEM MEDO ATÉ DE BARBANTE ".

Resposta da Pretendente, publicada,
dias após, no mesmo periódico:

Prezado HOMEM DESCASADO,
Li seu anúncio no jornal e manifesto meu interesse
em manter compromisso duradouro com o senhor,
desde que (é claro)
o senhor também preencha outros " certos " requisitos
que considero básicos!

Vale lembrar que tais exigências se baseiam em conclusões tiradas acerca do
comportamento masculino em diversas relações frustradas, que só não
deixaram marcas profundas em minha personalidade, porque
" graças a Deus ", fiz " anos de terapia ", o que infelizmente
contraria uma de suas exigências.

Quanto à idade, convém ressaltar que espero que
o senhor tenha a maturidade dos 40 anos e o vigor dos 28, e que seu
grau de escolaridade supere a cultura que porventura tenha adquirido
assistindo aos programas dominicais...

Seus olhos podem ser de qualquer cor desde que vejam algo além
de jogos de futebol e revistas de mulher pelada e 
seus dentes devem sorrir mesmo quando lhe for solicitado
que lave a louça ou arrume a cama.

Não é necessário que seus músculos tenham sido esculpidos
pelo halterofilismo,
mas que seus braços sejam fortes o suficiente para
carregar as compras.

Quanto à boca, por motivos também óbvios, além de cumprir com
eficiência as funções a que se destinam as bocas no
relacionamento de um casal,
devem servir, inclusive, para pronunciar palavras doces e gentis
e não somente:
PEGA MAIS UMA CERVEJA AÍ, MULHER!!

A barriga, que é quase certo que o senhor tenha, é tolerável desde que
não atrapalhe para abaixar ao pegar as cuecas e meias que
jamais deverão ficar no chão.

Quanto ao desempenho sexual, espera-se que corresponda ao menos
palidamente à " performance " daquilo que o senhor
" diz que faz " aos seus amigos...
e que durante o ato sexual,
não precise levar à cama os livros:
" Manual do Corpo Humano " ou
" Mulher, esse ser estranho "!!

No que diz respeito ao item alimentação,
cumpre estar atualizado com a lista dos melhores restaurantes,
ser um bom conhecedor de vinhos e toda espécie de iguarias,
além de bancar as contas, evidentemente.

Em relação ao carro,
tornam-se desnecessários os trajetos durante a madrugada,
uma vez que, havendo correspondência nas exigências
que por ora faço, pretendo mudar-me de mala e cuia
para a sua casa... meu amor!!

assinado  A COBRA