sábado, 25 de setembro de 2021

Retribuir com o bem

 Os desregramentos, sejam de que ordem for, conduzem à enfermidade, ao enfraquecimento dos valores espirituais, à morte.

Aqueles de natureza moral, mais graves, estiolam os sentimentos e insculpem matrizes que perturbam o Espírito nas etapas sucessivas pelas quais deverá deambular no futuro.

Entre outros, o ódio assume, qual ocorre com a perversão do sexo nos dias atuais, proporção calamitosa, envenenando multidões, que se apresentam desesperadas, engalfinhando-se em lutas desgastantes e destrutivas.

O ódio entorpece o discernimento e fixa-se a fogo nos painéis da alma, ardendo sem cessar. Mesmo quando a vingança insana se consuma, prossegue, insaciável, devorando aquele que o cultivou.

Não foi por outra razão que Jesus recomendou se fizesse todo o bem àquele que se compraz na prática do mal.

De fácil contágio, o ódio incendeia as emoções, alterando, completamente, o discernimento, a razão.

O ódio é virose perigosa que consome milhões de vidas, que lhe tombam, irresistíveis, nas malhas bem-urdidas.

Predominando em as naturezas mais primárias do ser, apresenta-se, com a mesma facilidade, no homem culto, nobre, de estrutura equilibrada.

Irrompe como chama devastadora ou instala-se, a pouco e pouco, tomando o terreno das emoções como erva daninha de fácil proliferação.

Há muito ódio entre as criaturas da Terra, disfarçado em mil formas, desenvolvendo combates inditosos.

Vigia as nascentes do teu coração, de onde brotam os teus sentimentos, e sob justificativa alguma dá campo à animosidade.

Discorda, quando necessário, sem briga.

Resguarda-te da agressão, porém, se alcançado por ela, não a revides.

Mantém-te em paz, quando provocado, não vitalizando o mal com energia equivalente, para não dares força ao ódio desgovernado.

A poda, que maltrata a planta, renova-a para a vida.

A barreira, que impede o curso da água,  concede-lhe maior volume e força.

O solo, sulcado, adquire mais recursos para a finalidade a que se destina.

O mesmo ocorre na área da tua vida terrestre.

O que pode parecer desventura e agressão num momento, logo se transformará em benção, se souberes receber o insulto.

O inimigo de agora, se o amares, será transformado no companheiro de amanhã.

Quem O visse no meio da multidão, amando e servindo, não imaginaria que, logo depois, a sós, Ele sofresse as penosas injunções da maldade, da ingratidão e do ódio gratuito com o qual O crucificaram. Porém, passados aqueles momentos de sombra física e moral da Humanidade, Ele retornou esplendente de beleza e amor, para retribuir com o bem todo o mal que Lhe pretenderam fazer.


Texto retirado do livro Momentos de Alegria, Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis; Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 4ª Edição, 2014.

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