domingo, 5 de fevereiro de 2023

Encontro com o amor

Na sociedade contemporânea, conforme sucedeu na passada, o amor é um fenômeno emocional, que só raramente se expressa. Pelo menos, o amor na sua profunda significação.

Há variadas colocações para o amor que não passam de sentimentos confusos e buscas atormentadas, não significando ser a real conquista da evolução do indivíduo.

A palavra tem sido utilizada para mascarar estados íntimos desequilibrados e, não poucas vezes, para ocultar objetivos escusos.

Certamente existe o amor dos pais pelos filhos e destes por aqueles; o amor dos cônjuges e da família; da participação nas atividades solidárias; à ciência, à arte, ao desporto, à fé... No entanto, na maioria das vezes, o fenômeno do amor é atormentado, esvaziado, assinalado por altibaixos, sem a profundidade necessária para resistir aos vendavais dos acontecimentos humanos.

Ocorre que, num contexto de pessoas solitárias, conformistas ou rebeldes, há um receio injustificado de amar, a fim de cada uma poupar-se aos problemas do envolvimento afetivo que sempre se apresenta nesses relacionamentos.

Com a predominância do egoísmo, todos pretendem ser amados, não, porém, dispondo-se a amar, apesar das queixas em torno da questão.

Diversos sentimentos e interesses se apresentam na química moderna do amor, que se expressa sem os conteúdos reais da sua manifestação.

Normalmente, o amor é confundido com os impulsos sexuais, raramente amadurecidos e quase nunca portadores de objetivos construtivos. Torna-se uma mistura de interesses vulgares, com predomínio da busca das sensações a prejuízo das emoções enobrecidas.

Imprescindível, portanto, não confundir estas manifestações, dando-lhes as denominações correspondentes, que nada têm a ver com o amor.

O amor é um sentimento que brota espontâneo e deve ser cultivado, a fim de que se desenvolva, realizando o mister a que se destina.

Floresce através de ações benéficas, capazes de gerar alegria, bem-estar e progresso.

É altruísta sem alardear suas metas, impregnando todos aos quais se dirige.

Se não se deriva dos sentimentos profundos da alma, gera hostilidade, irritando-se facilmente e malogrando nas suas manifestações.

Quando o amor se exterioriza do coração, produz um encantamento em relação à pessoa querida, com altas doses de empatia responsável pelos sentimentos de doação, de sacrifício, de beleza.

É autoperceptivo, afirmando as suas mais belas possibilidades.

Libera o ser amado, que se movimenta sob estímulos enobrecedores, não exigindo servidão, antes impulsionando o outro ao crescimento emocional, moral e espiritual.

Não permite a dependência, que se torna um mecanismo de apoio, jamais uma forma de realização plenificadora.

A Humanidade registra a abnegação de homens e mulheres notáveis, cujas vidas, iluminadas pelo amor, tornaram-se exemplos edificantes, inolvidáveis.

Assim, aprende, também, a amar.

Deixa que o sentimento da amizade se irise de ternura e cresça em forma de amor. Com ele, tranquiliza-te, permitindo que a alegria do encontro te constitua emulação para o prosseguimento.

Quem experimenta o amor, nunca mais é o mesmo.

Constatarás que o amor é a meta que deves alcançar, entregando-te à sua realização, cada vez mais fácil e atraente, felicitando-te e á Humanidade em cujo contexto te encontras.


Texto retirado do livro Momentos de Iluminação; Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 4ª Edição, 2015.

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