sábado, 22 de abril de 2023

Cristificação Pelo Amor

É certo que gostarias de ser amado, recebendo a afetividade de outrem em demonstrações de carinho conforme as necessidades que acreditas te afligirem.

Talvez fosse melhor que te chegassem ao sentimento as expressões retributivas do amor que esparzes, diminuindo-te as carências íntimas, acalmando-te as ansiedades, alegrando-te.

O problema, porém, é geral.

Não há indivíduo algum que se encontre referto na Terra, nessa área.

Quem recebe amor de determinadas pessoas, aspira ao afeto de outras, que não aquelas que se lhe acercam.

Tens o pensamento dirigido para alguém que, possivelmente, não te corresponde, assim como outrem te anela, sem que sintas algo especial por ele.

Se as pessoas se correspondessem na mesma faixa de ternura; se os corações se manifestassem na mesma onda de sentimento; se os afetos exteriorizassem na mesma vibração de trocas, a Terra já seria o paraíso desejado.

Há, no entanto, infinidade de graus, nos quais se manifestam as emoções.

Ninguém, todavia, que viaje a sós.

Possivelmente, não te associas com a pessoa de quem, ou não recebes a companhia do ser amado. Todavia, se espraiares o olhar de bondade compreensiva, identificarás companhias outras agradáveis, que se encontravam solitárias, porque anelavam por ti e não logravam aproximar-se.

São os aparentemente inexplicáveis paradoxos da existência corporal, cujas causas se encontram na conduta passada, quando de outras reencarnações.

Ama, desse modo, sem te impores, sem exigires retribuição.

Experimenta querer bem, pelo prazer pessoal de fazê-lo, e descobrirás um filão de ouro atraente que propiciará uma grande fortuna, em forma de paz e de satisfação pessoal.

O melhor do amor é amar, e não somente ser amado.

A preparação de uma viagem, não raro, é sempre mais agradável do que esta em si mesma, ou a sua chegada que, às vezes, causa frustração e desencanto.

As chamadas "pessoas maravilhosas", por quem te apaixonas, assim o são, porque as desconheces.

Todos os homens têm problemas, limitações, defeitos, necessidades.

O insucesso das uniões conjugais, na maioria dos casos, resulta de precipitação na escolha, da imaturidade na busca, do apego às ilusões e da afetividade por ídolos de pés de barro que se despedaçam facilmente.

Enobrece-te com o amor, irradiando-o em forma de simpatia, de gentileza, de serviço pelo próximo, de abnegação.

Não há quem resista à força do amor sem interesse imediato, sem aprisionamento.

Ama, portanto, libertando.

Cristifica-te através do amor. Talvez, para consegui-lo, seja-te necessário crucificar-te nas traves da renúncia e da sublimação. Todavia, somente por meio da crucificação é que alguém se pode cristificar. E o amor, sem dúvida, ainda é o mais suave, perfeito e eficaz instrumento para consegui-lo.


Retirado do livro Momentos de Coragem; Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 8ª Edição, 2014.


Conheci esse texto no início dos anos 90 quando migrava do Catolicismo para o Espiritismo! Eu participava (e ainda participo) de um grupo de voluntários e resolvemos criar um jornalzinho, um informativo para eles. Não me lembro como esse material chegou em minhas mãos, mas ele foi parar na 1ª Edição desse jornal. Eu fiquei fascinado por essa mulher e passei a procurar qualquer coisa que viesse dela! Naquela época, não havia internet, whatsapp ou qualquer recurso tecnológico mais avançado... Os computadores começavam a aparecer juntamente com as impressoras chamadas de matriciais! Então, restava ir aos famosos "sebos" pra tentar encontrar alguma coisa. Obviamente, não achei nada! Mas fiquei com Joanna de Ângelis na cabeça e, muitos anos depois, talvez quase 30 anos, comecei a encontrar seus livros nos Centros por onde passava. Comprei vários deles e a leitura só fez reforçar minha admiração por ela... Depois, descobri uma pequena coleção (pequena mesmo, pois são os conhecidos livros de bolso) com mensagens dela e, para minha surpresa, reencontrei o texto! Quando resolvi começar esse Blog, lá pelos idos de 2010, lembrei-me dele e o publiquei sem saber que o encontraria tempos depois e descobriria a sua origem. Nessa minha proposta de publicar sempre algo dela todos os sábados, deparei-me hoje com ele e optei por repetir a publicação, mesmo porque hoje, ele me parece diferente e mais forte em sua essência! Obrigado, Joanna de Ângelis... Grande beijo pra você!

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