sábado, 15 de abril de 2023

Ninguém Escapa

- Por que sofrem os bons, enquanto os maus prosperam? - indagam inúmeras pessoas, amarguradas.

- Por que os bons propósitos não encontram resposta, considerando-se que os planos infelizes são coroados de êxito? - interrogam os indivíduos com desencanto.

- Por que todos se voltam contra os idealistas da verdade e aplaudem os mentirosos, embora pareça o contrário? - perguntam aqueles que reflexionam sob desesperos injustificáveis.

- Por que a colheita do bem são os espinhos e as ingratidões? - inquirem os corações ensombrados pela revolta.

- Por que a solidão dos bons e a popularidade dos criminosos, dos astutos e malversadores? - surpreendem-se quantos experimentam incompreensões.

Nenhuma injustiça, porém, nos quadros apresentados.

O enfoque das questões encontra-se malfeito.

A observação em tela é imperfeita.

Senão, vejamos: aquele que se apresenta como bom cidadão hoje e defronta dificuldade, é apenas aprendiz da vida, que vem da ignorância para o conhecimento, do erro para o acerto.

" - Bom somente é o Pai " - respondeu Jesus ao moço rico, na lição evangélica.

O homem mau, ignorante e inseguro, que frui enganoso triunfo, não se encontra em paz com a consciência. E mesmo tendo-a anestesiada, despertará.

A vida não tem pressa.

Ao dia sucede a noite, e a esta, um novo dia.

O Sol brilha sobre bons e maus com a mesma intensidade; assim, o amor de Nosso Pai.

Se o sucesso não te coroa os tentames do bem-fazer, persevera e atua melhor.

Se a dificuldade te surpreende os passos, insiste e contorna o obstáculo.

Se o problema te desafia, estuda-o e permanece equacionando-o.

Nada há impossível para quem ama, crê e espera, estudando e servindo sem cansaço.

Se recebes gratificação de qualquer natureza pelo que realizas, não és obreiro do Senhor, porém negociante de emoções e interesses.

Se te queixas, enquanto atuas, encontras-te desinformado da ação do bem.

Porque o bem é proposta nova e inabitual no mundo, ainda provoca surpresa, desconfiança, desencorajamento.

Sê aquele que o torne natural e comum, demonstrando aos outros, àqueles que não creem na tua ação, a excelência dos resultados que ele já propicia em ti.

Alarga os espaços da bondade, e chegará o momento em que o joio da maldade será arrancado e a gleba humana se enriquecerá com o trigo generoso propiciador do pão de vida.

Não te preocupes com os equivocados, os insensatos, os maus... Eles viverão e retornarão aos caminhos ora percorridos por ti.

Ninguém escapa.

Ama-os, ao invés de desejar-lhes sofrimentos, assim tornando a tua bondade sábia e compreensiva, em lugar de ser adorno para reconhecimento público.

Recorda-te, em qualquer situação, de Jesus, que até agora permanece confiante e sem queixas, esperando por nós.


Retirado do livro Momentos de Alegria; Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 4ª Edição, 2014.

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