35. "PRESIDENTA" É UMA INVENÇÃO DA DILMA
A palavra "presidenta é usada em Português ao menos desde 1872. Foi usada por Machado de Assis em 1880, no romance Memórias Póstumas de Brás Cubas. E abonada no Vocabulário Ortográfico e Ortoépico da Língua Portuguesa, de Gonçalves Viana (Livraria Clássica Editora, Lisboa, 1909)
36. GÊNERO = SEXO
"Gênero" é distinção gramatical; "sexo" é distinção semântica. Um nome do gênero masculino pode designar alguém do sexo feminino, como, por exemplo, "mulherão" (que, aliás, embora masculino, designa uma mulher extremamente feminina). Há nomes ("sobrecomuns") do gênero masculino que designam pessoas tanto do sexo masculino quanto do feminino (como o cônjuge, o apóstolo, o algoz). Também há nomes ("sobrecomuns") do gênero feminino que designam pessoas tanto do sexo masculino quanto do sexo feminino (como, por exemplo, a vítima, a testemunha, a pessoa). O gênero existe mesmo quando não há motivação sexual, como o gênero das coisas (mesa, casa, algodão, álcool...)
37. O GÊNERO DA PALAVRA "GRAMA" É MASCULINO
Não há razão para ensinar que o gênero da palavra "grama" é, obrigatoriamente, masculino. Diz-se hoje, também, "duzentas gramas", porque esse é o uso majoritário entre as pessoas cultas.
Texto de Francisco S. Borba; professor do Curso de pós-graduação em Linguística da UNESP - Campus de Araraquara e pesquisador 1A do CNPq.
Mitos Ideológicos, 100 Mitos retirado da revista Língua Portuguesa, Ano 9, número 100, Fevereiro de 2014, Editora Segmento, São Paulo.