A definição usual da flexão em grau é a da categoria que indica, no substantivo, proporção menor ou maior ante um ponto de referência "normal".
Os graus aumentativo ou diminutivo podem ser assinalados por sufixos grudados ao substantivo (processo sintético: bonequinha, casarão) ou pela companhia de adjetivos (processo analítico: boneca pequena, casa grande). Mas a Língua admite sufixos aumentativos ou diminutivos não relacionados à ideia de tamanho, mas ao sentido afetivo ou pejorativo. Daí "sujeitinho covarde" e "amigão".
Usamos adjetivos com flexão típica do diminutivo, mas função superlativa: "bolsa cheíinha" é a superlotada e "prato limpinho", o muito limpo. "Café quentinho" tem o máximo calor possível e "menino bonzinho" é um poço de bondade. A "cerveja geladinha" está no limite do congelamento.
Texto de Francisco S. Borba; professor do Curso de pós-graduação em Linguística da UNESP - Campus de Araraquara e pesquisador 1A do CNPq.
Mitos Ideológicos, 100 Mitos retirado da revista Língua Portuguesa, Ano 9, número 100, Fevereiro de 2014, Editora Segmento, São Paulo.
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