domingo, 28 de outubro de 2012

O Mundo é um Moinho

                      Cartola

Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Dio Come Ti Amo

              Domenico Modugno

Nel cielo passano le nuvole
Che vanno verso il mare
sembrano fazzoletti bianchi
che salutano il nostro amore

Dio, come ti amo
Non è possible
Avere fra le braccia
Tanta felicità
Baciere le tue labbra
Che odorano di vento
Noi due innamorati
Come nessuno al mondo
Me vien da piàngere
In tutta la mia vita
Non ho provato mai
Un vene cosi caro
 Un bene cosi vero
Che può fermare il fiume
Che corre verso il mare
Le rondini nel cielo
che vanno verso il sole
chi può cambiar l'amore
l'amore mio per te

Dio, come ti amo

Deus, Como Te Amo

No céu passam nuvens
que vão de encontro ao mar
lembram lenços brancos
que saúdam o nosso amor

Deus, como te amo
não é possível 
ter entre os braços
tanta felicidade
Beijar os teus lábios
com perfume de vento
nós dois apaixonados
como ninguém no mundo
Deus, como te amo
tenho vontade de chorar
em toda a minha vida 
nunca senti isso
Um sentimento tão precioso
um sentimento tão verdadeiro
quem pode parar um rio
que corre em direção ao mar
As andorinhas no céu
que vão de encontro ao sol
quem pode mudar o amor
o meu amor por ti 

 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Canción de las Simples Cosas

         Armando Tejada Gómez/César Isella

Uno se despide insensiblemente de pequeñas cosas
Lo mismo que un árbol en tiempo de otoño se queda sin hojas
Al fin la tristeza es la muerte de las simples cosas
Esas cosas simples que quedan doliendo en el corazón

Uno vuelve siempre a los viejos sitios donde amó la vida
Y entonces comprende como están de ausentes las cosas queridas
Por eso, muchacho, no partas ahora, soñando el regreso
Que el amor es simple, y a las cosas simples las devora el tiempo

Demórate aquí, en la luz mayor de este mediodía
Donde encontrarás con el pan al sol la mesa tendida
Por eso, muchacho, no partas ahora, soñando el regreso
Que el amor es simple, y a las cosas simples las depura el tiempo

do CD " Idílio " de Marina De La Riva, lançado em 2012.

Como Duele Perderte

                          Flores

Como duele el día nublado
Como el tiempo es tan pesado
Porque a diario pienso en ti
Que bien grita el silencio
Que bien duelen los recuerdos
Porque todo habla de ti

Que delicia tu sensualidad
Que locura cuando te sentía muy de cerca
Y ahora que estás lejos hasta el universo ha muerto

Que pequeño se hace el cielo
Que humillante es el deseo
Porque ya no estás aqui

Que sincero se hace el frío
Como hiel mi sufrimiento
Ya no se lo que es vivir

Que delicia tu sensualidad...

Como fue que tu dejarte de querer
Y olvidaste del ayer
De nuestras miradas de nuestra piel
No te duele así perder
Lo que fue perfecto y acordado fiel

Lo que me queda por decir
Es como duele perderte

do CD " Idílio " de Marina De La Riva lançado em 2012.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

L'Aurora

          Eros Ramazzotti/Adelio Cogliati/Nacho Maño

Io non so se mai si avvererà

Uno di quei sogni che uno fa
Come questo che
Non riesco a togliere dal cuore
Da quando c'è...

Forse anche questo resterà
Uno di quei sogni che uno fa
Anche questo che
Sto metendo dentro a una canzone
Ma già c'è intanto che c'è
Continuerò a sognare ancora un po'...

Sarà, sarà l'aurora
Per me sarà cosi come uscire fuori
Come respirare una'aria nuova
Sempre di più
E tu, e tu amore
Vedrai che presto tornerai
Dove adesso non ci sei

Forse un giorno tutto cambierà
Più sereno intorno si vedrà
Voglio dire che
Forse andranno a posto tante cose
Ecco perché
Ecco perché continuerò
A sognare ancora un po'
Uno dei sogni miei...

Quello che c'è in fondo al
Cuore non muore mai
Se ci hai creduto una volta
Lo rifarai
Se ci hai creduto davvero
Come ci ho creduto io...

Sarà sarà l'aurora
Per me sarà cosi


Eu não sei se jamais se realizará

Um desses sonhos que a gente tem
Como este que
Não consigo arrancar do coração
E então...

Talvez também este ficará
Como um desses sonhos que a gente tem
Também este que
Estou colocando numa canção
Mas já que o tenho, enquanto o tiver
Continuarei a sonhar ainda um pouco

Será, será a aurora
Para mim será assim: como libertar-se
Como respirar novos ares
E sempre mais, ainda mais
E você, você, meu amor
Vai ver que logo voltará
Para onde agora não estás

Um dia, talvez, tudo mudará
E a paz há de chegar
Quero dizer que
Tantas coisas irão para o seu lugar
É por isso
Que eu continuarei
A sonhar ainda
Um dos meus sonhos

Aquilo que mora no fundo do
Coração não morre jamais
Se uma vez você acreditou
Vai acreditar de novo
Se uma vez você acreditou de verdade,
Como eu acreditei

Será, será a aurora
Para mim será assim.

do CD Passione, gravado por Zizi Possi em 1998. 

Per Amore

             Mariella Nava

Io conosco la tua strada
ogni passo che farai
le tue ansie chiuse e i vuoti
sassi che allontanerai
senza mai pensare che
come roccia io ritorno in te...
Io conosco i tuoi respiri
tutto quello che non vuoi
lo sai bene che non vivi
riconoscerlo non puoi
e sarebbe come se
questo cielo in fiamme
ricadesse in me
come scena su un attore...

Per amore
hai mai fatto niente
solo per amore
hai sfidato il vento e urlato mai
diviso cuore stesso
pagato e riscommesso
dietro questa mania
che resta solo mia

Per amore
hai mai corso senza fiato
per amore perso e ricominciato
e devi dirlo adesso
quanto di te ci hai messo
quanto hai creduto tu in questa bugia
e sarebbe come se questo fiume in piena
risalisse a me
come china al suo pittore

Per amore
hai mai speso tutto quanto la ragione
il tuo orgoglio fino al pianto
lo sai stasera resto
non ho nessun pretesto
soltanto una mania
che è ancora forte e mia
dentro quest'anima che strappi via
e te lo dico adesso, sincero con me stesso
quanto mi costa non saperti mia
e sarebbe come se tutto questo mare
annegasse in me...

Eu conheço tua estrada
cada passo que darás
teus desejos calados, teus vazios
pedras que afastarás
sem jamais pensar que eu
como uma rocha
volto sempre pra você
eu conheço a tua respiração
tudo o que você não quer
você sabe bem que o que você está vivendo
não é vida, mas não quer reconhecer
só se o céu, este céu, em chamas
desabasse sobre mim
como um cenário caindo sobre um ator

Por amor
você já fez alguma coisa
apenas por amor?
já desafiou o vento e gritou?
já dividiu o próprio coração?
já pagou e apostou várias vezes
nessa mania
que afinal segue sendo só minha

Por amor
você já correu até ficar sem fôlego?
por amor, já se perdeu e se reencontrou?
e tem de me dizer agora
quanto de você colocou nesta história
o quanto acreditou nesta mentira
só se um rio se levantasse dentro de mim
como uma enchente
como o nanquim da pena de um pintor

Por amor
você já esgotou sua razão?
teu orgulho até o pranto?
você sabe, esta noite eu fico
mesmo sem nenhum pretexto
apenas essa mania
que ainda é forte e minha
dentro desta alma que você dilacera
e eu te digo agora, com sinceridade
quanto me custa não te saber meu
é como se esse mar todo
se afogasse em mim

do CD " Per Amore ", de Zizi Possi, gravado em 1997. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mãe Mercedes


Ana Luiza

                  Tom Jobim

Supõe Ana Luiza se a guarda cochila
Eu posso penetrar no castelo
E galgar a muralha de onde se divisa
O vale, os prados, os matos, os montes, as flores, as fontes
Luiza
Ana Luiza
Eu fiz esta canção pra você
Que pergunta
Precisa saber
Onde anda Luiza
Luiza, Luiza, Luiza
Por que me negas tanto assim a primavera?
Se sabes que a última quimera
Existe no mundo de Ana Luiza
Primavera, Ana Luiza
Teus olhos
Em que lago, em que serra, em que mar se oculta?
Escuta, Luiza
Na brisa uma canção fala em você
E pergunta
Insiste em saber onde anda Luiza
Luiza, Luiza, Luiza, Luiza
Eu te ama tanto
Quem há de resistir a todo encanto
Que existe, assiste, em Ana Luiza

Música do CD Carol Saboya & Nelson Faria interpretam Antônio Carlos Jobim, lançado em 1999.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Um Desejo E Dois Irmãos

                Marina Colasanti

Dois príncipes, um louro, e um moreno. Irmãos, mas os olhos de um azuis, e os do outro verdes. E tão diferentes nos gostos e nos sorrisos, que ninguém os diria filhos do mesmo pai, rei que igualmente os amava.

Uma coisa porém tinham em comum: cada um deles queria ser o outro. Nos jogos, nas poses, diante do espelho, tudo o que um queria era aquilo que o outro tinha. E de alma sempre cravada nesse desejo insatisfeito, esqueciam-se de olhar para si, de serem felizes.

Sofria o pai com o sofrimento dos filhos. Querendo ajudá-los, pensou um dia que melhor seria dividir o reino, para que não viessem a lutar depois da sua morte. De tudo o que tinha, deu o céu para seu filho louro, que governasse junto ao sol brilhante como seus cabelos. E entregou-lhe pelas rédeas um cavalo alado. Ao moreno coube o verde mar, reflexo dos seus olhos. E um cavalo marinho.

O primeiro filho montou na garupa lisa, entre as asas brancas. O segundo filho firmou-se nas costas ásperas do hipocampo. A cada um, seu reino. Mas  as pernas que roçavam em plumas esporearam o cavalo para baixo, em direção às cristas das ondas. E os joelhos que apertavam os flancos molhados ordenaram que subisse, junto à tona.

Do ar, o príncipe das nuvens olhou através do seu reflexo, procurando a figura do irmão nas profundezas.

Da água, o jovem senhor das vagas quebrou com seu olhar a lâmina da superfície procurando a silhueta do irmão.

O de cima sentiu calor, e desejou ter o  mar para si, certo de que nada o faria mais feliz do que mergulhar no seu frescor.

O de baixo sentiu frio, e quis possuir o céu, certo de que nada o faria mais feliz do que voar na sua mornança.

Então emergiu o focinho do cavalo marinho e molharam-se as patas do cavalo alado. Soprando entre as mãos em concha os dois irmãos lançaram seu desafio. Alinhariam os cavalos na beira da areia e partiriam para a  linha do horizonte. Quem chegasse primeiro ficaria com o reino do outro.

- A corrida será longa, - pensou o primeiro. E fez uma carruagem de nuvens que atrelou ao seu cavalo.

- Demoraremos a chegar, - pensou o segundo. E prendeu com algas uma carruagem de espumas nas costas do hipocampo.

Partiram juntos. Silêncio na água. No ar, relinchos e voltear de plumas. Longe, a linha de chegada dividindo os reinos.

Os raios do sol passavam pela carruagem de nuvens e desciam até a carruagem de espumas. Durante todo o dia acompanharam a corrida. Depois brilhou a lua, a leve sombra de um cobriu o outro de noite mais profunda. E quando o sol outra vez trouxe sua luz, surpreendeu-se de ver o cavalo alado exatamente acima do cavalo marinho. Tão acima como se, desde a partida, não tivessem saído do lugar.

Galopava o tempo, veloz como os irmãos. Mas a linha do horizonte continuava igualmente distante. O sol chegava até ela. A lua chegava até ela. Até os albatrozes pareciam alcançá-la no seu voo. Só os dois irmãos não conseguiam se aproximar.

De tanto correr já se esgarçavam as nuvens da carruagem alada, e a espuma da carruagem marinha desfazia-se em ondas. Mas os dois irmãos não desistiam, porque nessa segunda coisa também eram iguais, no desejo de vencer.

Até que a linha do horizonte teve pena. E devagar, sem deixar-se perceber, foi chegando perto.

A linha chegou perto. E chegou perto.

Baixou seu voo o cavalo alado, quase tocando o reflexo. Aflorou o cavalo marinho entre marolas. As plumas, espumas se tocaram. Céu e mar cada vez mais próximos confundiram seus azuis, igualaram suas transparências. E as asas brancas do cavalo alado, pesadas de sal, entregaram-se à água, a crina branca roçando já o pescoço do hipocampo. Desfez-se a carruagem de nuvens na crista da última onda. Onda que inchou, rolou, envolvendo os irmãos num mesmo abraço, jogando um corpo contra o outro, juntando para sempre aquilo que era tão separado.

Desliza a onda sobre a areia, depositando o vencedor. Na branca praia do horizonte, onde tudo se encontra, avança agora um único príncipe, dono do céu e do mar. De olhos e cabelos castanhos, feliz enfim.

Extraído do livro " Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento ".

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Usted

                   Gabriel Ruiz/Monis Zorrilla

Usted es la culpable
De todas mis angustias y todos mis quebrantos
Usted lleno mi vida
De dulces inquietudes y amargos desencantos

Su amor es como un grito
Que llevo aquí en mi alma y aquí en mi corazón
Y soy aunque no quiera
Esclavo de sus ojos, juguete de su amor

No juegue con mis penas, ni con mis sentimientos
Que es lo único que tengo
Usted es mi esperanza, mi última esperanza
Comprenda de una vez

Usted me desespera
Me mata, me enloquece
Y hasta la vida diera por vencer el miedo
De besarla a usted

Música do CD " Romance " de Luis Miguel lançado em 1992.