sábado, 1 de março de 2025

Nunca desfalecer (61)

 "... Orar sempre e nunca desfalecer." - (LUCAS, 18:1)


Não permitas que os problemas externos, inclusive os do próprio corpo, te inabilitem para o serviço da tua iluminação.

Enquanto te encontras no plano de exercício, qual a crosta da Terra, sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor.

A lição dada é caminho para novas lições.

Atrás do enigma resolvido, outros enigmas  aparecem.

Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar.

Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.

Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha, para que, vencendo inibições fora de ti, aprendas a superar as tuas limitações.

Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.

Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual.

Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor.

Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte?

Onde os romanos vaidosos e dominadores?

Onde os verdugos da Boa Nova nascente?

Onde os guerreiros que fizeram correr, em torno do Evangelho, rios escuros de sangue e suor?

Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram, em nome do Renovador Crucificado?

Onde as trevas da Idade Média?

Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes que feriram em nome do Excelso Benfeitor?

Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos.

Centraliza-te no esforço de ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição divina. Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando, e nunca desfalecer.


Texto retirado do livro Fonte VivaFrancisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel, FEB, Brasília, 1987.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

47. Bilíngues falam sem sotaque? (Três mitos da pronúncia - 3)

É muito mais comum encontrar pessoas bilíngues que têm sotaque. Ter ou não um sotaque não determina a habilidade linguística de uma pessoa.


Mitos Ideológicos, 100 Mitos retirado da revista Língua Portuguesa, Ano 9, número 100, Fevereiro de 2014, Editora Segmento, São Paulo.

46. Subsídio (Três mitos da pronúncia - 2)

Muita gente pronuncia como /z/ o /s/ de subsídio ou de "subsistência". Sempre que a letra /s/ ocorre depois de uma consoante oral, seu som será sempre o de /c/ de cebola, como em: "verso", "falso", "lapso" etc. Assim, a pronúncia do /s/ em "subsídio" e "subsistência" é a mesma do /s/ de "subsolo", "subsequente" etc. A exceção é a pronúncia de "obséquio" e derivados.


Mitos Ideológicos, 100 Mitos retirado da revista Língua Portuguesa, Ano 9, número 100, Fevereiro de 2014, Editora Segmento, São Paulo.

45. Hexa (Três mitos da pronúncia - 1)

O prefixo "hexa" é a versão gráfica da forma acústica /eza/, o mesmo modo deslizante de enunciar a letra [x] de "exame". Palavras começadas com [e] ou [h], seguidos por som em /z/, são escritas com [x], daí "exumar", "hexágono", "exímio", "exultar" etc. Mas, no Brasil da Copa, "hexa" ganhou a pronúncia rascante /heksa/, à maneira de quem diz "fixo" (som de dois fonemas, /ks/).


Mitos Ideológicos, 100 Mitos retirado da revista Língua Portuguesa, Ano 9, número 100, Fevereiro de 2014, Editora Segmento, São Paulo.

44. Terminação '-izar' é modismo condenável

São várias as razões para uma expressão nova ser incorporada ao cotidiano de uma população. Uma delas é seu prestígio. Muitos puristas odeiam palavras como "alavancar", mas há gente que gosta, ora. Quem adapta uma expressão de outra Língua o faz porque isso lhe soa bem, moderno, ou porque denota sua profissão, sua posição, mesmo que seja sua posição imaginária numa sociedade - o cara "quer" ser globalizado, popular, informal, up-to-date... etc.

Em palavras como "disponibilizar", o importante não é que seja nova ou seja um modismo, mas obedeça rigorosamente a regras da gramática: por exemplo, o /v/ de "disponível" se torna um /b/ (como em "viável = viabilizar" etc; é um verbo da 1ª conjugação (todos os verbos novos são, mesmo os derivados de palavras estrangeiras, é só conferir); o sufixo "-ilizar" mantém seu sentido em todos os verbos em que ocorre, etc.

É falha a visão que olha a Língua apenas por meio das palavras, sem considerar sua estrutura...


Mitos Ideológicos, 100 Mitos retirado da revista Língua Portuguesa, Ano 9, número 100, Fevereiro de 2014, Editora Segmento, São Paulo.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Esmola (60)

 "Dai antes esmola do que tiverdes." - Jesus. (LUCAS, 11:41.)


A palavra do Senhor está sempre estruturada em luminosa beleza que não podemos perder de vista.

No capítulo da esmola, a recomendação do Mestre, dentro da narrativa de Lucas, merece apontamentos especiais.

"Dai antes esmola do que tiverdes."

Dar o que temos é diferente de dar o que detemos.

A caridade é sublime em todos os aspectos sob os quais se nos revele e em circunstância alguma devemos esquecer a abnegação admirável daqueles que distribuem pão e agasalho, remédio e socorro para o corpo, aprendendo a solidariedade e ensinando-a.

É justo, porém, salientar que a fortuna ou a autoridade são bens que detemos provisoriamente na marcha comum e que, nos fundamentos substanciais da vida, não nos pertencem.

O dono de todo poder e de toda a riqueza no Universo é Deus, nosso Criador e Pai, que empresta recursos aos homens, segundo os méritos ou as necessidades de cada um.

Não olvidemos, assim, as doações de nossa esfera íntima e perguntemos a nós mesmos:

Que temos de nós próprios para dar?

Que espécie de emoção estamos comunicando aos outros?

Que reações provocamos no próximo?

Que distribuímos com os nosso companheiros de luta diária?

Qual é o destaque de nossos sentimentos?

Que tipo de vibrações espalhamos?

Para difundir a bondade, ninguém precisa cultivar riso estridente ou sorrisos baratos, mas, para não darmos pedras de indiferença aos corações famintos de pão da fraternidade, é indispensável amealhar em nosso espírito as reservas da boa compreensão, emitindo o tesouro de amizade e entendimento que o Mestre nos confiou em serviço ao bem de quantos nos rodeiam, perto ou longe.

É sempre reduzida a caridade que alimenta o estômago, mas que não esquece a ofensa, que não se dispõe a servir diretamente ou que não acende luz para a ignorância.

O aviso do Instrutor Divino nas anotações de Lucas significa: - dai esmola de vossa vida íntima, ajudai por vós mesmos, espalhai alegria e bom ânimo, oportunidade de crescimento e elevação com os vossos semelhantes, sede irmãos dedicados ao próximo, porque, em verdade, o amor que se irradia em bênçãos de felicidade e trabalho, paz e confiança, é sempre a dádiva maior de todas.


Texto retirado do livro Fonte VivaFrancisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel, FEB, Brasília, 1987.

43. Vírgula é pausa para respirar

A vírgula é um fenômeno sintático, que ajuda na formação das frases, para facilitar seu entendimento. E é sempre bom lembrar que, mesmo sem a presença da vírgula, é possível respirar.


Mitos Ideológicos, 100 Mitos retirado da revista Língua Portuguesa, Ano 9, número 100, Fevereiro de 2014, Editora Segmento, São Paulo.

42. O acento til marca a sílaba tônica

Primeiro, o til não é um acento, mas um sinal gráfico. Ele marca a nasalidade da sílaba, não necessariamente a sílaba tônica: em "órfão", por exemplo, a sílaba tônica é /ór-/. 


Mitos Ideológicos, 100 Mitos retirado da revista Língua Portuguesa, Ano 9, número 100, Fevereiro de 2014, Editora Segmento, São Paulo.

41. Não há crase antes de palavras masculinas

A crase é usada antes de palavras femininas. Há casos, no entanto, em que ela pode aparecer antes de termos masculinos: "Ele fez um gol à Raí". Antes do nome está implícita a expressão "à moda de". Outro exemplo é quando antes da palavra masculina estiver implícita uma palavra feminina: "Refiro-me à mulher da direita, não à (mulher) do meio". Diante do pronome "aquele" isso também ocorre. "Dedicou-se àquele trabalho de pesquisa". Na frase, a crase está em uma palavra masculina.


Mitos Ideológicos, 100 Mitos retirado da revista Língua Portuguesa, Ano 9, número 100, Fevereiro de 2014, Editora Segmento, São Paulo.

sábado, 22 de fevereiro de 2025

40. A dupla negação é ilógica

A dupla negação ("não vi ninguém") atua numa frase como reforço da negativa, não como seu cancelamento. A mesma coisa ocorre com o francês "ne... pas" e o inglês: " I can't get no satisfaction" é o principal verso de Satisfaction, sucesso dos Rolling Stones.


Mitos Ideológicos, 100 Mitos retirado da revista Língua Portuguesa, Ano 9, número 100, Fevereiro de 2014, Editora Segmento, São Paulo.