Durante todo o tempo em que fui professor desta Faculdade, por mais de 15 anos, não me recordo de ter havido um seminário, um simpósio e nem mesmo uma simples palestra, que tivesse dado aos alunos o ensejo de discutirem o tema da solidão. E, no entanto, todos sabem que o assunto é de muita relevância e de grande atualidade.
O fenômeno da solidão é universal no tempo e no espaço, atingindo todos os povos de todos os tempo. Estudá-lo é, pois, um bom caminho para se obter alguma compreensão da personalidade humana. Além disso, torna-se cada vez mais corrente a ideia de que a solidão é uma das características que mais acentuadamente definem o homem moderno. Procurar entendê-la - tanto para os profissionais da Psicologia, como para vocês, futuros psicólogos, - é uma forma adequada e produtiva de captar os sinais dos tempos em que vivemos, a fim de descobrirmos o modo mais eficaz de prestarmos ajuda aos que vêm até nós na busca de serem socorridos.
Estes e outros motivos - que irão aparecendo progressivamente durante a minha conferência - fizeram nascer em mim, assim que recebi o honroso convite para participar deste encontro, a ideia de lhes propor, embora de maneira sumária como a tempo desta conferência permite, o meu ponto de vista sobre a solidão humana, a fim de termos a oportunidade de, juntos, analisá-lo e discuti-lo.
Texto de Franz Victor Rúdio retirado do livro Compreensão Humana e Ajuda ao Outro, Editora Vozes, Petrópolis, 1991.
Conferência de abertura do II Encontro de Psicologia do Vale do Paraíba, realizado na Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, São Paulo.
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