sábado, 28 de novembro de 2020

O Teu Deus Interno

 Periodicamente, o tresvario humano, cansado de desgastar aquele que lhe tomba nas malhas, investe, furioso, contra Deus, em uma forma doentia de afirmar-se na paisagem torpe onde predomina.

Logo após a Revolução Francesa, o cidadão Jacques Duport, entusiasmado com a derrocada da Casa dos Bourbons, pretendeu destronar Deus do Universo, proclamando: - "Natureza e Razão, são esses os meus deuses."

Acompanhado por outros cérebros e vozes apaixonadas, viu a decadência dos seus postulados, à semelhança de Heine, que também O negara antes, morreu "adorando a Deus".

Mais tarde, Nietzsche, colocava nos lábios da sua personagem central, retratando a sua própria aflição: "Acabo de matar Deus, pela Sua desnecessidade no mundo", repetindo a façanha daqueles que se arvoravam a destruí-lO com as armas do materialismo que os decepcionou amargamente.

Mais recentemente, Challemel Lacour, substituto de Renan, na Academia Francesa de Letras, repetiu o estertor dos antepassados, declarando: "Ciência e Razão, eis os meus deuses", acompanhando, logo depois, as conquistas do Conhecimento, que lograva defrontá-lO na raiz das suas descobertas.

E, não há muito, teólogos holandeses inquietos, participando do coral aflitivo das alucinações dos anos sessenta, insistiram: - "Cremos em Jesus, mas não em Deus", constatando, de imediato, a inatingibilidade d'Ele, pelos pesquisadores da Física Nuclear, da Astrofísica, da Astronomia e de outros ramos da Ciência como da Tecnologia, que apenas Lhe vislumbram a existência.

Por mais que o homem fuja de Deus, arranjando substitutivos transitórios, mediante explicações sofistas umas e estapafúrdias outras, Ele ressurge e mantém-se impenetrável na Sua realidade invencível.

Alguns avançados cientistas apresentam equações complexas que parecem dispensar Deus no ato da criação do Universo e falam sobre a Grande Explosão, para elucidar-lhe o aparecimento. E não elucidam os fenômenos precedentes.

Diversos estudiosos denominam-nO como a "Força que agita o elétron" e, penetrando no mundo subatômico, procuram demonstrá-lO como efeito da ignorância cultural daqueles que não estudaram as partículas elementares que se perdem na área de concepções audaciosas.

Há quem O desdenhe, por descobrir as imperfeições que detecta no Cosmo e na Vida.

A todos, porém, Deus sobrevive, e comanda a Sua Obra.

Jesus O chamou, sem qualquer atavio, Pai.

Outros mestres O denominaram "Criador Incriado".

Einstein concluiu pelo "Poder pensante e atuante fora do Universo".

João Evangelista nomeou-O como "Amor".

Chamemo-lO, porém, " Alma da Natureza " ou " Acaso ", " Matemática Transcendente " ou " Força Cósmica Imanente-Transcendente ",  Deus é a Fonte Eterna Geradora de Vida, que nos criou e aguarda por nós.

Interrogando os Guias da Humanidade, a respeito do "que é Deus", aqueles Mentores nobres responderam a Allan Kardec: - "Deus é a Inteligência Suprema do Universo, causa primária de todas as coisas."

Medita sobre a tua pequenez e fragilidade.

Considera a tua mente e os teus sentimentos.

Interroga as tuas aspirações e necessidades.

Questiona a transitoriedade da tua vida física.

Reflexiona quanto à celeridade com que o tempo se esvai no relógio das horas.

Raciocina sobre o amor e busca senti-lo.

Dá-te ao bem, ao próximo e, inevitavelmente, encontrarás Deus dentro de ti, pulsando, amando e conduzindo-te no rumo da plenitude.

Acalma-te e deixa-te por Ele conduzir.


Texto de Divaldo Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis, retirado do livro Momentos de Alegria, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 2014,  4ª Edição.

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