sábado, 21 de novembro de 2020

Tudo Outra Vez

Há tempo (muito tempo) que eu estou longe de casa,
E nessas ilhas cheias de distância
O meu blusão de couro se estragou.
Ouvi dizer num papo da rapaziada
que aquele amigo que embarcou comigo,
cheio de esperança e fé, se mandou.

Sentado à beira do caminho pra pedir carona,
tenho falado à mulher companheira:
- Quem sabe lá no trópico a vida esteja a mil!
E um cara que transava à noite no "Danúbio Azul"
me disse que faz sol na América do Sul
que nossas irmãs nos esperam no coração do Brasil.

Minha rede branca! Meu cachorro ligeiro!
Sertão! Olha o Concorde que vem vindo do estrangeiro:
o fim do termo "SAUDADE" como um charme brasileiro
de alguém sozinho a cismar.
Gente de minha rua! Como eu andei distante!
(Quando eu desapareci, ela arranjou um amante
Minha normalista linda! Ainda sou estudante
da vida que eu quero dar.

Música de Belchior lançada no CD "Medo de Avião", também conhecido como "Era uma vez um homem e seu tempo", em 1979.

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