Eu às vezes não entendo!
As pessoas têm um jeito
de falar de todo mundo
que não deve ser direito.
Em cada lugar que eu vou,
na escola, na rua também,
ouço dizerem assim,
quando se fala de alguém:
- Você conhece Fulano,
que chegou de uma viagem?
- O pai dele é muito rico,
tem dois carros na garagem!
- E o Maneco, lá do clube?
Pensa que é rico também?
Precisa ver que horrível
é o tênis que ele tem!
Aí eu fico pensando
que isso não está bem.
As pessoas são quem são,
ou são o que elas têm?
Eu queria que comigo
fosse tudo diferente.
Se alguém pensasse em mim,
soubesse que eu sou gente.
Falasse do que eu penso,
lembrasse do que eu falo,
pensasse no que eu faço,
soubesse por que calo!
Porque eu não sou o que visto.
Eu sou do jeito que estou!
Não sou também o que eu tenho.
Eu sou mesmo quem eu sou!
Pedi pro sol me responder o que é o amor
Ele me falou é um grande fogo
Procurei nos búzios e tornei a perguntar
Eles me disseram o amor é um jogo
Lembrei que a lua tinha muito pra contar
Ela se abriu pra mim
Disse que o amor usa tantas fases
E uma luz que não tem fim
Eu pedi pro vento que soprasse o que é o amor
Ele garantiu é tempestade
Bandos de estrelas me contaram sem piscar
O amor é pura eternidade
Sem saber direito perguntei pro coração
Que sem medo respondeu
O amor é fogo, água, céu e terra
Sente o amor sou eu
Sou eu quem gera esse energia que conduz
Seu coração a essa estrada, essa luz
O amor é fogo, água, céu e terra
Sente o amor sou eu
Sou eu quem salva o teu caminho da ilusão
Eu que te consagro repetiu meu coração
O amor é fogo, água, céu e terra
Sente o amor sou eu
Poema de Pedro Bandeira retirado do livro Palavras de Encantamento, da série Literatura em minha casa - Volume 1 - Poesias, Editora Moderna, São Paulo, 2001.
Música Sou Eu de Isolda e Eduardo Dusek gravada por Simone em seu CD de 1993. A canção deu título ao disco lançado pela Gravadora CBS, hoje Sony Music.
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