domingo, 25 de março de 2012

Corcovado Sem Seu Senhor

                             Klébi Nori

Redentor desceu pro mar
quis pisar na areia
e pra fazer diferente
eis Redentor pessoalmente
em nova Santa Ceia
Cansou de posar de estátua
quis sentir na veia
pôs boné e havaiana
foi medir Copacabana
guarda-sol, conversa alheia
Ah! Redentor, Redentor
ele mesmo foi quem fotografou
o Corcovado sem seu Redentor
Redentor quis conversar
e chamou sereia
disse que é prevaricação
só ser vista de raspão
na maré baixa indo pra cheia
Redentor foi pra Avenida       
dar sorte pra Mangueira
mas logo saiu da área
foi rezar na Candelária
uma noite inteira
Ah! Redentor...
Redentor deixou seu manto
pra lavar num tanque
de uma boa nega ateia
que se diz lá da Judeia
e quer  ensinar-lhe um funk
Redentor quis posto nove
é simpatizante
mas achou um pouco cedo
ir pra Farme de Amoedo
e também já viu bastante
Ah! Redentor...
Ao Redentor faltou pisar
no seu Maracanã
assim jogou no esqueleto
um sutil vermelho e preto
ficou lá desde manhã
Mas Redentor mostrou cansaço
pensou em viajar
e reivindicando férias
tomou uma ponte aérea
carioca não vai gostar
Ah! Redentor, Redentor
se declarou fã
fã mesmo de Adoniran
e foi assim que deu-lhe um estaulo
Redentor vai se mudar pro Pico do Jaraguá
zona oeste de São Paulo

faixa do CD " Daqui " da cantora paulistana Klébi Nori gravado em 2007.

Outro amor não quero

                       Rildo Hora/ Roque Ferreira

São João, ô São João
Eu pedi a Santo Antônio
Pra fazer meu bem voltar
E o Santo casamenteiro
Sem saber seu paradeiro
Mandou outro em seu lugar
Ô, São João
Acorda, meu São João
Fala aí, com Santo Antônio
Que outro amor não quero não

Hoje eu não pulo fogueira
Hoje eu não solto balão
Nem vou fazer brincadeira
Na beira do ribeirão
Se Santo Antônio tivesse
Seu bem também que nem eu
Ouvindo a minha prece
Não dava o bolo que deu
Ô, João, não me esquece
Manda pra mim o que é meu

Essa noite eu não vou dormir
Ai de mim, São João, tem dó
Só meu bem que me faz sorrir
Só ele, ele só

música presente no CD duplo " Joanna 20 anos ao vivo " lançado em 1999.

sábado, 24 de março de 2012

Cercas ou Pontes

Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. Mas agora tudo havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.

Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta. Era um homem que se dizia um carpinteiro.
- Estou procurando um trabalho, disse a ele. Talvez você tenha algum serviço para mim.

- Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade, do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro?
Pois use para construir uma cerca bem alta.

- Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos. O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali cortando, mediando, trabalhando o dia inteiro.

Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho. Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:

- Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei.

Mas as surpresas não pararam aí. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio. O irmão mais novo, então falou:
- Você realmente foi muito amigo, construindo este ponte mesmo depois do que eu lhe disse.

De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte.
O carpinteiro que fez o trabalho partiu com sua caixa de ferramentas.
- Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você.
E o carpinteiro respondeu:
- Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir...

autoria desconhecida

A lição dos gansos

Quando um ganso bate as asas, cria um vácuo para o pássaro seguinte. Voando numa formação em " V ", o bando inteiro tem o seu desempenho 71% melhor do que se a ave voasse sozinha!
Lição: Pessoas que compartilham uma direção comum e senso de comunidade, podem atingir seus objetivos mais rápido e facilmente.

Sempre que um ganso sai da formação, sente subitamente a resistência por tentar voar sozinho e, rapidamente, volta para a formação, aproveitando o Vácuo da ave imediatamente a sua frente.
Lição: Se tivermos tanta sensibilidade quanto um ganso, permaneceremos em formação com aqueles que se dirigem para onde pretendemos ir e nos disporemos a aceitar a sua grande ajuda, assim como prestar a nossa ajuda aos outros.

Quando o ganso líder se cansa, muda para trás na formação e, imediatamente, um outro ganso assume o lugar voando para a posição de ponta.
Lição: É preciso acontecer um revezamento das tarefas pesadas e dividir a liderança. As pessoas, assim como os gansos, são dependentes umas das outras.

Os gansos de trás, na formação, grasnam para incentivar e encorajar os da frente a aumentar a velocidade.
Lição: Precisamos nos assegurar de que o nosso " grasno " seja encorajador para que a nossa equipe aumente o seu desempenho.

Quando um ganso fica doente, ferido ou é abatido, dois gansos saem da formação e seguem-no para ajudá-lo e protegê-lo. Ficam com ele até que ele esteja apto a voar de novo ou morra. Se assim, eles voltam ao procedimento normal, com outra formação ou vão atrás de outro bando.
Lição: Se nós tivermos bom senso tanto quanto os gansos, também estaremos ao lado dos outros nos momentos difíceis.


autoria desconhecida

quarta-feira, 21 de março de 2012

Sentado à beira do caminho

                            Roberto/Erasmo

Eu não posso mais ficar aqui a esperar
Que um dia, de repente, você volte para mim
Vejo caminhões e carros apressados a passar por mim
Estou sentado à beira de um caminho que não tem mais fim
Meu olhar se perde na poeira dessa estrada triste
Onde a tristeza e a saudade de você ainda existem
Esse sol que queima no meu rosto um resto de esperança
De ao menos ver de perto o seu olhar que eu trago na lembrança

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Eu existo, eu existo

Vem a chuva e molha o meu rosto e então eu choro tanto
Minhas lágrimas e os pingos dessa chuva
Se confundem com meu pranto
Olho pra mim mesmo, me procuro e não encontro nada
Sou um pobre resto de esperança à beira de uma estrada

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Eu existo, eu existo

Carros, caminhões, poeira, estrada, tudo, tudo
Se confunde em minha mente
Minha sombra me acompanha 
E vê que eu estou morrendo lentamente
Só você não vê que eu não posso mais ficar aqui sozinho
Esperando a vida inteira por você
Sentado à beira do caminho

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Eu existo, eu existo

Esta música já é um clássico da MPB; gosto de todas as gravações feitas até hoje (que eu conheço).
Retirei do CD Na Ponta da Língua, de Leila Pinheiro, gravado em 1998. A gravação original é a da dupla de autores em um belo dueto. Além da Leila, outras cantoras também regravaram lindamente a canção: Rosana, Wanderléa e, recentemente, Zizi Possi em um dos DVD's comemorativos dos seus 30 anos de carreira intitulado Cantos e Contos.


ela é um recado...

terça-feira, 20 de março de 2012

Trecho 1 (Livro do Desassossego)

                     Fernando Pessoa

Nasci em um tempo em que a maioria dos jovens havia perdido a crença em Deus, pela mesma razão que os maiores a haviam tido - sem saber porquê. E então, porque o espírito humano tende naturalmente para criticar porque sente, e não porque pensa, a maioria desses jovens escolheu a Humanidade para sucedâneo de Deus. Pertenço, porém, àquela espécie de homens que estão sempre na margem daquilo a que pertencem, nem veem só a multidão de que são, senão também os grandes espaços que há ao lado. Por isso nem abandonei Deus tão amplamente como eles, nem aceitei nunca a Humanidade. Considerei que Deus, sendo improvável, poderia ser, podendo pois dever ser adorado; mas que a Humanidade, sendo uma mera ideia biológica, e não significando mais que a espécie animal humana, não era mais digna de adoração do que qualquer outra espécie animal. Este culto da Humanidade, com seus ritos de Liberdade e Igualdade, pareceu-me sempre uma revivescência dos cultos antigos, em que animais eram como deuses, ou os deuses tinham cabeças de animais.

Assim, não sabendo crer em Deus, e não podendo crer numa soma de animais, fiquei, como outros da orla das gentes, naquela distância de tudo a que comumente se chama a Decadência. A Decadência é a perda total da inconsciência; porque a inconsciência é o fundamento da vida. O coração, se pudesse pensar, pararia.

A quem, como eu, assim, vivendo não sabe ter vida, que resta senão, como a meus poucos pares, a renúncia por modo e a contemplação por destino? Não sabendo o que é a vida religiosa, nem podendo sabê-lo, porque se não tem fé com a razão; não podendo ter fé na abstração do homem, nem sabendo mesmo que fazer dela perante nós, ficava-nos, como motivo de ter alma, a contemplação estética da vida. E, assim, alheios à solenidade de todos os mundos, indiferentes ao divino e desprezadores do humano, entregamo-nos futilmente à sensação sem propósito, cultivada num epicurismo subtilizado, como convém aos nossos nervos cerebrais.

Retendo, da ciência, somente aquele seu preceito central, de que tudo é sujeito às leis fatais, contra as quais se não reage independentemente, porque reagir é elas terem feito que reagíssemos; e verificando como esse preceito se ajusta ao outro, mais antigo, da divina fatalidade das coisas, abdicamos do esforço como os débeis do entretimento dos atletas, e curvamo-nos sobre o livro das sensações com um grande escrúpulo de erudição sentida.

Não tomando nada a sério, nem considerando que nos fosse dada, por certa, outra realidade que não as nossas sensações, nelas nos abrigamos, e a elas exploramos como a grandes países desconhecidos. E, se nos empregamos assiduamente, não só na contemplação estética mas também na expressão dos seus modos e resultados, é que a prosa ou o verso que escrevemos, destituídos de vontade de querer convencer o alheio entendimento ou mover a alheia vontade, é apenas como o falar alto de quem lê, feito para dar plena objetividade ao prazer subjetivo da leitura.

Sabemos bem que toda a obra tem que ser imperfeita, e que a menos segura das nossas contemplações estéticas será a daquilo que escrevemos. Mas imperfeito é tudo, nem há poente tão belo que o não pudesse ser mais, ou brisa leve que nos dê sono que não pudesse dar-nos um sono mais calmo ainda. E assim, contempladores iguais das montanhas e das estátuas, gozando os dias como os livros, sonhando tudo, sobretudo, para o converter na nossa íntima substância, faremos também as descrições e análises, que, uma vez feitas, passarão a ser coisas alheias, que podemos gozar como se viessem na tarde.

Não é este o conceito dos pessimistas, como aquele de Vigny, para quem a vida é uma cadeia, onde ele tecia palha para se distrair. Ser pessimista é tomar qualquer coisa como trágico, e essa atitude é um exagero e um incômodo. Não temos, é certo, um conceito de valia que apliquemos à obra que produzimos. Produzimo-la, é certo, para nos distrair, porém não como o preso que tece a palha, para se distrair do Destino, senão da menina que borda almofadas, para de distrair, sem mais nada.

Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde ela me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cômodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero.

Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também.


Os signos e a lâmpada

Quantos arianos são necessários para trocar uma lâmpada?
- Apenas um, mas serão necessários muitas lâmpadas.

Quantos taurinos são necessários para trocar uma lâmpada?
- Nenhum: taurinos não gostam de mudar nada.

Quantos geminianos são necessários para trocar uma lâmpada?
- Dois (é claro). Vai durar o fim de semana inteiro, mas quando estiver pronto, a lâmpada vai fazer o serviço da casa, falar francês e ficar da cor que você quiser.

Quantos cancerianos são necessários para trocar uma lâmpada?
- Somente um, mas levará três anos para um terapeuta ajudá-lo a passar pelo processo.

Quantos leoninos são necessários para trocar uma lâmpada?
- Um leonino não troca lâmpadas, a não ser que ele segure a lâmpada e o mundo gire em torno dele.

Quantos virginianos são necessários para trocar uma lâmpada?
- Vamos ver: um para girar a lâmpada, um para anotar quando a lâmpada queimou e a data em que ela foi comprada; outro para decidir de quem foi a culpa da lâmpada ter sido queimada e perguntar; dez para decidir como remodelar a casa enquanto o resto troca a lâmpada...

Quantos librianos são necessários para trocar uma lâmpada?
- Bom, na realidade, eu não sei. Acho que depende de quando a lâmpada foi queimada. Talvez só um, se for uma lâmpada comum, mas talvez dois se a pessoa não souber onde encontrar uma lâmpada, ou...

Quantos escorpianos são necessários para trocar uma lâmpada?
- Mas quem quer saber? Por que " você " quer saber? Você é policial?

Quantos sagitarianos são necessários para trocar uma lâmpada?
- O sol está brilhando, está cedo, nós temos a vida inteira pela frente e você está preocupado em trocar uma lâmpada estúpida?

Quantos capricornianos são necessários para trocar uma lâmpada?
- Nenhum. Capricornianos não trocam lâmpadas - a não ser que seja um negócio lucrativo.

Quantos aquarianos são necessários para trocar uma lâmpada?
- Vão aparecer centenas, todos competindo para ver quem será o único a trazer a luz ao mundo.

Quantos piscianos são necessários para trocar uma lâmpada?
- O quê? A luz está apagada?

segunda-feira, 19 de março de 2012

Angel of the morning

                                    Chip Taylor


There'll be no strings to bind your hands
not if my love can't bind your heart.
And there's no need to take a stand
for it was I who chose to start.
I see no need to take me home,
I'm old enough to face the dawn.

Just call me angel of the morning, angel
just touch my cheek before you leave me, baby.
Just call me angel of the morning, angel
then slowly turn away from me.

Maybe the sun's light will be dim
and it won't matter anyhow.
If morning's echo says we vw sinned,
well, it was what I wanted now.
And if we're the victims of the nignt,
I won't be blinded by light.

Just call me angel of the morning, angel
just touch my cheek before you leave me, baby.
Just call me angel of the morning, angel
then slowly turn away,
I won't beg you to stay with me
through the tears of the day,
of the years, baby baby baby.
Just call me angel of the morning, angel
just touch my cheek before you leave me , baby.


Não existirão cordas para amarrar suas mãos,
Não se meu amor não puder amarrar seu coração.
Não há necessidade de tomar uma atitude,
Porque fui eu que escolhi começar.
Eu não vejo necessidade de me levar para casa,
Sou velho o suficiente para enfrentar o amanhecer.

Apenas me chame de anjo da manhã, anjo
Apenas toque minha face antes de me deixar, menino.
Apenas me chame de anjo da manhã, anjo
Então lentamente afaste-se de mim.

Talvez a luz do sol esteja embaçada
E isso não vai importar, de qualquer modo.
Se o eco da manhã disser que nós pecamos,
Bem, era o que eu queria neste momento.
E se nós formos vítimas da noite,
Eu não serei ofuscado pela luz.

Apenas me chame de anjo da manhã, anjo
Apenas toque em minha face antes de me deixar, menino.
Apenas me chame de anjo da manhã, anjo.
Então, lentamente afaste-se...
Eu não te pedirei para ficar comigo,
Em meio às lágrimas do dia, dos anos, menino.

Apenas me chame de anjo da manhã, anjo
Apenas toque em minha face antes de me deixar, menino.
Apenas me chame de anjo da manhã, anjo
Apenas toque em minha face antes de me deixar, querido.

Apenas me chame de anjo da manhã, anjo.
Apenas toque em minha face antes de me deixar, querido.

Esta é outra canção estrangeira que fez parte da minha adolescência e que ainda hoje me é muito importante.
Busquei a letra e a tradução e confirmei a sua beleza. Bela voz a da cantora, Juice Newton. A música é de 1981.

domingo, 18 de março de 2012

Tornerai Tornerò

                      Pareti/ Vecchioni/ Wermar

La piazzetta del mercado e'ancora là,
Le magliette sono uguali a un anno fa
Mi ricordo che, la volevi tu
Quella con " ti amo " scritto su

Con gli amici passo il tempo solo un po'
E se chiedono ridendo con chi sto
Io rispondo che, amo sempre te
Che da un momento all'altro arriverai

Tornerai tornerò
Con il tempo non si può scommettere mai
E quello che succede non lo sai
Ti perdo ad ogni giorno sempre un po'

Tornerai tornerò
Ridicolo pensarci amore mio
Al primo incontro è stato già un addio
Tornerai tornerò...

Ti ricordi il prato della ferrovia
Rotolavi sporca d'erba e di allegria
Erano le sei, io ti ho chiesto; " vuoi? "
Poi cantavi nel venire via
Tornerai Tornerò...


A praça do mercado ainda está lá
As camisas ainda são as mesmas de há um ano
Eu me lembro que você queria
A única escrita " eu te amo "

Com os amigos eu passo um pouco do tempo
E se perguntar como estou indo
Eu respondo que te amo para sempre
Que a qualquer momento você vai chegar

Você vai voltar, vai voltar?
Com o tempo, você não pode apostar nunca
E você não sabe o que acontece
Te perco um pouco mais a cada dia

Você vai voltar, vai voltar?
Ridículo pensar sobre o meu amor
No primeiro encontro já foi um adeus

Você vai voltar, vai voltar?
Recordo do gramado da ferrovia
Rolamos de alegria na grama suja
Era seis e eu perguntei: você quer?
Depois saímos cantando pela rua

Acho que esta canção foi o meu primeiro contato com a música estrangeira; não me lembro como foi que a ouvi; eu não entendia nada, mas meu inconsciente já sabia de minha ascendência italiana... não sei ao certo, mas esta música deve ser de 1975 ou 1976. Um quarteto masculino chamado Homo Sapiens interpretava a canção.

sábado, 17 de março de 2012

Aula de sociologia política para crianças

- Pai, eu preciso fazer um trabalho para a escola. Posso te fazer uma pergunta?
- Claro, meu filho. Qual é a pergunta?
- O que é política, pai?
- Bem... Política envolve:
1- Povo

2- Governo

3- Poder Econômico

4- Classe Trabalhadora

5- Futuro do país

- Não entendi. Dá pra explicar?
- Bem, vou usar a nossa casa como exemplo:
- Sou eu quem traz dinheiro para casa. Então, eu sou o poder econômico.
  Sua mãe administra, gasta o dinheiro. Então ela é o governo.
  Como nós cuidamos das suas necessidades, você é o povo.
  Seu irmãozinho é o futuro do país e a Zefinha, a babá dele, é a classe trabalhadora.
- Entendeu, filho?
- Mais ou menos, pai. Vou pensar!

Naquela noite, acordado pelo choro do irmão neném, o menino foi ver o que havia de errado. Descobriu que o neném tinha sujado a fralda e estava todo emporcalhado. Foi ao quarto dos pais e sua mãe estava num sono muito pesado. Foi ao quarto da babá e viu, através da fechadura, o pai na cama transando com ela. Como os dois nem percebiam as batidas que o menino dava na porta, ele voltou para o quarto e dormiu. 
Na manhã seguinte, na hora do café, ele falou para o pai:
- Pai, agora acho que entendi o que é política.
- Ótimo, meu filho! Então me explica com suas palavras.
- Bom, pai, acho que é assim:
- Enquanto o poder econômico fode a classe trabalhadora, o governo dorme profundamente. O povo é totalmente ignorado e o futuro do país fica na merda...