Klebi Nóri
Eu não tenho o direito
de querer mudar a história
mas tenho aqui dentro do peito
algo que me faria
ligar pra você agora
Não me custaria a distância
não me intimidaria o passado
claro, seria uma extravagância
a contar no resultado
Quem sabe ficasse tudo bem
talvez pegasse tão mal
pois eu sinto que lhe convém
esse isolamento total
Pensando assim
melhor saber
não causar mais desconforto
mas saiba você
saiba você
que não dei
o nosso amor por morto
música do CD " Daqui " de Klébi Nori lançado em 2007.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
Por que Espirramos?
Por mais inoportuno ou desagradável que seja (mas há quem goste!), o espirro tem uma função importante: é o jeito de o corpo se livrar de sujeirinhas que irritam o interior do nariz ou dos pulmões, empurrando com toda a força um jato de ar pelo nariz - e pela boca também -, que sai levando consigo tudo o que está em seu caminho.
E põe força nisso! Quem tentar medir a velocidade do espirro chegará à conclusão de que ele pode sair do corpo a 150 quilômetros por hora, ou seja, mais rápido do que qualquer motorista responsável ao pisar no acelerador! Perto dessa velocidade, a respiração normal não é nada, com seu ritmo pacato e constante. Mas, por mais diferentes que pareçam, o espirro explosivo e a respiração normal têm algo em comum: ambos são controlados pela mesma região do cérebro, chamada de centro respiratório. E ambos são involuntários.
Ser involuntário quer dizer que o centro respiratório de cérebro controla a respiração sozinho, fazendo você inspirar e expirar, inspirar e expirar, inspirar e expirar, sem que você precise pensar nisso (que bom, porque são umas 15 inspirações por minuto!). Ser involuntário também quer dizer que mesmo que você queira prender a respiração e segurar o espirro, nem sempre isso é possível: eles acontecem automaticamente. Epa! Como assim? Não é possível prender a respiração? Bem, possível até que é. Mas quando começa a demorar demais para chegar ar novo, colocando seu corpo em risco, o centro respiratório do cérebro entra em ação e manda a respiração continuar a qualquer custo, passando por cima da sua vontade de continuar segurando o nariz e... o espirro.
Para fazer você inspirar, é preciso fazer força: a cada quatro segundos mais ou menos, um " reloginho " no centro respiratório dá uma ordem ao diafragma, um músculo bem fino abaixo das costelas,e aos músculos das costas, que ficam entre as costelas. A ordem faz todos esses músculos se contraírem, expandindo os pulmões e trazendo ar para dentro. Já para botar o ar para fora é bem mais fácil: é só o centro respiratório parar de dar a ordem que os músculos param de fazer força e voltam ao normal, como se fossem uma mola, empurrando o ar bem devagar para fora.
Ora, se o ar sai quando os músculos relaxam, como é que o espirro sai com tanta força? É porque no espirro entram em ação outros músculos das costas e também do abdômem. Os mesmos músculos, aliás, que modificam a respiração quando queremos falar ou cantar.
Quando uma poeira, uma fumaça ou um cheiro irritam o nariz, o centro respiratório é informado e toma as medidas necessárias: interrompe a respiração normal, faz você inspirar profundamente... e, subitamente, faz todos aqueles outros músculos se contraírem, empurrando todo o ar para fora de um vez só. Para aumentar a pressão do ar saindo, há ainda um requinte: bem no comecinho do espirro, a saída do ar dos pulmões é temporariamente bloqueada por uma tampinha na garganta, chamda glote, e pelas cordas vocais, que, logo em seguida, se abrem, liberando o caminho. É como colocar o dedo na mangueira com a torneira aberta: quando você solta, o jato sai com mais pressão. As sujeirinhas pelo caminho que se cuidem. Saúde!
Texto de Suzana Herculano-Houzel, Museu da Vida, Fundação Oswaldo Cruz.
sábado, 22 de setembro de 2012
Descomplicando Textos Científicos
Texto Original:
O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus Officinarum, isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e arestas retilíneas, configurando pirâmedes truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo a impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto que ocorre no líquido nutritivo de alta viscosidade, produzido nos órgãos especiais existentes na Apis Mellifera. No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em consequência da pequena deformidade que lhe é peculiar.
1º Estágio da Simplificação:
A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-pirâmidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em consequência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.
2º Estágio da Simplificação:
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.
3º Estágio da Simplificação:
Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.
4º Estágio da Simplificação:
Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.
Estágio Final da Simplificação:
Rapadura é doce mas não é mole.
autoria desconhecida.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Amor Alheio
Ivor Lancellotti/Paulo César Pinheiro
Tu foste embora e agora o meu coração
É um coração cortado ao meio
Cada metade dele é uma emoção
Numa eu te adoro, noutra eu te odeio
Tu foste embora e agora em mim, que aflição!
Custo a conter o meu anseio
Fiquei achando que ia ter teu perdão
Quis tanto ter teu perdão
E ele não veio
Tu foste embora, meu bem
E eu vivo com receio
É tanto amor que a gente tem
Que é triste ver que o amor de alguém
Não foi amor, foi devaneio
Tu foste embora de mim
E eu quase ainda não creio
Por isso é que eu fiquei assim
Pois só se crê que o amor tem fim
Quando é o fim do amor alheio
música do então LP de Joanna gravado em 1985.
Ribeirão
Sá & Guarabyra
Você não sabe, nem vai saber
Que sem você pouca coisa sou
Sou pó rasteiro, capim do chão
Água sem ribeirão
Chuva que cai fora da estação
Eu preparei sem poder mandar
Um telegrama de vem me ver,
Vem me ver
Pois ninguém sabe onde te encontrar
Qual lugar,
Mar, sertão, hotel, navio, vapor, pensão
Teu rastro a chuva lavou do chão
Ou mesmo o vento já desmanchou
Mas tá marcado em meu coração
Cada lugar que você pisou,
Meu amor
música do então LP de Joanna lançado em 1985.
Você não sabe, nem vai saber
Que sem você pouca coisa sou
Sou pó rasteiro, capim do chão
Água sem ribeirão
Chuva que cai fora da estação
Eu preparei sem poder mandar
Um telegrama de vem me ver,
Vem me ver
Pois ninguém sabe onde te encontrar
Qual lugar,
Mar, sertão, hotel, navio, vapor, pensão
Teu rastro a chuva lavou do chão
Ou mesmo o vento já desmanchou
Mas tá marcado em meu coração
Cada lugar que você pisou,
Meu amor
música do então LP de Joanna lançado em 1985.
Tolerância Zero
Garçon (para o casal que senta à mesa): É pra dois?
Homem: Não, eu vou comer e ela só vai ficar assistindo.
Mulher (ao marido chegando em casa todo molhado): Está chovendo?
Marido: Não, é que todo mundo na rua resolveu cuspir em mim.
Amigo 1 (encontrando outro na rua): Cortou o cabelo?
Amigo 2: Não, caiu...
Repórter de TV (para senhora subindo escadaria da Igreja de joelhos): A senhora está pagando promessa?
Senhora: Não, é que sou muito alta, então eu ando assim para não chamar a atenção...
Dona da Casa (abrindo a porta para o convidado): Oi, você veio?
Convidado: Não, não sou eu, é outro.
Namorada (recebendo flores): São flores?
Namorado: Não, são cenouras...
Banhista fora d'água: Aí, onde você está dá pé?
Banhista dentro d'água: Só lá no fundo.
Passageiro 1 (a bordo do avião): Está indo pra São Paulo?
Passageiro 2: Não, eu peguei o avião errado.
Namorada (na porta do cinema, encontrando o namorado com capacete na mão): Veio de moto?
Namorado: Não, eu vim com isso na cabeça pra não despentear o cabelo.
Chefe (no escritório): Voltou de férias?
Empregado: Não, tô lá ainda.
Ascensorista (no térreo, para hóspede que chega): Sobre?
Hóspede: Não, quero só ficar dentro do elevador parado.
Apostador (prado): A senhora gosta de corrida de cavalos?
Apostadora: Não, eu venho aqui pra sofrer.
Médico: Dói?
Paciente: Não, eu estou gritando só pra assustar a enfermeira.
Senhora (ao ver um senhor acendendo um charuto): O senhor fuma charuto?
Senhor: Não, senhora, é que estou treinando para pai-de-santo.
autoria desconhecida
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Tipologia Masculina
Homem Nescau: energia que dá gosto
Homem Bombril: mil e uma utilidades
Homem Ponto Frio: o bonzão
Homem Casas Bahia: dedicação total a você
Homem Tenaz: só descole se for capaz
Homem Redbull: te dá asas
Homem Brahma: o número 1
Homem Havaianas: todo mundo uso
Homem Celular: agora está vivo
Homem C&A: abuse e use
Homem Avanço: você usa, todos avançam
Homem Maizena: você mexe e ele engrossa
Homem 0800: é grátis
Homem 0300: é caro e não vale a pena
Homem Procon: vive cheio de reclamações
Homem Kaiser: você merece
Homem Ray-O-Vac: te deixa ligado
Homem Ferrari: é muito rápido
Homem Volkswagen: você conhece, você confia
Homem Mastercard: não tem preço
Homem Plano Real: nada sobre
Homem 51: geralmente dá dor de cabeça
Homem Playcenter: para, ao menos, alguns segundinhos de diversão
Homem Miojo: 3 minutos e ele está pronto
Homem Conta Corrente: sem dinheiro, não serve pra nada
Homem Liquidificador: você precisa de um, mas não sabe pra quê
Homem Café: os melhores são bem fortes e quentes e deixam acordado a noite toda
Homem Propaganda: desconfie de tudo que ele fala
Homem Computador: difícil de entender e sem memória suficiente
Homem Mercosul: demoram muito para funcionar a pleno vapor
Homem Horóscopo: sempre falam o que você deve fazer e geralmente estão errados
Homem Carro Velho: se você não empurra, não anda
Homem Rímel (para os olhos): eles normalmente vão embora no primeiro sinal de emoção
Homem Vaga de Estacionamento: geralmente os bons já estão ocupados
autoria desconhecida
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Traduzir-se
Ferreira Gullar
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
domingo, 16 de setembro de 2012
Sem Mandamentos
Oswaldo Montenegro
Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas
Quero ver vocês andando por aí
Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse
Eu até desculpo o que você falou
Eu quero ver meu coração no seu sorriso
E no olho da tarde a primeira luz
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto
Eu quero um carnaval no engarrafamento
E que dez mil estrelas vão riscando o céu
Buscando a sua casa no amanhecer
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Eu vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias no seu coração
Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
Pra escrever a música sem pretensão
Eu quero que as buzinas toquem flauta doce
E que triunfe a força da imaginação
música do CD " Entre uma balada e um blues " lançado em 2001.
Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas
Quero ver vocês andando por aí
Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse
Eu até desculpo o que você falou
Eu quero ver meu coração no seu sorriso
E no olho da tarde a primeira luz
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto
Eu quero um carnaval no engarrafamento
E que dez mil estrelas vão riscando o céu
Buscando a sua casa no amanhecer
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Eu vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias no seu coração
Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
Pra escrever a música sem pretensão
Eu quero que as buzinas toquem flauta doce
E que triunfe a força da imaginação
música do CD " Entre uma balada e um blues " lançado em 2001.
Desejo A Vocês
Carlos Drummond de Andrade
Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme de Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música do Tom com letra do Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar do resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu
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