Eros Ramazzotti/Adelio Cogliati/Nacho Maño
Io non so se mai si avvererà
Uno di quei sogni che uno fa
Come questo che
Non riesco a togliere dal cuore
Da quando c'è...
Forse anche questo resterà
Uno di quei sogni che uno fa
Anche questo che
Sto metendo dentro a una canzone
Ma già c'è intanto che c'è
Continuerò a sognare ancora un po'...
Sarà, sarà l'aurora
Per me sarà cosi come uscire fuori
Come respirare una'aria nuova
Sempre di più
E tu, e tu amore
Vedrai che presto tornerai
Dove adesso non ci sei
Forse un giorno tutto cambierà
Più sereno intorno si vedrà
Voglio dire che
Forse andranno a posto tante cose
Ecco perché
Ecco perché continuerò
A sognare ancora un po'
Uno dei sogni miei...
Quello che c'è in fondo al
Cuore non muore mai
Se ci hai creduto una volta
Lo rifarai
Se ci hai creduto davvero
Come ci ho creduto io...
Sarà sarà l'aurora
Per me sarà cosi
Eu não sei se jamais se realizará
Um desses sonhos que a gente tem
Como este que
Não consigo arrancar do coração
E então...
Talvez também este ficará
Como um desses sonhos que a gente tem
Também este que
Estou colocando numa canção
Mas já que o tenho, enquanto o tiver
Continuarei a sonhar ainda um pouco
Será, será a aurora
Para mim será assim: como libertar-se
Como respirar novos ares
E sempre mais, ainda mais
E você, você, meu amor
Vai ver que logo voltará
Para onde agora não estás
Um dia, talvez, tudo mudará
E a paz há de chegar
Quero dizer que
Tantas coisas irão para o seu lugar
É por isso
Que eu continuarei
A sonhar ainda
Um dos meus sonhos
Aquilo que mora no fundo do
Coração não morre jamais
Se uma vez você acreditou
Vai acreditar de novo
Se uma vez você acreditou de verdade,
Como eu acreditei
Será, será a aurora
Para mim será assim.
do CD Passione, gravado por Zizi Possi em 1998.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Per Amore
Mariella Nava
Io conosco la tua strada
ogni passo che farai
le tue ansie chiuse e i vuoti
sassi che allontanerai
senza mai pensare che
come roccia io ritorno in te...
Io conosco i tuoi respiri
tutto quello che non vuoi
lo sai bene che non vivi
riconoscerlo non puoi
e sarebbe come se
questo cielo in fiamme
ricadesse in me
come scena su un attore...
Per amore
hai mai fatto niente
solo per amore
hai sfidato il vento e urlato mai
diviso cuore stesso
pagato e riscommesso
dietro questa mania
che resta solo mia
Per amore
hai mai corso senza fiato
per amore perso e ricominciato
e devi dirlo adesso
quanto di te ci hai messo
quanto hai creduto tu in questa bugia
e sarebbe come se questo fiume in piena
risalisse a me
come china al suo pittore
Per amore
hai mai speso tutto quanto la ragione
il tuo orgoglio fino al pianto
lo sai stasera resto
non ho nessun pretesto
soltanto una mania
che è ancora forte e mia
dentro quest'anima che strappi via
e te lo dico adesso, sincero con me stesso
quanto mi costa non saperti mia
e sarebbe come se tutto questo mare
annegasse in me...
Eu conheço tua estrada
cada passo que darás
teus desejos calados, teus vazios
pedras que afastarás
sem jamais pensar que eu
como uma rocha
volto sempre pra você
eu conheço a tua respiração
tudo o que você não quer
você sabe bem que o que você está vivendo
não é vida, mas não quer reconhecer
só se o céu, este céu, em chamas
desabasse sobre mim
como um cenário caindo sobre um ator
Por amor
você já fez alguma coisa
apenas por amor?
já desafiou o vento e gritou?
já dividiu o próprio coração?
já pagou e apostou várias vezes
nessa mania
que afinal segue sendo só minha
Por amor
você já correu até ficar sem fôlego?
por amor, já se perdeu e se reencontrou?
e tem de me dizer agora
quanto de você colocou nesta história
o quanto acreditou nesta mentira
só se um rio se levantasse dentro de mim
como uma enchente
como o nanquim da pena de um pintor
Por amor
você já esgotou sua razão?
teu orgulho até o pranto?
você sabe, esta noite eu fico
mesmo sem nenhum pretexto
apenas essa mania
que ainda é forte e minha
dentro desta alma que você dilacera
e eu te digo agora, com sinceridade
quanto me custa não te saber meu
é como se esse mar todo
se afogasse em mim
do CD " Per Amore ", de Zizi Possi, gravado em 1997.
Io conosco la tua strada
ogni passo che farai
le tue ansie chiuse e i vuoti
sassi che allontanerai
senza mai pensare che
come roccia io ritorno in te...
Io conosco i tuoi respiri
tutto quello che non vuoi
lo sai bene che non vivi
riconoscerlo non puoi
e sarebbe come se
questo cielo in fiamme
ricadesse in me
come scena su un attore...
Per amore
hai mai fatto niente
solo per amore
hai sfidato il vento e urlato mai
diviso cuore stesso
pagato e riscommesso
dietro questa mania
che resta solo mia
Per amore
hai mai corso senza fiato
per amore perso e ricominciato
e devi dirlo adesso
quanto di te ci hai messo
quanto hai creduto tu in questa bugia
e sarebbe come se questo fiume in piena
risalisse a me
come china al suo pittore
Per amore
hai mai speso tutto quanto la ragione
il tuo orgoglio fino al pianto
lo sai stasera resto
non ho nessun pretesto
soltanto una mania
che è ancora forte e mia
dentro quest'anima che strappi via
e te lo dico adesso, sincero con me stesso
quanto mi costa non saperti mia
e sarebbe come se tutto questo mare
annegasse in me...
Eu conheço tua estrada
cada passo que darás
teus desejos calados, teus vazios
pedras que afastarás
sem jamais pensar que eu
como uma rocha
volto sempre pra você
eu conheço a tua respiração
tudo o que você não quer
você sabe bem que o que você está vivendo
não é vida, mas não quer reconhecer
só se o céu, este céu, em chamas
desabasse sobre mim
como um cenário caindo sobre um ator
Por amor
você já fez alguma coisa
apenas por amor?
já desafiou o vento e gritou?
já dividiu o próprio coração?
já pagou e apostou várias vezes
nessa mania
que afinal segue sendo só minha
Por amor
você já correu até ficar sem fôlego?
por amor, já se perdeu e se reencontrou?
e tem de me dizer agora
quanto de você colocou nesta história
o quanto acreditou nesta mentira
só se um rio se levantasse dentro de mim
como uma enchente
como o nanquim da pena de um pintor
Por amor
você já esgotou sua razão?
teu orgulho até o pranto?
você sabe, esta noite eu fico
mesmo sem nenhum pretexto
apenas essa mania
que ainda é forte e minha
dentro desta alma que você dilacera
e eu te digo agora, com sinceridade
quanto me custa não te saber meu
é como se esse mar todo
se afogasse em mim
do CD " Per Amore ", de Zizi Possi, gravado em 1997.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Ana Luiza
Tom Jobim
Supõe Ana Luiza se a guarda cochila
Eu posso penetrar no castelo
E galgar a muralha de onde se divisa
O vale, os prados, os matos, os montes, as flores, as fontes
Luiza
Ana Luiza
Eu fiz esta canção pra você
Que pergunta
Precisa saber
Onde anda Luiza
Luiza, Luiza, Luiza
Por que me negas tanto assim a primavera?
Se sabes que a última quimera
Existe no mundo de Ana Luiza
Primavera, Ana Luiza
Teus olhos
Em que lago, em que serra, em que mar se oculta?
Escuta, Luiza
Na brisa uma canção fala em você
E pergunta
Insiste em saber onde anda Luiza
Luiza, Luiza, Luiza, Luiza
Eu te ama tanto
Quem há de resistir a todo encanto
Que existe, assiste, em Ana Luiza
Música do CD Carol Saboya & Nelson Faria interpretam Antônio Carlos Jobim, lançado em 1999.
Supõe Ana Luiza se a guarda cochila
Eu posso penetrar no castelo
E galgar a muralha de onde se divisa
O vale, os prados, os matos, os montes, as flores, as fontes
Luiza
Ana Luiza
Eu fiz esta canção pra você
Que pergunta
Precisa saber
Onde anda Luiza
Luiza, Luiza, Luiza
Por que me negas tanto assim a primavera?
Se sabes que a última quimera
Existe no mundo de Ana Luiza
Primavera, Ana Luiza
Teus olhos
Em que lago, em que serra, em que mar se oculta?
Escuta, Luiza
Na brisa uma canção fala em você
E pergunta
Insiste em saber onde anda Luiza
Luiza, Luiza, Luiza, Luiza
Eu te ama tanto
Quem há de resistir a todo encanto
Que existe, assiste, em Ana Luiza
Música do CD Carol Saboya & Nelson Faria interpretam Antônio Carlos Jobim, lançado em 1999.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Um Desejo E Dois Irmãos
Marina Colasanti
Dois príncipes, um louro, e um moreno. Irmãos, mas os olhos de um azuis, e os do outro verdes. E tão diferentes nos gostos e nos sorrisos, que ninguém os diria filhos do mesmo pai, rei que igualmente os amava.
Uma coisa porém tinham em comum: cada um deles queria ser o outro. Nos jogos, nas poses, diante do espelho, tudo o que um queria era aquilo que o outro tinha. E de alma sempre cravada nesse desejo insatisfeito, esqueciam-se de olhar para si, de serem felizes.
Sofria o pai com o sofrimento dos filhos. Querendo ajudá-los, pensou um dia que melhor seria dividir o reino, para que não viessem a lutar depois da sua morte. De tudo o que tinha, deu o céu para seu filho louro, que governasse junto ao sol brilhante como seus cabelos. E entregou-lhe pelas rédeas um cavalo alado. Ao moreno coube o verde mar, reflexo dos seus olhos. E um cavalo marinho.
O primeiro filho montou na garupa lisa, entre as asas brancas. O segundo filho firmou-se nas costas ásperas do hipocampo. A cada um, seu reino. Mas as pernas que roçavam em plumas esporearam o cavalo para baixo, em direção às cristas das ondas. E os joelhos que apertavam os flancos molhados ordenaram que subisse, junto à tona.
Do ar, o príncipe das nuvens olhou através do seu reflexo, procurando a figura do irmão nas profundezas.
Da água, o jovem senhor das vagas quebrou com seu olhar a lâmina da superfície procurando a silhueta do irmão.
O de cima sentiu calor, e desejou ter o mar para si, certo de que nada o faria mais feliz do que mergulhar no seu frescor.
O de baixo sentiu frio, e quis possuir o céu, certo de que nada o faria mais feliz do que voar na sua mornança.
Então emergiu o focinho do cavalo marinho e molharam-se as patas do cavalo alado. Soprando entre as mãos em concha os dois irmãos lançaram seu desafio. Alinhariam os cavalos na beira da areia e partiriam para a linha do horizonte. Quem chegasse primeiro ficaria com o reino do outro.
- A corrida será longa, - pensou o primeiro. E fez uma carruagem de nuvens que atrelou ao seu cavalo.
- Demoraremos a chegar, - pensou o segundo. E prendeu com algas uma carruagem de espumas nas costas do hipocampo.
Partiram juntos. Silêncio na água. No ar, relinchos e voltear de plumas. Longe, a linha de chegada dividindo os reinos.
Os raios do sol passavam pela carruagem de nuvens e desciam até a carruagem de espumas. Durante todo o dia acompanharam a corrida. Depois brilhou a lua, a leve sombra de um cobriu o outro de noite mais profunda. E quando o sol outra vez trouxe sua luz, surpreendeu-se de ver o cavalo alado exatamente acima do cavalo marinho. Tão acima como se, desde a partida, não tivessem saído do lugar.
Galopava o tempo, veloz como os irmãos. Mas a linha do horizonte continuava igualmente distante. O sol chegava até ela. A lua chegava até ela. Até os albatrozes pareciam alcançá-la no seu voo. Só os dois irmãos não conseguiam se aproximar.
De tanto correr já se esgarçavam as nuvens da carruagem alada, e a espuma da carruagem marinha desfazia-se em ondas. Mas os dois irmãos não desistiam, porque nessa segunda coisa também eram iguais, no desejo de vencer.
Até que a linha do horizonte teve pena. E devagar, sem deixar-se perceber, foi chegando perto.
A linha chegou perto. E chegou perto.
Baixou seu voo o cavalo alado, quase tocando o reflexo. Aflorou o cavalo marinho entre marolas. As plumas, espumas se tocaram. Céu e mar cada vez mais próximos confundiram seus azuis, igualaram suas transparências. E as asas brancas do cavalo alado, pesadas de sal, entregaram-se à água, a crina branca roçando já o pescoço do hipocampo. Desfez-se a carruagem de nuvens na crista da última onda. Onda que inchou, rolou, envolvendo os irmãos num mesmo abraço, jogando um corpo contra o outro, juntando para sempre aquilo que era tão separado.
Desliza a onda sobre a areia, depositando o vencedor. Na branca praia do horizonte, onde tudo se encontra, avança agora um único príncipe, dono do céu e do mar. De olhos e cabelos castanhos, feliz enfim.
Extraído do livro " Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento ".
Extraído do livro " Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento ".
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Usted
Gabriel Ruiz/Monis Zorrilla
Usted es la culpable
De todas mis angustias y todos mis quebrantos
Usted lleno mi vida
De dulces inquietudes y amargos desencantos
Su amor es como un grito
Que llevo aquí en mi alma y aquí en mi corazón
Y soy aunque no quiera
Esclavo de sus ojos, juguete de su amor
No juegue con mis penas, ni con mis sentimientos
Que es lo único que tengo
Usted es mi esperanza, mi última esperanza
Comprenda de una vez
Usted me desespera
Me mata, me enloquece
Y hasta la vida diera por vencer el miedo
De besarla a usted
Música do CD " Romance " de Luis Miguel lançado em 1992.
Usted es la culpable
De todas mis angustias y todos mis quebrantos
Usted lleno mi vida
De dulces inquietudes y amargos desencantos
Su amor es como un grito
Que llevo aquí en mi alma y aquí en mi corazón
Y soy aunque no quiera
Esclavo de sus ojos, juguete de su amor
No juegue con mis penas, ni con mis sentimientos
Que es lo único que tengo
Usted es mi esperanza, mi última esperanza
Comprenda de una vez
Usted me desespera
Me mata, me enloquece
Y hasta la vida diera por vencer el miedo
De besarla a usted
Música do CD " Romance " de Luis Miguel lançado em 1992.
La Barca
Roberto Cantoral
Dicen que la distancia es el olvido
Pero yo no concibo esa razón
Porque yo seguire siendo el cautivo
De los caprichos de tu corazón
Supiste esclarecer mis pensamientos
Me diste la verdad que yo soñe
Ahuyentaste de mi los sufrimientos
En la primera noche que te amé
Hoy mi playa se viste de amargura
Porque tu barca tiene que partir
A cruzar otros mares de locura
Cuida que no naufrague en tu vivir
Cuando la luz del sol se este apagando
Y te sientas cansada de vagar
Piensa que yo por ti estare esperando
Hasta que tu decidas regresar
Música do CD " Romance " de Luis Miguel lançado em 1992.
Dicen que la distancia es el olvido
Pero yo no concibo esa razón
Porque yo seguire siendo el cautivo
De los caprichos de tu corazón
Supiste esclarecer mis pensamientos
Me diste la verdad que yo soñe
Ahuyentaste de mi los sufrimientos
En la primera noche que te amé
Hoy mi playa se viste de amargura
Porque tu barca tiene que partir
A cruzar otros mares de locura
Cuida que no naufrague en tu vivir
Cuando la luz del sol se este apagando
Y te sientas cansada de vagar
Piensa que yo por ti estare esperando
Hasta que tu decidas regresar
Música do CD " Romance " de Luis Miguel lançado em 1992.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Desafio Aos Educadores
Neidson Rodrigues
O filósofo alemão Friedrich Nietzche tece uma crítica radical à civilização ocidental, dizendo que ela educa os homens para desenvolverem apenas o instinto de tartaruga. O que isso quer dizer? A tartaruga é o animal que, diante do perigo, da surpresa, recolhe a cabeça ao seu casco. Anula, assim, todos os seus sentidos e esconde os membros, tentando proteger-se do desconhecido. Este é o instinto da tartaruga: defender-se, fechar-se ao mundo, recolher-se a si mesma, e, em consequência, nada ver, nada sentir, nada ouvir, nada ameaçar.
Formar boas tartarugas parece ter sido o objetivo dos processos educacionais e políticas de educação desenvolvidos no mundo ocidental nos últimos anos. Especificamente, no Brasil tem-se educado os homens para que aprendam a se defender das ameaças externas, sendo apenas reativos. Ensina-se o espírito da covardia e do medo.
Precisamos assumir o desafio de educar o homem para desenvolver o instinto da águia. A águia é o animal que voa acima das montanhas, que desenvolve seus sentidos e habilidades, que aguça os ouvidos, olhos e competências para ultrapassar os perigos, alçando voo acima deles. É capaz de afiar as suas garras e atacar o inimigo no momento que julgar mais oportuno.
As nossas escolas têm procurado fazer com que nossas crinaças recolham-se a si e percam o instinto próprio do homem de coragem, capaz de vencer o perigo que se lhe apresenta.
Temos criado neste país, uma geração tartaruga, uma geração medrosa, recolhida. Estamos todos impregnados por esse espírito de tartaruga. Não temos coragem para contestar nossos dirigentes, para opor às suas propostas e criar soluções alternativas. Agimos apenas de maneira reativa, negativa, covarde.
Temos ensinado às nossas crianças que os nossos instintos são pecaminosos. A parte mais rica do indivíduo, que é sua capacidade de amar e odiar, sua capacidade de se relacionar de maneira crítica com o mundo, tem sido desprezada. Temos ensinado ao homem a ser obediente, servil, incompetente, e a depositar todas as suas esperanças num poder maior que independe da sua vontade.
Quando ensinamos aos nossos alunos que eles não precisam se esconder diante das ameaças, porque todos têm capacidade de alçar voo às alturas, ultrapassando as nuvens carregadas de tempestades e perigo? Temos ensinado as nossas crianças a se arrastar, a calar, tornando-se incapazes de reagir se lhes pisam a cabeça.
O que desejamos, afinal, desenvolver em nós mesmos e nas futuras gerações? O instinto da tartaruga ou o espírito das águias?
Formar boas tartarugas parece ter sido o objetivo dos processos educacionais e políticas de educação desenvolvidos no mundo ocidental nos últimos anos. Especificamente, no Brasil tem-se educado os homens para que aprendam a se defender das ameaças externas, sendo apenas reativos. Ensina-se o espírito da covardia e do medo.
Precisamos assumir o desafio de educar o homem para desenvolver o instinto da águia. A águia é o animal que voa acima das montanhas, que desenvolve seus sentidos e habilidades, que aguça os ouvidos, olhos e competências para ultrapassar os perigos, alçando voo acima deles. É capaz de afiar as suas garras e atacar o inimigo no momento que julgar mais oportuno.
As nossas escolas têm procurado fazer com que nossas crinaças recolham-se a si e percam o instinto próprio do homem de coragem, capaz de vencer o perigo que se lhe apresenta.
Temos criado neste país, uma geração tartaruga, uma geração medrosa, recolhida. Estamos todos impregnados por esse espírito de tartaruga. Não temos coragem para contestar nossos dirigentes, para opor às suas propostas e criar soluções alternativas. Agimos apenas de maneira reativa, negativa, covarde.
Temos ensinado às nossas crianças que os nossos instintos são pecaminosos. A parte mais rica do indivíduo, que é sua capacidade de amar e odiar, sua capacidade de se relacionar de maneira crítica com o mundo, tem sido desprezada. Temos ensinado ao homem a ser obediente, servil, incompetente, e a depositar todas as suas esperanças num poder maior que independe da sua vontade.
Quando ensinamos aos nossos alunos que eles não precisam se esconder diante das ameaças, porque todos têm capacidade de alçar voo às alturas, ultrapassando as nuvens carregadas de tempestades e perigo? Temos ensinado as nossas crianças a se arrastar, a calar, tornando-se incapazes de reagir se lhes pisam a cabeça.
O que desejamos, afinal, desenvolver em nós mesmos e nas futuras gerações? O instinto da tartaruga ou o espírito das águias?
O professor está sempre errado
Quando...
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de " barriga cheia ".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um " Caxias ".
Precisa faltar, é um " turista ".
Conversa com os outros professores, está " malhando " os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não se explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a " língua " do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, " deu mole ".
É, o professor está sempre erradp.
Mas se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!
autoria desconhecida
Eu ensinei a todos eles
Lecionei no ginásio durante dez anos. No decorrer desse tempo, dei tarefas a, entre outros, um assassino, um pugilista, um evangelista, um ladrão e um imbecil.
O assassino era um menino tranquilo que se sentava no banco da frente e me olhava com seus olhos azuis; o evangelista, de longe o menino mais popular da escola, liderava as brincadeiras dos jovens; o pugilista ficava perto da janela e, de vez em quando, soltava um risada rouca que espantava até os gerânios; o ladrão era um sujeito alegre com uma canção nos lábios, e o imbecil, um animalzinho de olhos mansos que procurava as sombras.
O assassino espera a morte na penitenciária do Estado; o evangelista há um ano jaz sepultado no cemitério da aldeia; o pugilista perdeu um olho numa briga em Hong Kong; o ladrão, se ficar na ponta dos pés, pode ver minha casa da janela da cadeia municipal; e o pequeno imbecil de olhos mansos de outrora bate a cabeça contra a parede acolchoada do asilo estadual.
Todos esses alunos, outrora, sentaram-se em minha sala e me olharam gravemente por cima das mesas marrons. Eu devo ter sido muito útil para esses alunos - ensinei-lhes o plano rítmico do soneto elisabetano e como diagramar uma sentença completa.
autoria desconhecida
(retirado de PULLIAS Earl V. & YOUNG, James D. A Arte do Magistério. Zahar Editores)
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