Eduardo Alves da Costa
Na primeira noite
eles se aproximam
e colhem uma flor
de nosso jardim.
E não dizemos nada!
Na segunda noite,
já não se escondem:
pisam as flores,
matam o nosso cão
e não dizemos nada!
Até que um dia
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua e
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada!!
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