domingo, 24 de outubro de 2010

No caminho com Maiakovsky

                                   Eduardo Alves da Costa


Na primeira noite
eles se aproximam
e colhem uma flor
de nosso jardim.
E não dizemos nada!

Na segunda noite,
já não se escondem:
pisam as flores,
matam o nosso cão
e não dizemos nada!

Até que um dia
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua e
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada!!

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