Nenhum idioma é complicado para o falante nativo. A "dificuldade" depende de muitas variáveis.
Primeiro, podemos dizer que uma língua é mais fácil a um dado falante se o idioma a ser aprendido é mais próximo linguisticamente de seu idioma nativo. Os holandeses entendem e chegam a falar alemão e inglês devido à semelhança.
Outro fator na "dificuldade" de um idioma é o sistema ortográfico. O russo é baseado no alfabeto cirílico, por sua vez baseado no grego, o que dificulta sua leitura. O polonês é mais "fácil porque tem um alfabeto latino com algumas modificações, o que permite a decifração. O basco, o húngaro e o finlandês são todos difíceis devido à complexidade gramatical deles. Mas há línguas indígenas (brasileiras) e africanas muito complexas, com sutilezas e riqueza de expressão. Não há línguas "primitivas".
A ideia de que o português é um dos idiomas mais difíceis não passa de mito. Tudo depende de contexto e interlocutor. Difícil para quem, cara-pálida?
Mitos Ideológicos, 100 Mitos, texto de John Robert Schmitz retirado da revista Língua Portuguesa, Ano 9, número 100, Fevereiro de 2014, Editora Segmento, São Paulo. O autor é norte-americano radicado no Brasil. É professor do Departamento de Linguística Aplicada, no Instituto de Estudos da Linguagem na Unicamp.
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