sábado, 22 de janeiro de 2022

Censura Injustificável

 Pessoas bem-intencionadas estranham a conduta de muitos companheiros nas escolas de educação espírita, a qual não condiz com os postulados da Doutrina que eles se empenham por esposar.

Arrimados aos conceitos admiráveis do Espiritismo, eles derrapam, não obstante, na maledicência contumaz, na acusação gratuita, na calúnia insensata, dando margem ao surgimento de facções que competem, umas contra as outras, no mesmo Núcleo onde se reúnem.

Tal comportamento sugere ignorância do conteúdo doutrinário, ainda não penetrado, embora esses amigos se abeberem da fonte generosa e rica da Codificação...

Quando alguém se destaca ou cresce em ação dignificadora, é, quase sempre, ferozmente atacado, seja por meio dos artifícios da hipocrisia ou mediante a agressão frontal demolidora, qual se o outro fosse um inimigo figadal, que devesse ser exterminado...

Sem dúvida, é lamentável a paisagem moral ainda reinante na Terra, e, como consequência, presente em todos os arraiais, inclusive onde jamais deveria surgir.

O homem, porém, encontra-se enfermo da alma, necessitado de maior soma de tolerância e de carinho.

Sem qualquer pretensão de nossa parte, buscando justificar esses anômalos comportamentos, devemos ter em conta que, sendo a Mensagem Espírita o excelente medicamento para os males humanos, são os doentes mais graves que o buscam, e,  enquanto não se dá a cura, permanecem ou repontam as mazelas do paciente.

Felizmente, esses enfermos já recorreram à terapia correta, sendo factível esperar-se que, logo mais, se encontrem saudáveis.

Por outro lado, tenhamos em mente que a ocorrência desagradável se dá sob a ação recuperadora; imagine-se quão graves compromissos seriam assumidos, se eles se encontrassem distanciados das técnicas de iluminação?!

Não tomes a ninguém como teu modelo.

O companheiro mais esclarecido e dedicado é tão frágil e falível quanto o és tu mesmo.

Tem os mesmos direitos de errar e emendar-se, qual ocorre contigo.

Estimula-te ante as suas ações nobilitantes, mas não transfiras para ele a conduta que não podes viver.

Ajuda-o, também, com gentileza e compreensão, a fim de que ele disponha de forças para alcançar a meta a que se propõe.

Se ele tomba, distende-lhe a mão amiga e não o esbordoes com o erro cometido, porquanto ele o sabe e o sofre.

Sê sempre aquele que não censura, nem agride, porém capaz de entender e ajudar sem descanso.

Dia chegará, não remoto, em que a Terra fulgirá na constelação dos mundos felizes e os seus habitantes, vestidos com a túnica nupcial, realizarão as bodas com a felicidade e a plenitude que perseguem e ainda não lograram fruir.


Texto retirado do livro Momentos de Coragem; Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, 8ª Edição, 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário