quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Iemanjá

 Iemanjá é um orixá muito popular no novo mundo, principalmente no Brasil. Considerada a "Rainha do Mar", é uma divindade maternal, sempre disposta a zelar por seus filhos.


Iemanjá é uma das rainhas das águas do mar - sua morada - local onde costuma receber os presentes e oferendas de seus devotos. O seu nome deriva da expressão YéYé Omó Ejá que significa "mãe cujos filhos são peixes". Na África, era cultuada pelos egbá, nação iorubá da região de Ifé e Ibadan, onde se localiza o rio Yemojá.

Seguindo os mitos, Iemanjá era filha de Olokun, deus (em Benin) ou deusa (em Ifé) do mar. Narra a lenda que seu primeiro marido foi Orunmilá, deus das adivinhações, e que se casou também com Olofin, rei de Ifé.

Os domínios de Iemanjá são os das profundezas das águas, de onde emerge para atender seus fiéis, principalmente as mulheres que possuem problemas de fertilidade e fecundidade. Seu axé é assentado sobre pedras marinhas e conchas, e são guardadas numa porcelana azul.

Iemanjá é maternal e está sempre pronta para amamentar as crianças que estão sob seus cuidados. Ela é uma figura extremamente simples, se comparada com as outras divindades do panteão africano, sendo representada com o aspecto de uma matrona, de seios volumosos, símbolo de maternidade fecunda e nutritiva.

Iemanjá simboliza o espelho do mundo. Ela é a mãe que orienta e mostra os caminhos, que educa e sabe explorar as potencialidades de seus filhos.

No Brasil, Iemanjá é uma divindade muito popular, e é sincretizada com Nossa Senhora da Imaculada Conceição, festejada no dia 8 de dezembro. Embora ela seja associada à água salgada, na Bahia ela é homenageada no dia 2 de fevereiro, numa das festas mais populares do ano em que milhares de pessoas, trajadas de branco, saem em procissão ao templo-mor, localizado próximo à foz do Rio Vermelho, onde depositam variedades de presentes e oferendas (espelhos, bijuterias, perfumes, comidas, etc).

No Rio de Janeiro, Santos e Porto Alegre, é reverenciada durante a última noite do ano, quando centenas de milhares de adeptos, perto da meia-noite, acendem velas ao longo das praias e jogam flores e presentes no mar. Essa celebração também inclui as tradicionais "sete ondas" que os fiéis pulam, fazendo pedidos a Iemanjá para o ano que se inicia.

Ela é frequentemente representada sob a forma de uma sereia, com longos cabelos soltos ao vento. Chamam-na, também, Dona Janaína, ou mesmo Princesa ou Rainha do Mar. O sábado é o dia da semana que lhe é consagrado. Seus adeptos usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro.


Arquétipo


O arquétipo de Iemanjá é o de pessoas que prezam o lar e a família, que se preocupam com os filhos. Existe muito carinho e respeito na relação com os filhos. Quando a segurança dos mais próximos está em jogo, podem agir de forma agressiva ou traiçoeira. Possuem apego ao lar e gostam de viver num ambiente confortável. A força e determinação fazem parte de seu caráter. São solidários e prezam pelas amizades. Não se preocupam muito com a carreira e nem fazem planos para o futuro. Geralmente, possuem um círculo restrito de amigos porque demoram muito para confiar nas pessoas. Muitas vezes põem à prova as amizades que lhe são devotadas, demoram a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais.


Texto retirado da revista Sexto Sentido Especial - Orixás; Mythos Editora, São Paulo, 2010.

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