quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Ogum

 Ogum é um orixá muito popular no Brasil. É considerado o deus dos guerreiros e de todos aqueles que trabalham com instrumentos de metal, pois ele é também o orixá do ferro.


No Brasil, Ogum é conhecido como o deus dos guerreiros, perdendo a posição de protetor dos agricultores que tinha na África. Segundo a tradição, Ogum era caçador e costumava descer de orum por meio de uma teia de aranha para caçar. Dizem também que, quando as divindades chegaram ao mundo, competiu a ele abrir clareiras na selva com o seu facão considerado mágico. Devido a isso ele foi aclamado como chefe entre as divindades, Osin Imale.

Filho de Iemanjá e Odudua, o fundador do Ifé, foi regente do reino de Ifé quando seu pai ficou temporariamente cedo. No entanto, não se preocupava muito com a administração do reino, pois não gostava de ficar quieto e trancado dentro do palácio. Com uma vida amorosa agitada, foi o primeiro marido de Oiá-Iansã, que se tornaria mais tarde mulher de Xangô, e teve também relações com Oxum e Obá.

Ogum é muito mais emoção do que razão, perdoando facilmente seus amigos e destruindo seus inimigos. Ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro. Ele simboliza o trabalho, a atividade criadora do homem sobre a natureza, a produção e a expansão, a busca de novas fronteiras, aquele que desbrava as matas e derrota os inimigos. Qualquer contrato ou juramento feito em seu nome deves er cumprido. Conta-se que se por um acaso o compromisso não for honrado, o faltoso sofrerá sérias consequências.

Considerado o deus de ferro, é o padroeiro daqueles que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, açougueiros, marceneiros, caçadores, mecânicos, maquinistas de trem. O seu culto é bastante difundido nos territórios de língua iorubá e em certos países vizinhos, sendo provavelmente um dos deuses mais respeitados e temidos.

Ele tem como símbolos mais importantes o ferro, a rocha e fragmentos de metal. O seu nome é sempre mencionado por ocasião de sacrifícios dedicados aos deuses, no momento em que a cabeça do animal é cortada com uma faca da qual ele é o senhor absoluto.

No sincretismo é associado a Santo Antônio de Pádua, na Bahia, e a São Jorge, no Rio de Janeiro. Os lugares consagrados a Ogum ficam ao ar livre, na entrada dos palácios dos reis, nos mercados e nos templos de outros orixás.

O dia da semana que lhe é consagrado é a terça-feira, e os seus adeptos usam colares de contas de vidro azul-escuro e, algumas vezes, verde. Seus domínios são os caminhos, os combates e as demandas de toda ordem.


Arquétipo


Ogum representa as pessoas impulsivas, explosivas, obstinadas, teimosas e que sentem prazer em estar com os amigos e com o sexo oposto. Muitas vezes têm dificuldade em perdoar as ofensas que lhe são feitas. Perseguem seus objetivos de forma enérgica e não se desencorajam facilmente. Dificilmente perdem a esperança, mesmo nos momentos difíceis. Seu humor geralmente é instável, alternando a agitação e a tranquilidade. Muitas vezes o ser representado por Ogum é julgado como um ser arrogante, impetuoso e até mesmo indiscreto. Por outro lado, sua franqueza e sinceridade fazem com que seja admirado pelas pessoas. A rotina para ele é um castigo, pois gosta de agitação, novidades e de tudo o que é moderno.


Retirado da revista Sexto Sentido Especial - Orixás; Mythos Editora, São Paulo, 2010.

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