terça-feira, 14 de novembro de 2023

Com os olhos para o céu

Astronomia no Brasil está em expansão e abre campo de pesquisa para futuros profissionais


As pessoas que estudam as estrelas são mais do que a visão romântica de cientistas solitários observando os céus com uma luneta. Também não são os esquisitões que muitos acreditam. Na verdade, os astrônomos são, essencialmente, indivíduos com um amor especial pelo espaço e pelos livros.

A astronomia se destaca das demais ciências pela constante renovação. Teorias espaciais estão sempre em revisão e há constantes fatos novos a serem verificados. No Brasil, a área tem avançado muito recentemente. O país participa de dois consórcios internacionais de construção e utilização de supertelescópios, o Gemini e o Soar (sigla em inglês para "Pesquisa Astrofísica do Sul"). Isso aumentará bastante o campo de pesquisa de nossos cientistas.

Além do trabalho de observação de dados, os astrônomos também podem se dedicar à pesquisa teórica, por meio do estudo de modelos, e à instrumentação, cuidando dos diversos equipamentos utilizados, como telescópios e lunetas.

Quem quer trabalhar na área tem duas opções. A primeira é fazer o único curso de graduação em astronomia do Brasil, na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que existe desde 1958 no Observatório do Valongo. A outra, é fazer um curso de física comum, mas com habilitação em astronomia, como o que existe na USP (Universidade de São Paulo). A grande diferença entre as duas opções é que na primeira o aluno já tem um contato mais próximo com a área desde cedo. "A habilitação não tem o conteúdo tão forte de astronomia", afirma a coordenadora de graduação da UFRJ, Sueli Aparecida Guirlens. Jane Gregório-Hetem, da USP, concorda. "Nosso objetivo principal é formar físicos. Quem quer ser astrônomo vai precisar fazer um mestrado e um doutorado", diz.

Partir para uma pós-graduação é obrigatório também para quem tem a graduação na área se a pessoa quiser se dedicar à pesquisa científica. "Para seguir na vida acadêmica é preciso estudar por mais sete anos após a graduação", explica Guirlens. Além dessa opção, os astrônomos também podem trabalhar com divulgação científica, em planetários e escolas, e em empresas particulares, como a Embratel.


Texto de Marília Juste retirado da Revista Galileu, Janeiro 2004, nº 150, Editora Globo, São Paulo.

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