sábado, 25 de julho de 2020

Camaleão Vaidoso

Camaleão vaidoso
No meio das foia parada
Não podia ser visto
Nem quando o vento soprava
Pois carregava na pele
A sina da vida camuflada
Beleza, que não é vista, não serve
Não tem valor pra nada

Usava suas cores
De um modo particular
Mas o que parecia é que as foia
É quem se fazia mudar
Mudava e escondia o bicho
Mas era por admirar
O seu jeito esquisito de ser, de viver e de amar

Triste por não ser visto
Nem no olho do araçá
Sua beleza morria com as horas
Por não poder se mostrar
Do alto mirou o abismo
Fazendo pose de voar
Como uma ordem divina do céu, saltou para cantar

Poema de J. Veloso retirado do livro Santo Antônio e outros cantos... Produção Editorial, 2010.

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