Se vens a mim
traze nas mãos a lua nova
esculpindo seu claro traço
na densa paisagem noturna.
Se vens
não te esqueças dessa chama
urdindo-se na maré crescente
até a sua inevitável explosão
- rosa ardendo no espaço
inflamada de promessas e plenitude.
Também
é imprescindível que tragas
navegando na água incerta
o definhar da luminosidade
em sua trajetória minguante.
Quando nos meus gestos
já nada houver do que a ti pedi,
ficarão as tuas mãos
- condutoras das oferendas
guardiãs de minhas ansiedades.
Poema de Bartyra Soares retirado do livro Ciclo das Oferendas, da Companhia Editora de Pernambuco, Recife, 2007.
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